A SpaceX alcançou neste sábado (25) um marco que coloca a empresa na mesma linha de um dos programas mais emblemáticos da exploração espacial. Com o lançamento de mais um foguete Falcon 9 às 11h20 (horário de Brasília), a companhia de Elon Musk atingiu 135 missões orbitais operadas por esse modelo, igualando o total de voos realizados por toda a frota de ônibus espaciais da NASA entre 1981 e 2011.
Lançamento na Califórnia consolida recorde anual
O voo partiu da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, levando 28 satélites Starlink para a órbita terrestre baixa. De acordo com dados oficiais da SpaceX, esta foi a 135ª missão orbital da empresa em 2025, superando o próprio recorde anual estabelecido em 2024. Técnicos destacam que todos esses lançamentos de 2025 foram conduzidos pelo Falcon 9, o principal veículo reutilizável do portfólio da companhia.
O primeiro estágio utilizado, identificado como booster 1081, concluiu sua 19ª decolagem. O pouso ocorreu cerca de oito minutos e meio após a partida, no navio-drone Of Course I Still Love You, posicionado no Oceano Pacífico. O estágio superior prosseguiu até liberar a carga útil aproximadamente uma hora depois da decolagem, completando a operação de inserção orbital.
Reutilização acelera cadência de voos
Engenheiros do setor apontam que a capacidade de reutilizar componentes — especialmente o primeiro estágio — é essencial para a frequência de lançamentos atingida pela SpaceX. Enquanto cada ônibus espacial da NASA fazia, em média, quatro missões por ano durante as três décadas de operação, a frota de boosters Falcon 9 consegue decolar várias vezes em um mesmo intervalo de 12 meses. Segundo especialistas, essa diferença reduz custos, otimiza cronogramas e abre espaço para contratos comerciais e científicos em escala sem precedentes.
Os dados mais recentes indicam que o booster 1067, recordista da frota, já completou 31 voos. A empresa também ultrapassou a marca de 10.000 satélites Starlink em órbita, consolidando a maior constelação de comunicações já lançada por um único operador. Relatórios do setor de telecomunicações sugerem que o serviço está presente em mais de 70 países, oferecendo internet de baixa latência a comunidades rurais, embarcações e aeronaves.
Starship avança em testes para missões de longa distância
Paralelamente, a SpaceX mantém seu programa Starship, projetado para voos de longa duração e transporte de grandes cargas. O sistema, composto por veículo principal e estágio Super Heavy, realizou cinco tentativas suborbitais somente em 2025. A companhia afirma que as lições aprendidas serão aplicadas a futuras missões à Lua, Marte e além. Analistas do mercado espacial observam que, se a Starship alcançar plena reutilização, o custo por quilo colocado em órbita poderá cair ainda mais, pressionando concorrentes e impulsionando novos modelos de negócio.
No entanto, o cronograma de certificação da Starship ainda depende de aprovações regulatórias e resultados de testes de voo adicionais. Caso os objetivos sejam cumpridos, a SpaceX planeja utilizar o veículo para o programa lunar Artemis, embora haja discussões sobre possíveis atrasos que podem impactar contratos firmados com a NASA.
Comparação histórica reforça transição para nova era
O programa dos ônibus espaciais da NASA somou 135 missões entre 1981 e 2011, transportando astronautas, módulos da Estação Espacial Internacional e diversos satélites científicos. Cada voo exigia extensos intervalos de manutenção, resultando em custos elevados. Em contraste, o Falcon 9, lançado pela primeira vez em 2010, alcançou a mesma quantidade de missões em apenas 15 anos, sendo que um único booster já decolou quase três dezenas de vezes.
Especialistas em política espacial afirmam que esse patamar simboliza a consolidação do modelo de parceria público-privada na exploração espacial dos Estados Unidos. A NASA passou a comprar serviços de lançamento em vez de desenvolver e operar diretamente os veículos, liberando recursos para projetos de pesquisa e missões de ciência profunda.

Imagem: Divulgação
Impacto para usuários e mercado
Para o público, a expansão das missões Falcon 9 significa acesso potencialmente mais amplo à internet via satélite, com melhorias de velocidade e estabilidade. Para empresas, a oferta de lançamentos frequentes reduz tempo de espera e amplia oportunidades em áreas como observação da Terra, IoT e pesquisa climática. Segundo consultorias de mercado, a queda no custo de colocação em órbita pode acelerar o desenvolvimento de constelações dedicadas a monitoramento ambiental e serviços de emergência.
Do ponto de vista estratégico, a cadência inédita de voos fortalece a posição dos Estados Unidos no setor espacial comercial e reforça debates sobre sustentabilidade orbital, gerenciamento de detritos e uso compartilhado de frequências de rádio.
Curiosidade
Os navios-drone usados pela SpaceX para recuperar os primeiros estágios recebem nomes inspirados em obras do escritor de ficção científica Iain M. Banks. Of Course I Still Love You, que recebeu o booster 1081 neste fim de semana, homenageia uma inteligência artificial autônoma presente na série Cultura. A tradição começou em 2015 e segue viva como um aceno à comunidade de entusiastas da ficção científica que acompanha cada lançamento.
Para quem deseja acompanhar outras novidades sobre lançamentos, foguetes reutilizáveis e serviços de internet via satélite, há diversos artigos disponíveis na seção de tecnologia. Um exemplo é o nosso recente resumo sobre os avanços em propulsão elétrica, que complementa o contexto de inovação contínua no setor.
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