Paramount fecha acordo de 10 anos com 1888 Studios e mira crédito fiscal de 40%

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A Paramount firmou um contrato de locação de dez anos com o 1888 Studios, complexo em construção na cidade de Bayonne, Nova Jersey, Estados Unidos. O estúdio ocupará 26,7 mil m² do campus, instalado em um terreno de 150 mil m², e passa a disputar espaço com outra gigante do streaming: a Netflix, que ergue instalações nas proximidades.

Contrato de uma década reforça polo audiovisual de Nova Jersey

O acordo garante à Paramount acesso antecipado a um dos futuros maiores centros de produção do nordeste americano. O 1888 Studios, desenvolvido pela Togus Urban Renewal e projetado pelo escritório global Gensler, prevê mais de 100 mil m² dedicados a operações de filmagem, pós-produção e escritórios. Ao todo, serão 23 estúdios de som com pé-direito livre de ao menos 12 m.

Inspirado no ano em que Thomas Edison patenteou a câmera de filme, o complexo foi concebido para resgatar o visual da Era de Ouro de Hollywood. Localizado a menos de 30 minutos de Manhattan, o campus terá acesso por trem, carro, helicóptero e barco, com inauguração prevista para o quarto trimestre de 2028.

“Escalar nossa produção e expandir nossa oferta de entretenimento de classe mundial é fundamental para nossa estratégia de longo prazo. Graças a programas de crédito tributário altamente competitivos como o de Nova Jersey, a região dos três estados está mais atraente do que nunca para a produção”, afirmou Andy Gordon, diretor de Estratégia e Operações da Paramount.

Incentivos fiscais impulsionam investimento e geração de empregos

Criado em 2018, o Programa de Crédito Tributário para Cinema e Mídia Digital de Nova Jersey permite que a Autoridade de Desenvolvimento Econômico de Nova Jersey (NJEDA) conceda descontos de até 35 % nos gastos realizados no estado, além de um crédito adicional de 40 % sobre mão de obra até 2039. O 1888 Studios foi designado, em maio de 2024, como o primeiro parceiro oficial do programa, condição que facilita a aprovação dos incentivos para produções que utilizem suas instalações.

A locação assinada ainda depende do aval da NJEDA, que se reúne em 30 de outubro para analisar o pedido. Caso receba sinal verde, a Paramount poderá reduzir significativamente os custos de produção, fator considerado decisivo para a escolha de Bayonne.

Segundo especialistas em políticas industriais, a oferta de incentivos tem sido a principal estratégia de estados norte-americanos para atrair grandes estúdios e equilibrar a disputa com centros tradicionais como Califórnia e Nova Iorque. Relatórios da NJEDA indicam que o setor audiovisual já gerou milhares de empregos locais e movimentou hotéis, restaurantes e fornecedores de serviços técnicos.

“Ao manter as produções americanas em casa, o projeto gerará milhares de empregos e oportunidades adicionais para pequenas empresas de Nova Jersey”, destacou Arpad Arki Busson, presidente da Togus Urban Renewal.

Layoffs contrastam com nova aposta em infraestrutura

O anúncio do acordo ocorre na mesma semana em que a Paramount se prepara para cortar cerca de 1.000 postos de trabalho, segundo informações da Bloomberg. Uma segunda rodada de demissões poderá elevar o total para aproximadamente 2.000 dispensas, reflexo da reestruturação após a fusão entre Paramount Global e Skydance Media.

A combinação de cortes de pessoal com investimentos em infraestrutura evidencia a pressão por eficiência financeira no setor de mídia. Companhias de streaming e estúdios tradicionais enfrentam aumento de custos de produção, concorrência por assinantes e busca por rentabilidade em meio à fragmentação do mercado.

Para a Paramount, a possibilidade de abater até 40 % dos gastos trabalhistas em Nova Jersey representa alívio no orçamento e ajuda a manter parte da produção nos Estados Unidos, reduzindo a dependência de locações internacionais.

Impacto para o mercado e para o público

Para o mercado audiovisual, o novo estúdio reforça a tendência de descentralização dos grandes polos de filmagem. Empresas de efeitos visuais, fornecedores de equipamentos e profissionais independentes podem encontrar em Nova Jersey um ecossistema em crescimento, menos saturado do que Los Angeles e com incentivos fiscais robustos.

Para o público, a expansão de infraestrutura indica mais conteúdo original nos próximos anos, possivelmente com cronogramas de produção mais curtos graças à proximidade de Manhattan, que oferece diversidade de locações urbanas. Já o governo estadual espera retorno em arrecadação e na atração de turismo ligado a visitas de set.

Curiosidade

Pouca gente lembra que o primeiro estúdio de cinema permanente dos Estados Unidos foi aberto justamente em Nova Jersey, em 1893, por Thomas Edison. Mais de um século depois, o 1888 Studios homenageia esse legado ao adotar o ano de 1888 no nome — data em que Edison registrou a patente da câmera de filme. A ligação histórica reforça o esforço do estado para retomar o protagonismo na indústria cinematográfica.

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