A Alphabet anunciou nesta terça-feira (11) a terceira geração do modelo de inteligência artificial Gemini e, pela primeira vez, inseriu a nova versão diretamente no mecanismo de busca desde o primeiro dia de disponibilidade. Executivos afirmaram que a atualização, lançada 11 meses após o Gemini 2, já sustenta produtos de grande alcance e receitas, ampliando a estratégia de rentabilizar IA em escala.


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Gemini 3 estreia integrada e busca manter liderança
Durante coletiva de imprensa, Sundar Pichai, presidente-executivo do Google, classificou o Gemini 3 como “o modelo mais inteligente” já desenvolvido pela companhia. A equipe destacou que, em avaliações internas e em rankings independentes, o sistema superou concorrentes em tarefas de raciocínio, geração de código e compreensão de linguagem.
Diferentemente dos ciclos anteriores, a empresa decidiu integrar o modelo ao buscador no momento do lançamento. Segundo Koray Kavukcuoglu, arquiteto-chefe de IA, a medida marca “um novo ritmo” para colocar recursos avançados nas mãos de usuários com mais rapidez. Até então, as iterações do Gemini passavam semanas ou meses em fase de testes antes de chegar aos serviços de maior audiência.
O acesso inicial será oferecido aos assinantes do plano premium de IA do Google, que poderão ativar o “Modo IA” para receber respostas geradas por computador em consultas complexas, substituindo a página tradicional de links. A companhia não divulgou números, mas analistas do setor estimam que o buscador responda por mais de metade da receita total da Alphabet, o que explica o esforço para monetizar as novas ferramentas sem atrasos.
Ferramentas para consumidores e corporações
Com base nas melhorias de desempenho, o Google apresentou recursos que expandem a presença do Gemini em diferentes segmentos. Para usuários finais, a principal novidade é o Gemini Agent, assistente capaz de organizar e-mails, planejar viagens e executar tarefas multifásicas. A empresa afirma que a funcionalidade se aproxima da visão de um “assistente universal” descrita por Demis Hassabis, chefe global de IA.
O aplicativo dedicado ao Gemini também foi redesenhado. Na demonstração conduzida por Josh Woodward, vice-presidente responsável pelo app, a plataforma respondeu a um pedido para “criar uma galeria de Van Gogh” montando, em tempo real, uma página com contexto biográfico, elementos visuais e interação dinâmica. Para especialistas em conteúdo digital, a exibição de respostas em formato de site gera preocupação adicional sobre perda de tráfego para editores, cenário que já se intensificou com a adoção de resumos de IA em resultados de busca.
No segmento corporativo, a companhia revelou uma prévia do Antigravity, descrito como ambiente de desenvolvimento onde agentes de IA planejam e executam etapas de programação de forma autônoma. O Google não informou data de liberação, mas indicou que a plataforma deverá ser integrada ao portfólio Google Cloud, área que representou significativo crescimento de receita no último balanço anual.
Desafios de diferenciação e pressão por resultados
Embora o Google aponte liderança técnica, o mercado de IA generativa enfrenta crescente dificuldade de destacar cada atualização. Segundo especialistas entrevistados por consultorias do setor, a atenção do público tem se voltado a falhas de segurança ou enviesamentos, como ocorreu com modelos da Meta no início do ano, mais do que a ganhos marginais de desempenho.

Imagem: REUTERS
A valorização de 2024 das ações da Alphabet, impulsionada pela expectativa de receitas em IA, também eleva a pressão para mostrar resultados tangíveis. Relatórios indicam que Wall Street observa sinais de saturação dos investimentos no segmento, rotulando parte do entusiasmo como “bolha de IA”. Integrar o Gemini 3 diretamente ao buscador é, portanto, estratégia para converter avanços tecnológicos em retorno financeiro imediato.
O que muda para o usuário e para o mercado
Para o consumidor, a presença do Gemini 3 no buscador deve resultar em respostas mais contextuais e completas, especialmente em consultas que exigem síntese de fontes múltiplas ou criação de conteúdo personalizado. Já empresas e desenvolvedores passam a dispor de ferramentas que automatizam programação e gestão de informações em larga escala, potencialmente reduzindo custos e acelerando projetos.
Em contrapartida, produtores de conteúdo digital podem enfrentar queda adicional de visitas, já que parte do tráfego tenderá a permanecer dentro da interface do Google. Agências de publicidade digital também analisam possíveis ajustes, pois respostas geradas por IA podem alterar a dinâmica de cliques em anúncios patrocinados.
Curiosidade
O nome “Gemini” faz referência ao projeto “Gemini 12”, missão da NASA de 1966 que testou navegação autônoma em órbita antes do programa Apollo. A escolha não é casual: o Google utiliza o termo para simbolizar sistemas que aprendem a operar de forma independente, assim como a cápsula testou manobras automáticas no espaço. A inspiração espacial evidencia a ambição da empresa em criar modelos capazes de “navegar” por tarefas complexas sem supervisão humana constante.
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