Tartaruga cósmica de “It” é peça-chave no embate contra Pennywise

Entretenimento

Entre os muitos símbolos que cercam o universo criado por Stephen King, a tartaruga gigante que aparece discretamente na adaptação cinematográfica de “It: A Coisa” costuma intrigar quem conhece apenas os filmes. Nos livros, porém, o réptil vai muito além de um simples easter egg: assume o papel de entidade primordial e contraponto direto à criatura que aterroriza Derry. A seguir, entenda quem é essa tartaruga, por que ela se relaciona com Pennywise e qual a razão de sua participação ter sido reduzida nas telonas.

Quem é Maturin e qual sua relação com a criação do universo

No cânone literário, a tartaruga atende pelo nome de Maturin. Segundo a mitologia descrita por Stephen King, trata-se de um ser cósmico que vive no chamado Macroverso, dimensão anterior ao tempo e ao espaço conhecidos. De acordo com a narrativa, Maturin teria criado o nosso universo após uma dor de estômago “vomitar” a realidade, metáfora que reforça sua natureza quase indiferente às criaturas que nela habitam.

Por representar ordem, vida e criação, Maturin atua como antagonista filosófico de A Coisa, entidade que se alimenta do medo e encarna o caos. Essa oposição fica explícita quando King descreve Pennywise como parasita destrutivo, enquanto a tartaruga é vista como força estabilizadora, ainda que sonolenta e distante. Nos livros, o conflito entre os dois seres extrapola a cidade de Derry e traduz uma guerra cósmica permanente.

Intervenção indireta no “Clube dos Perdedores”

O envolvimento da tartaruga com os protagonistas ocorre no momento em que o personagem Bill Denbrough realiza o Ritual de Chüd, batalha psíquica que exige confronto de vontades. Durante a experiência, Bill encontra Maturin no Macroverso e recebe instruções cruciais para derrotar A Coisa. O conselho é claro: somente a fé infantil, a união inabalável e a crença na própria capacidade permitirão ao grupo vencer o monstro.

Na prática, a intervenção de Maturin não se manifesta por meio de poderes diretos, mas pela transmissão de conhecimento. Segundo especialistas em literatura de horror, essa postura reforça o dualismo típico das obras de King: o mal se faz presente de modo explícito, enquanto o bem age pela esperança ou pela inspiração.

Por que a tartaruga quase não aparece nos filmes

A adaptação dirigida por Andy Muschietti optou por suprimir a mitologia cósmica para concentrar a narrativa na força humana dos personagens. Em entrevistas, o cineasta justificou que inserir um ser divino poderia desviar o foco da amizade e da coragem das crianças, pilares que deseja enfatizar. Dessa forma, Maturin foi reduzido a pequenas referências visuais, como um brinquedo de LEGO no quarto de Georgie e a figura de uma tartaruga nadando na pedreira.

No roteiro do cinema, o papel de guia espiritual recai diretamente sobre os próprios Perdedores. Eles descobrem, sozinhos, que a união e a ausência de medo enfraquecem Pennywise. Embora essa escolha simplifique o enredo, críticos observam que o corte da tartaruga elimina parte da cosmologia que conecta “It” a outras obras de King, onde Maturin volta a ser citado, por exemplo, na série “A Torre Negra”.

Impacto para fãs e para o universo expandido

De acordo com dados de mercado, a franquia “It” gerou mais de US$ 1 bilião em bilheteria mundial, fator que estimula projetos derivados. A série “Welcome to Derry”, em desenvolvimento, deve explorar passagens históricas da cidade fictícia e, segundo relatos de bastidores, retomará menções recorrentes à tartaruga. Caso confirmado, esse retorno tende a satisfazer leitores que anseiam por uma adaptação mais fiel à cosmogonia original.

Para o público, compreender a função de Maturin amplia a leitura de temas como amizade, medo e fé presentes na obra. Além disso, revela como King conecta personagens e eventos em um multiverso literário onde forças antagônicas agem além da compreensão humana.

Em termos práticos, essa informação pode mudar a forma como o espectador encara futuras produções ambientadas em Derry: ao reconhecer as aparições da tartaruga, o público encontrará pistas sobre conflitos maiores que transcendem o terror local e dialogam com uma disputa entre ordem e caos em escala universal.

Curiosidade

A inspiração de Stephen King para retratar Maturin teria surgido após o autor contemplar antigos mitos sobre a “tartaruga do mundo”, presente em lendas indígenas norte-americanas e em textos hindus. Essa referência histórica reforça a ideia de um réptil colossal sustentando a criação, conceito que King adaptou para o contexto do horror moderno.

Para seguir acompanhando as novidades do universo do entretenimento, confira também outras matérias na seção dedicada do site Remanso Notícias.

Para mais informações e atualizações sobre tecnologia e ciência, consulte também:

Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no RN Tecnologia, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *