28 de novembro de 2023 — A italiana D-Orbit colocou em órbita dois veículos de transferência ION a bordo do voo compartilhado SpaceX Transporter-15, partindo da Base da Força Espacial de Vandenberg, Califórnia. Com essa operação, a empresa alcança a marca de mais de 200 cargas úteis transportadas desde que iniciou o serviço de entrega orbital.

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Missão leva primeira ligação óptica entre satélites da Itália
Os veículos batizados de Stellar Stephanus e Galactic Georgius foram inseridos em órbita heliossíncrona de 510 quilômetros. Entre as cargas, destacou-se o primeiro experimento italiano de ligação óptica entre satélites (OISL, na sigla em inglês), desenvolvido pela startup Stellar Project em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA). O objetivo é validar dois terminais compactos capazes de trocar dados por laser, tecnologia considerada estratégica para comunicações de alta taxa e baixa latência no espaço.
De acordo com especialistas da ESA, conexões ópticas permitem ampliar a capacidade de tráfego de dados sem interferência de radiofrequência, além de oferecer maior segurança contra interceptação. A iniciativa coloca a Itália no grupo restrito de países que testam redes a laser em órbita, campo dominado atualmente por Estados Unidos, Alemanha e Japão.
Lista diversificada de satélites em demonstração
No total, 10 cargas partiram dentro ou acopladas aos IONs. Entre os destaques:
- AI-eXpress 3 — Satélite desenvolvido por Planetek, D-Orbit e AIKO, cofinanciado pelo programa ESA InCubed, focado em criar uma “loja de aplicativos” espacial para processamento de dados na órbita.
- Foresail-1 Prime — CubeSat da Universidade Aalto, Finlândia, destinado a monitorar o ambiente de radiação terrestre e a testar o Plasma Brake, freio eletrodinâmico sem propelente que acelera a desorbitação de pequenos satélites.
- IoT da Spire/Lacuna — Quatro satélites de internet das coisas para prover conectividade global a sensores remotos. Cada unidade carrega também instrumentos de radio-ocultação e Sistema de Identificação Automática (AIS) para monitoramento marítimo.
- MS-1 — Demonstrador da Spaceium que avalia atuadores robóticos para transferência de combustível em órbita, além de computadores de bordo e sistemas térmicos.
- Pale Blue Gridded Ion Engine — Propulsor iônico compacto alimentado por água, desenvolvido pela startup japonesa Pale Blue.
- StardustMe — Payload da Nova Zelândia que carrega cápsulas de um grama com cinzas humanas, serviço voltado a memorialização espacial.
Segundo comunicado de Matteo Andreas Lorenzoni, vice-presidente de estratégia comercial da D-Orbit, as 200+ cargas entregues evidenciam “a diversidade e o dinamismo do setor espacial atual”. Os IONs atuam como “caronas finais”, posicionando satélites em órbitas específicas e reduzindo custos de propulsão dos clientes.
Impactos para o mercado de serviços em órbita
Analistas do segmento apontam que a consolidação dos veículos de transferência amplia a viabilidade de negócios que dependem de constelações de nanossatélites. Ao realizar pequenos ajustes orbitais e liberar cargas em lotes, empresas como D-Orbit reduzem prazos de comissionamento e facilitam experimentos tecnológicos sem necessidade de lançadores dedicados.
A tendência também estimula demonstrações de propulsão elétrica “verde”, métodos de remoção de detritos e serviços de manutenção, considerados pilares da chamada economia espacial sustentável. Relatórios indicam que o mercado de logística em órbita pode movimentar US$ 4 bilhões anuais até 2030, impulsionado por missões semelhantes.

Imagem: D-Orbit
Para o leitor, essas iniciativas significam acesso mais rápido a aplicações de monitoramento ambiental, conectividade em regiões remotas e novos serviços baseados em dados de alta resolução. Conforme mais satélites cheguem ao espaço por vias compartilhadas, a expectativa é de queda de preços e expansão do portfólio de soluções digitais acessíveis ao público e às empresas.
Curiosidade
A inclusão de cinzas humanas nos voos ION segue uma tradição que começou na década de 1990, quando o criador de “Star Trek”, Gene Roddenberry, teve parte de seus restos enviados ao espaço. Hoje, o segmento de memorialização orbital cresce a taxas de dois dígitos ao ano, aproveitando caronas em missões comerciais como a Transporter-15. Além de homenagear entes queridos, o serviço ajuda a financiar testes tecnológicos ao preencher espaços vazios na capacidade de carga.
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