A NASA confirmou nesta semana a seleção de 10 novos candidatos a astronauta, escolhidos entre mais de 8 000 inscritos de todo os Estados Unidos. O grupo, agora integrado oficialmente ao corpo de formação da agência, passará por um programa intensivo de dois anos antes de se tornar elegível para voos em órbita baixa da Terra, operações na Estação Espacial Internacional (ISS) e futuras expedições da iniciativa Artemis, que prevê o retorno humano à Lua e, em longo prazo, a chegada a Marte.
Processo seletivo e fase de treinamento
Segundo a NASA, o processo avaliou competências acadêmicas, experiência operacional, aptidão física e habilidades em trabalho de equipe. Ao término da triagem, os finalistas completaram entrevistas presenciais e exames médicos no Centro Espacial Johnson, em Houston. Nos próximos 24 meses, eles receberão instruções em robótica, sobrevivência terrestre e marítima, geologia planetária, idiomas, medicina espacial, caminhadas extraveiculares simuladas e pilotagem de jatos T-38.
Ao concluir o curso, os formandos se juntarão aos 42 astronautas ativos que atualmente desempenham pesquisas científicas a bordo da ISS. De acordo com a diretora do Johnson, Vanessa Wyche, a nova turma “marca o início de uma era de ouro na inovação”, já que parte deles deverá integrar as missões Artemis III e IV, responsáveis por colocar a primeira mulher e a próxima pessoa negra na superfície lunar.
Quem são os 10 selecionados
Ben Bailey – Suboficial-chefe do Exército, natural de Charlottesville, Virgínia, com bacharelado em engenharia mecânica e pós-graduação em engenharia de sistemas. Piloto de teste graduado pela Marinha, acumula 2 000 horas de voo em mais de 30 aeronaves, incluindo helicópteros UH-60 Black Hawk e CH-47F Chinook.
Lauren Edgar – Geóloga de Sammamish, Washington. Possui doutorado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia e foi líder adjunta da equipe científica da Artemis III. Trabalhou 17 anos no apoio aos rovers de Marte no Serviço Geológico dos EUA.
Adam Fuhrmann – Major da Força Aérea, natural de Leesburg, Virgínia. Engenheiro aeroespacial formado no MIT, atuou como piloto de testes em caças F-16 e F-35, somando mais de 2 100 horas de voo, 400 delas em combate.
Cameron Jones – Major da Força Aérea de Savanna, Illinois. Mestre em engenharia aeroespacial, graduado na Escola de Pilotos de Teste da Força Aérea, registra 1 600 horas em 30 tipos de aeronaves, a maioria no F-22 Raptor.
Yuri Kubo – Engenheiro elétrico de Columbus, Indiana, com experiência de 12 anos na SpaceX, onde dirigiu lançamentos do Falcon 9 e atuou em programas Starshield e Starship. Foi estagiário na NASA durante o desenvolvimento da cápsula Orion.
Rebecca Lawler – Ex-tenente-comandante da Marinha, natural de Little Elm, Texas. Piloto de P-3 e de testes experimentais, soma 2 800 horas de voo em 45 aeronaves. Voeu como “Caçadora de Furacões” da NOAA e mais tarde foi piloto de testes da United Airlines.
Anna Menon – Engenheira biomédica de Houston, com passagem pelo controle de missão da NASA. Em 2024, voou como especialista médica na missão comercial Polaris Dawn, que alcançou recorde de altitude para tripulações civis.
Imelda Muller – Médica de Copake Falls, Nova York. Serviu como oficial médica submarina da Marinha e concluiu residência em anestesiologia na Johns Hopkins. Participou de treinamentos no Laboratório de Flutuabilidade Neutra da própria NASA.
Imagem: LaserLens
Erin Overcash – Tenente-comandante da Marinha, originária de Goshen, Kentucky. Engenheira aeroespacial com mestrado em bioastronáutica, opera caças F/A-18 E/F Super Hornet e registra 249 pousos em porta-aviões.
Katherine Spies – Ex-piloto de helicóptero de ataque do Corpo de Fuzileiros Navais, natural de San Diego. Engenheira química, é formada pela Escola de Pilotos de Teste Naval e dirigia engenharia de ensaios de voo na Gulfstream Aerospace.
Próximos passos da carreira espacial
Finalizado o treinamento, os novos astronautas poderão ser designados para diferentes programas da NASA. As oportunidades incluem missões de longa permanência na ISS, voos de teste da espaçonave Orion ao redor da Lua e, conforme o cronograma oficial, pousos lunares previstos para Artemis III em meados desta década. Especialistas citados pela agência garantem que a variedade de perfis técnicos – pilotos de teste, engenheiros, médicas e geólogos – amplia a capacidade da tripulação de resolver problemas em ambientes extremos.
Além da capacitação técnica, o grupo participará de iniciativas de divulgação científica e de parcerias com o setor privado. Relatórios indicam que, diante do aumento de contratos com empresas como SpaceX e Blue Origin, a experiência prévia de alguns selecionados na indústria aeroespacial deve acelerar a integração entre NASA e parceiros comerciais.
Impacto para o leitor: a formação desse novo quadro reforça a continuidade dos próximos lançamentos tripulados dos EUA e abre caminho para avanços em telecomunicações, medicina e materiais, já que muitos experimentos embarcados nessas missões chegam ao nosso cotidiano em forma de inovações.
Curiosidade
Embora o programa Apollo tenha levado apenas dois geólogos profissionais à Lua entre 1969 e 1972, a turma atual conta com uma especialista em geociências dedicada à missão Artemis III. O regresso de cientistas ao solo lunar deve ampliar a coleta de amostras e a compreensão da formação do satélite, o que pode influenciar desde a pesquisa de recursos minerais até o estudo da origem da água na Terra.
Para continuar a acompanhar as novidades sobre exploração espacial, confira também outras matérias em nossa seção de tecnologia em remansonoticias.com.br. Fique por dentro das próximas etapas do projeto Artemis e dos impactos que essas viagens podem ter em nosso dia a dia.
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