Ex-engenheiro da NASA revela na Adobe MAX como a emoção impulsiona vídeos virais

Tecnologia

Los Angeles, EUA – A conferência Adobe MAX reuniu milhares de profissionais de criação para discutir tendências e ferramentas que moldam o futuro do conteúdo digital. No palco principal, o ex-engenheiro da NASA e youtuber Mark Rober sintetizou o que, segundo ele, transforma um vídeo comum em fenômeno de audiência: “toda peça que viraliza provoca uma resposta visceral no espectador”.

Rober trabalhou nove anos no Laboratório de Propulsão a Jato, onde integrou a equipe que levou o rover Curiosity a Marte. Depois de colaborar em projetos secretos na Apple, migrou para o YouTube e acumulou bilhões de visualizações ao tornar princípios de engenharia acessíveis ao grande público. Durante a apresentação, ele defendeu que o sucesso não está ligado a uma fórmula algorítmica, mas à habilidade de despertar emoções genuínas, como surpresa, riso ou inspiração.

A jornada do laboratório ao entretenimento

Formado em engenharia mecânica, Mark Rober ingressou na NASA em 2004. O ponto alto desse período foi a participação na missão Mars Science Laboratory, que pousou o Curiosity no planeta vermelho em 2012. Pouco depois, assumiu um cargo na Apple para desenvolver projetos de realidade aumentada e experiências interativas.

O primeiro experimento fora do ambiente corporativo ocorreu no Halloween de 2011, quando Rober usou dois iPads para simular um buraco no tronco do corpo. O vídeo curto, produzido na garagem de casa, alcançou milhões de visualizações em poucos dias. A repercussão mudou sua trajetória: ele percebeu que poderia aplicar métodos científicos à criação de conteúdo e, simultaneamente, à educação informal de jovens.

Embora tenha deixado a NASA em 2013, o criador afirma que a mentalidade de engenheiro permanece presente: “Testo hipóteses, coleto dados e ajusto variáveis. A diferença é que agora o foguete é a curiosidade das pessoas”, afirmou no evento.

Três pilares para alcançar a viralidade

No discurso, Rober detalhou a estrutura que guia cada roteiro publicado em seu canal. O primeiro pilar é o valor real, isto é, oferecer informação útil ou entretenimento tangível. Em segundo lugar está a relevância, capacidade de conectar o tema a situações que o público já vive ou considera importantes. O terceiro elemento é a autenticidade, traduzida pela expressão “esconder os legumes da ciência”: ensinar algo complexo de modo leve, sem jargões técnicos.

Segundo especialistas em marketing digital, o modelo apresentado por Rober converge com estudos recentes que apontam a emoção como catalisador de compartilhamentos. Relatórios indicam que conteúdos capazes de combinar utilidade e afeto têm 30% mais probabilidade de serem recomendados por sistemas de inteligência artificial de plataformas de vídeo.

Durante a palestra, o engenheiro exibiu bastidores de projetos como a armadilha de glitter para ladrões de encomendas e o trampolim de lava em vulcão ativo. Em ambos os casos, a narrativa foi construída para alternar momentos de tensão e alívio, sustentando a atenção do espectador por mais de 15 minutos — duração considerada alta para vídeos online.

Educação prática e impacto social

Fora das telas, Rober fundou em 2022 a CrunchLabs, startup dedicada a kits de engenharia para crianças. Os pacotes incluem peças modulares, instruções passo a passo e vídeos complementares. De acordo com dados oficiais da empresa, os kits já chegaram a 500 mil residências nos Estados Unidos.

O criador também participa de campanhas de mobilização, como a #TeamWater, que arrecada recursos para fornecer água potável a comunidades de baixa renda. Em parceria com outros youtubers, a iniciativa já financiou poços artesianos em regiões da África Oriental, segundo informações das organizações beneficiadas.

Para profissionais de comunicação e marcas presentes na Adobe MAX, o caso de Rober reforça a tendência de unir entretenimento e propósito social. Analistas consultados após a apresentação afirmam que ações alinhadas a causas claras contribuem para elevar métricas de engajamento e retenção, além de fortalecer a reputação corporativa.

O que muda para criadores e empresas

Ao destacar a emoção como força motriz, o ex-engenheiro da NASA sinaliza um ajuste de rota para quem depende de algoritmos de recomendação. Mais do que seguir guias técnicos de frequência de postagem, o conselho principal é construir histórias capazes de tocar o público em nível pessoal. Para marcas, isso significa alinhar campanhas a narrativas sensíveis à realidade cotidiana do consumidor. Para criadores independentes, consiste em identificar elementos emocionais genuínos antes de investir em equipamentos caros ou efeitos sofisticados.

Se essa postura for incorporada em larga escala, especialistas projetam maior diversidade temática e menor dependência de tendências momentâneas. Para o usuário final, o resultado pode se traduzir em conteúdos mais densos e menos repetitivos nos feeds diários.

Curiosidade

O traje de Halloween que deu origem à carreira de Mark Rober usava um aplicativo criado por ele próprio para sincronizar as imagens dos iPads. A ideia envolvia posicionar um aparelho na frente do peito e outro nas costas, ambos transmitindo um vídeo em tempo real, simulando um “buraco” atravessando o corpo. A solução simples, porém engenhosa, antecipou a proposta de misturar tecnologia, humor e ciência que marcaria todos os projetos futuros do engenheiro.

Para mais informações e atualizações sobre tecnologia e ciência, consulte também:

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Entender a lógica emocional por trás da viralização pode transformar a forma como criadores planejam seus vídeos e como empresas estruturam campanhas. Siga nossos artigos e descubra, na prática, como aplicar essas estratégias em seus projetos.

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