Perplexity libera navegador Comet com IA de graça e desafia gigantes do setor

Tecnologia

São Francisco, EUA — A Perplexity ampliou o acesso ao seu navegador baseado em inteligência artificial, o Comet, que passa a ser gratuito em todo o mundo. O movimento encerra uma fase de testes restrita a assinantes e posiciona a empresa na disputa por um mercado que reúne desde veteranos como Google e Opera até novos entrantes dedicados a browsers com recursos de IA.

Assistente integrado responde, resume e navega por comandos

O Comet chega com um assistente nativo capaz de interagir diretamente com qualquer página aberta. Segundo a Perplexity, o sistema identifica o conteúdo exibido, responde perguntas contextuais, gera resumos automáticos e executa navegação por meio de instruções em linguagem natural. A proposta é reduzir o tempo gasto pelo usuário na busca por informações específicas, delegando tarefas repetitivas ao algoritmo.

Além das funções de leitura e pesquisa, a plataforma oferece ferramentas destinadas a organização de projetos, comparação de preços, criação de orçamentos e monitoramento de investimentos. Há também módulos focados em recomendações de notícias, planejamento de viagens e acompanhamento de esportes, reforçando a ideia de um ecossistema que centraliza diferentes necessidades diárias em uma única interface.

Para quem assina o plano Max, que custa US$ 200 mensais, a Perplexity reserva recursos antecipados. De acordo com a companhia, esses usuários terão acesso, nos próximos meses, a um assistente em segundo plano capaz de executar múltiplas tarefas simultaneamente sem intervenção humana. A funcionalidade, prometida desde o anúncio inicial em julho de 2025, permanece em desenvolvimento, mas já foi liberada a um grupo reduzido dentro do modelo de subscrição.

Estrategia agressiva mira expansão rápida de base de usuários

Quando foi apresentado, o Comet exigia inscrição em lista de espera e estava restrito ao plano Max. Ao optar pela gratuidade, a Perplexity sinaliza uma tática mais agressiva de crescimento. Especialistas em mercado de software avaliam que ampliar a base ativa é crucial para navegadores emergentes, principalmente em um segmento dominado por nomes consolidados como Chrome e Safari.

Relatórios do setor apontam que gigantes tradicionais vêm integrando IA em seus browsers para preservar participação de mercado. Em setembro de 2025, o Google incorporou o modelo Gemini ao Chrome, oferecendo resumos automáticos de páginas e respostas instantâneas a consultas. O Opera seguiu trajetória semelhante ao adicionar funções de IA próprias ao Neon. Ao mesmo tempo, startups tentam capturar usuários insatisfeitos com soluções convencionais. A Browser Company, por exemplo, desenvolveu o Dia, navegador voltado a tarefas de escritório, e foi adquirida pela Atlassian, dona de ferramentas como Jira e Trello.

Rumores ainda indicam que a OpenAI, criadora do ChatGPT, prepara lançamento de um navegador próprio. Caso os planos se confirmem, o cenário deve ficar ainda mais competitivo, elevando a pressão por inovação e diferenciação em recursos baseados em modelos generativos.

Privacidade e segurança sob escrutínio

A estratégia da Perplexity não está isenta de críticas. Em abril de 2025, o CEO Aravind Srinivas declarou que o objetivo do navegador inclui coletar dados de navegação para viabilizar anúncios hiperpersonalizados. A fala gerou preocupação entre defensores da privacidade, que temem aumento na exposição de perfis comportamentais.

Meses depois, em agosto de 2025, a Brave — concorrente direta no segmento de browsers focados em segurança — relatou uma vulnerabilidade de injeção de prompt no Comet. Segundo o alerta, o bug poderia permitir acesso não autorizado a dados sensíveis. A Perplexity confirmou a falha e liberou correção, mas o episódio reforçou debates sobre riscos associados a sistemas que combinam navegação e IA.

A empresa também enfrentou acusações de uso indevido de reportagens jornalísticas para treinar seus modelos. Em resposta, criou um programa de partilha de receita com veículos de comunicação, tentativa de mitigar tensões e aproximar-se de produtores de conteúdo.

O que muda para o usuário e para o mercado

A liberação gratuita do Comet pode acelerar a adoção de navegadores com IA, ampliando a oferta de recursos que automatizam leituras, pesquisas e organização cotidiana. Para o consumidor final, isso se traduz em economia de tempo e potencial personalização de experiências online. Do lado das empresas, a disputa intensificada deve gerar ciclos mais curtos de atualização e pressionar modelos de negócios baseados apenas em publicidade tradicional.

De acordo com analistas consultados por relatórios do setor, o aspecto decisivo será o equilíbrio entre conveniência e proteção de dados. Caso a Perplexity consiga comprovar que coleta informações de forma transparente e segura, pode conquistar terreno em um campo historicamente dominado por grandes corporações. Já os concorrentes precisarão acelerar implementações de IA para evitar perda de relevância.

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Curiosidade

Embora o uso de IA em navegadores seja recente, a ideia de assistentes digitais que acompanham a navegação existe há mais de duas décadas. Nos anos 2000, extensões de barra de ferramentas tentavam antecipar interesses do usuário, mas enfrentavam limitações técnicas. A evolução dos grandes modelos de linguagem, agora incorporados em browsers como o Comet, dá nova vida a esse conceito, permitindo respostas contextualizadas em tempo real e aprendizado contínuo a partir de padrões de uso.

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