O American Museum of Natural History (AMNH), em Nova York, abriu ao público a exposição “Impact”, dedicada ao impacto de asteroide que, há 66 milhões de anos, encerrou o período Cretáceo e levou à extinção dos dinossauros não avianos. A mostra combina fósseis, projeções em 360 graus e recursos multimídia para reconstituir o que curadores descrevem como “o pior dia dos últimos 500 milhões de anos”.


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Experiência audiovisual conduz o visitante pelo dia do impacto
No centro da exposição, um vídeo panorâmico de seis minutos coloca o visitante no momento exato em que um corpo celeste, do tamanho aproximado do Monte Everest, atingiu a atual Península de Yucatán. De acordo com estudos citados pelo museu, a colisão liberou energia equivalente a 10 bilhões de bombas atômicas, provocando incêndios instantâneos, tsunamis globais e queda abrupta de temperatura após a injeção de poeira na atmosfera.
Antes da imersão audiovisual, painéis ilustram a vida no final do Cretáceo. Maquetes mostram, por exemplo, um Mosasaurus perseguindo um Plesiosaurus nos mares rasos e um Triceratops caminhando em florestas tropicais que dominavam a América do Norte. Em seguida, o público entra em um miniteatro circular para acompanhar, passo a passo, a sequência de eventos que culminou na chamada fronteira K-Pg, camada de argila escura que marca a extinção em massa nos registros geológicos.
Ciência colaborativa desvendou catástrofe global
A exposição também retrata a trajetória científica que levou à teoria do asteroide. Segundo o AMNH, indícios foram observados pela primeira vez no século XVIII, quando geólogos notaram a ausência de fósseis de dinossauros acima de uma camada peculiar de sedimentos. Contudo, apenas na década de 1980, o geólogo Walter Alvarez e o físico Luis Alvarez detectaram concentração elevada de irídio nessa fronteira — elemento raro na crosta terrestre, mas comum em meteoritos — reforçando a hipótese de um impacto extraterrestre.
Posteriormente, pesquisadores de diversas áreas confirmaram o cenário. Especialistas em meteoritos localizaram a cratera de Chicxulub, no México; paleontólogos identificaram acidificação oceânica por meio do desaparecimento de foraminíferos; e biólogos evolutivos rastrearam a recuperação da vida terrestre ao longo de milhões de anos. Para Denton Ebel, curador de meteoritos do AMNH, a investigação se tornou “um esforço multidisciplinar que convergiu para o mesmo resultado”.
Reflexões sobre extinções passadas e atuais
Além de reconstruir a catástrofe, “Impact” propõe um paralelo com a crise ambiental contemporânea. Curadores lembram que o ritmo de perda de biodiversidade observado nas últimas décadas, segundo dados oficiais da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), aproxima-se de taxas vistas em grandes extinções do passado. Roger Benson, curador de paleontologia do museu, afirmou que “o planeta está em transformação constante, mas desta vez a espécie humana desempenha o papel de asteroide”.
A mostra destaca que, após o impacto de Chicxulub, mamíferos ganharam espaço ao preencher nichos deixados pelos dinossauros. O público pode observar fósseis de pequenos mamíferos primitivos, comparados a roedores atuais, que sobreviveram graças à habilidade de se enterrar ou refugiar-se em corpos d’água. Relatórios indicam que estratégias de adaptação semelhantes — como redução de tamanho corporal e diversificação de dieta — reaparecem em espécies que hoje enfrentam pressões climáticas.
O que muda para quem visita e para o setor de museus
Para o visitante, a principal novidade é a combinação de conteúdo científico rigoroso com recursos imersivos típicos de parques temáticos. Segundo especialistas em museologia, a estratégia responde a uma demanda crescente por experiências interativas que ampliem a compreensão de temas complexos. Ao adotar projeções 360° e áudio espacial, o AMNH reforça a tendência de usar realidade ampliada para atrair novos públicos e aumentar o tempo de permanência nas galerias.

Imagem: Joanna Thomps published
No âmbito institucional, a exposição pode funcionar como modelo de cooperação entre museus de história natural, universidades e centros de tecnologia. Parcerias semelhantes já resultaram em mostras sobre mudanças climáticas e exploração espacial, indicando que a abordagem interdisciplinar deve se consolidar como padrão para projetos de grande porte.
Curiosidade
O irídio encontrado na camada K-Pg não é o único vestígio extraterrestre em rochas terrestres. Pesquisas mostram que microrganismos podem usar partículas de irídio como fonte de energia, demonstrando a capacidade de a vida aproveitar até mesmo os elementos trazidos por um impacto catastrófico. Assim, o asteroide que eliminou os dinossauros também forneceu ingredientes para novos ciclos biogeoquímicos.
Para aprofundar o tema extinções e evolução, confira outros conteúdos publicados em nossa seção de tecnologia em remansonoticias.com.br/category/tecnologia.
Este artigo apresentou os principais destaques de “Impact”, nova atração do American Museum of Natural History. Caso pretenda visitar, o museu fica no Upper West Side de Manhattan e abre diariamente. Continue acompanhando nossas publicações para mais novidades sobre ciência, tecnologia e meio ambiente.
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