Episódio de “Três É Demais” exibe gafe de figurino que ficou oculta por 18 anos

Um lapso de figurino em “Três É Demais” (Three’s Company), sitcom exibida entre 1977 e 1984 nos Estados Unidos, passou despercebido por quase duas décadas. A cena, veiculada originalmente em 20 de dezembro de 1983, só ganhou notoriedade em março de 2001, quando telespectadores notaram o incidente durante reprises no canal pago Nick at Nite.

O que aconteceu no set em 1983

No episódio “The Charming Stranger”, Jack Tripper (John Ritter) investiga um novo vizinho que, ao que tudo indica, esconde uma mulher em apuros. A trama revela-se um mal-entendido: o vizinho é ventríloquo e apenas ensaiava com uma boneca. Em meio à confusão, Ritter aparece sentado na cama, vestindo shorts azuis curtos. Ao abrir as pernas, o ator expõe parte de seus órgãos genitais por fração de segundo, mas a tomada foi mantida na edição final.

Na era das televisões de tubo e sem aparelhos de gravação doméstica difundidos, a resolução limitada e a exibição rápida dificultaram a percepção do deslize. Nem a equipe de produção nem a rede ABC, responsável pela transmissão original, identificaram a falha antes de o episódio ir ao ar.

Descoberta tardia e reação do público

Somente em 2001, durante reprises noturnas, espectadores munidos de gravadores de vídeo puderam pausar a imagem e confirmar a gafe. O canal recebeu ligações e cartas exigindo explicações, validando que se tratava de um vazamento real e não de ilusão de ótica.

Informado sobre o assunto, John Ritter respondeu com bom humor. Ele sugeriu que o canal exibisse as versões editada e original “porque às vezes as pessoas querem, às vezes não”, parodiando um jingle publicitário popular nos anos 1980. Apesar da leveza do comentário, a emissora optou por cortar o trecho comprometedor de transmissões futuras.

Limitações tecnológicas explicam o atraso na detecção

A avaliação técnica indica que a curta duração do plano, combinada à baixa definição das telas da época, contribuiu para o silêncio inicial. Sem recursos como ‘pause’ preciso ou zoom digital, identificar detalhes mínimos era improvável em 1983. A chegada de VHS e, mais tarde, DVD permitiu congelar a imagem sem perda de qualidade, o que facilitou a análise quadro a quadro.

Após a denúncia, a detentora dos direitos do seriado revisou o material e concluiu que a exposição é praticamente imperceptível sem procura deliberada. Ainda assim, determinou a remoção para evitar novas queixas.

Imagem: Internet

Impacto limitado no legado da série

“Três É Demais” acumulou 172 episódios ao longo de oito temporadas, sustentado em humor de insinuação sexual e trocadilhos. Especialistas avaliam que a pequena gafe de figurino não afetou a reputação de Ritter nem a popularidade do programa. Embora curiosa, a ocorrência é vista como elemento menor dentro de um contexto já marcado por piadas de duplo sentido.

O caso também ilustra como avanços tecnológicos transformam a forma de consumir conteúdo. Imagens outrora consideradas seguras para exibição podem ganhar novo significado na era da alta definição, demandando processos de revisão contínuos por parte de estúdios e emissoras.

Para conhecer outros bastidores do entretenimento e descobrir como a tecnologia influencia produções clássicas, visite a seção de Entretenimento do nosso site.

Em resumo, a exposição acidental de John Ritter permaneceu invisível por 18 anos devido às limitações técnicas da época e à brevidade do enquadramento. A detecção tardia motivou edições posteriores, mas não comprometeu o status de “Três É Demais” como uma das comédias mais lembradas da televisão.

Curiosidade

Embora o episódio tenha sido lançado em 1983, a série só ganhou edição em DVD 30 anos depois. Até hoje não se sabe se o box inclui a cena original ou a versão editada, já que estúdios raramente divulgam detalhes de cortes internos. A incerteza alimenta buscas de fãs por cópias antigas em VHS, tornando o incidente um “item colecionável” involuntário entre curiosos e especialistas em cultura pop.