O cometa interestelar 3I/ATLAS, terceiro objeto proveniente de fora do Sistema Solar já identificado, inicia em novembro uma nova janela de visibilidade para os observadores terrestres. Após atingir o periélio em 29 de outubro, o corpo celeste começa a afastar-se do Sol e volta gradualmente a aparecer no céu, embora continue exigindo equipamentos ópticos específicos devido ao brilho baixo.
Visibilidade prevista nas próximas semanas
De acordo com o guia astronômico TheSkyLive, o 3I/ATLAS tornará a surgir na primeira semana de novembro. A partir de 3 de novembro, o cometa poderá ser localizado pouco antes do amanhecer, em direção leste, a cerca de 9 graus acima do horizonte. Entre 3 e 17 de novembro, o objeto percorrerá a Constelação de Virgem, ganhando alguns graus de elevação a cada madrugada. Em seguida, a trajetória projeta-se para a Constelação do Leão.
No Brasil, as condições tendem a melhorar no início de dezembro, quando o cometa estará mais afastado do brilho solar e com elongação angular superior. Mesmo assim, o tempo útil de observação continuará restrito a aproximadamente uma hora antes do nascer do Sol.
Brilho baixo impõe uso de telescópios
Estimativas indicam magnitude visual em torno de 11,5. Nessa faixa, o objeto permanece invisível a olho nu e difícil de detectar com binóculos. Astrônomos recomendam telescópios de abertura mínima de 20 centímetros, montados em locais de céu escuro e horizonte leste desobstruído.
O presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), Marcelo Zurita, projeta que a observação por telescópios seja viável por volta de 10 de novembro. Segundo o especialista, a visibilidade dependerá da elongação — distância angular em relação ao Sol — e das condições de transparência atmosférica. “Por ser um cometa tênue, ele só se tornará perceptível quando ultrapassar 20 graus de elongação”, explica.
Máxima aproximação e importância científica
O ponto de maior proximidade com a Terra ocorrerá em 19 de dezembro, quando o 3I/ATLAS estará a cerca de 270 milhões de quilômetros. Apesar da distância considerável, a passagem desperta interesse porque oferece a chance de estudar material formado em outra região da Via Láctea.
Relatórios da International Asteroid Warning Network (IAWN) mostram que o cometa será incluído em uma campanha internacional de observação entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026. O objetivo é reunir dados sobre composição do núcleo, estrutura da coma e dinâmica orbital. Essas informações podem aprimorar modelos de formação de sistemas planetários e estratégias futuras de monitoramento de objetos potencialmente perigosos.

Imagem: gerada IA
Comparação com visitantes anteriores
O 3I/ATLAS é o terceiro visitante interestelar registrado, sucedendo 1I/’Oumuamua em 2017 e 2I/Borisov em 2019. Ao contrário de ’Oumuamua, que apresentou formato incomum e comportamento não cometário, e de Borisov, que exibiu atividade intensa, o novo objeto deve ter passagem discreta, segundo especialistas. A órbita mais distante do Sol reduz a sublimação de gelo e, consequentemente, o brilho observado da coma e da cauda.
O que muda para o leitor
Para entusiastas da astronomia, a aparição do 3I/ATLAS representa oportunidade rara de acompanhar um corpo extrassolar em tempo real. A necessidade de instrumentos de médio porte pode incentivar observatórios amadores a organizar sessões públicas e colaborar com redes de monitoramento científico. Mesmo sem visibilidade a olho nu, o fenômeno reforça o interesse por equipamentos acessíveis e por iniciativas de ciência cidadã.
Curiosidade
Embora o 3I/ATLAS seja apenas o terceiro visitante interestelar detectado, modelos de dinâmica galáctica sugerem que milhares de objetos semelhantes atravessam o Sistema Solar todos os anos. A grande maioria passa despercebida por causa do tamanho reduzido ou do brilho fraco. A melhoria de sensores digitais e algoritmos de detecção automática tem aumentado a probabilidade de novas descobertas, indicando que fenômenos como o 3I/ATLAS podem tornar-se mais comuns na próxima década.
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