Shuhei Yoshida, ex-presidente da Sony Interactive Entertainment Worldwide Studios, acredita que o PlayStation 5 já alcançou o máximo de sua capacidade visual. Em participação no podcast Friends Per Second, o executivo comentou que a evolução gráfica da geração atual tornou-se difícil de perceber sem comparações lado a lado ou altas taxas de quadros.
Segundo Yoshida, a estratégia tradicional da Sony de ampliar apenas o poder de processamento “não pode ser repetida da mesma forma”. Para ele, a transição para o SSD no PS5 elevou a qualidade de uso, mas os ganhos puramente visuais entraram em estagnação.
Declarações destacam novo rumo para o hardware
Durante o episódio, divulgado esta semana, Yoshida reforçou que o PS5 continua “um sistema incrível” em termos de experiência geral, graças principalmente à adoção do SSD customizado. Entretanto, o ex-executivo afirma que muitos recursos, como ray tracing, já atingiram um nível em que diferenças sutis escapam ao olho destreinado.
Ele saiu da Sony em janeiro, após mais de três décadas na companhia, período em que liderou estúdios responsáveis por franquias renomadas. Hoje, Yoshida acompanha o setor de forma independente e defende mudanças na maneira como consoles evoluem.
O comentário surge no momento em que o PlayStation 5 consolida o ciclo mais lucrativo da história da marca. De acordo com dados oficiais, o console gerou US$ 136 bilhões em receita desde 2020, superando todas as gerações anteriores.
Parceria com AMD sugere salto baseado em aprendizado de máquina
Quase ao mesmo tempo das observações de Yoshida, Mark Cerny, consultor de design do PlayStation, e Jack Huynh, vice-presidente sênior da AMD, apareceram em vídeo institucional para apresentar o Projeto Amethyst. A iniciativa estuda soluções de aprendizado de máquina que aumentem desempenho gráfico e jogabilidade por meio de técnicas de upscaling e inteligência artificial.
Cerny explicou que, por ora, os testes ocorrem apenas em ambiente de simulação, mas os resultados são “promissores”. Ele relacionou as pesquisas a “um hardware futuro”, sem citar datas, reforçando a expectativa de especialistas de que o PlayStation 6 utilize essas tecnologias a partir de 2028.
Relatórios não oficiais indicam que o próximo console terá ênfase em eficiência energética e em recursos de IA, deixando o aumento bruto de teraflops em segundo plano. Para analistas de mercado, esse realinhamento responde diretamente ao cenário descrito por Yoshida, no qual ganhos gráficos puros já não impressionam o público nem justificam saltos de custo.
Vazamentos projetam especificações e preço
Rumores publicados pelo canal Moore’s Law is Dead citam documentos internos da AMD, datados de 2023, que descrevem uma APU customizada com chiplet Navi 5 e até 48 Compute Units RDNA 5 operando a cerca de 3 GHz. O conjunto incluiria oito núcleos Zen 6 e consumo estimado em 160 W, menos do que chips atuais de desempenho equivalente.
O mesmo material menciona possíveis ganhos de até três vezes no desempenho geral em relação ao PS5 base, com foco em ray tracing e em técnicas proprietárias de upscaling batizadas de PSSR (PlayStation Spectral Super Resolution). A meta interna seria oferecer jogos em 4K a 120 fps de forma consistente, mantendo o preço de lançamento próximo ao do PS5 original.
A Sony não comenta especulações, mas, segundo consultorias do setor, cadeias de suprimentos já foram avisadas para planejar volumes de produção em 2027, reforçando a previsão de anúncio oficial em 2028.

Imagem: reprodução
Plateau gráfico reflete cenário mais amplo da indústria
Especialistas em desenvolvimento de jogos avaliam que a percepção de limite tecnológico não se limita ao console da Sony. O mesmo fenômeno é observado em placas de vídeo para PC, onde avanços em núcleos CUDA, RT ou Tensor, por exemplo, geram incrementos marginais se comparados às gerações anteriores. Para manter o interesse do consumidor, fabricantes têm recorrido a recursos como DLSS, FSR e reconstrução por IA.
Para Yoshida, o desafio agora é convencer o público de que elementos como latência reduzida, tempos de carregamento mínimos e inteligência aplicada à jogabilidade merecem tanto destaque quanto polígonos ou texturas. Ele lembra que, quando a Sony substituiu o disco rígido pelo SSD PCIe 4.0, a mudança “quase milagrosa” foi perceptível imediatamente, sugerindo que experiências similares podem surgir em outras frentes.
Impacto para jogadores e desenvolvedores
A constatação de que o PS5 se aproxima de um teto gráfico pode influenciar o planejamento de estúdios, que tenderão a apostar menos em realismo absoluto e mais em design de sistemas, mundos vivos e IA. Para o consumidor, segundo consultores, isso significa jogos potencialmente mais otimizados, com preços controlados e ciclos de suporte maiores, já que a pressão por hardware mais potente diminui.
Ao mesmo tempo, a estratégia da Sony de priorizar aprendizado de máquina abre caminho para serviços de streaming local, geração procedural de conteúdo e personalização de experiência em tempo real, elementos que podem redefinir o modelo de negócios dos próximos anos.
Para quem acompanha o mercado, a pergunta central passa a ser quando tais inovações se tornarão padrão. Se as previsões de 2028 se confirmarem, consumidores terão aproximadamente quatro anos para observar como técnicas de IA amadurecem em outros segmentos, influenciando expectativa e adoção no novo console.
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Curiosidade
Embora o PlayStation 2 seja lembrado pelo salto gráfico na virada dos anos 2000, seu maior diferencial à época foi a inclusão do leitor de DVD, responsável por popularizar o formato em milhões de residências. De forma semelhante, especialistas veem na inteligência artificial do futuro PlayStation a chance de introduzir uma tecnologia transversal que ultrapasse o universo dos jogos e impacte outras áreas do entretenimento doméstico.
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