Uma imagem registrada pelo Solar Dynamics Observatory (SDO) da NASA em 28 de outubro mostra o Sol com a aparência de uma tradicional abóbora de Halloween. A combinação de regiões ativas brilhantes e buracos coronais escuros criou dois “olhos”, um “nariz” e um amplo “sorriso” na superfície da estrela, compondo a curiosa figura que repercutiu nas redes sociais e em veículos de comunicação científica.
Buraco coronal é responsável por vento solar de alta velocidade
De acordo com especialistas em clima espacial, o contorno que forma a “boca” da imagem corresponde a um extenso buraco coronal — área em que as linhas do campo magnético solar se abrem e permitem a fuga de partículas carregadas. Esse fluxo de plasma, conhecido como vento solar, está se deslocando em direção à Terra com velocidade suficiente para provocar tempestades geomagnéticas classificadas entre G1 (menor) e G2 (moderada) entre 28 e 29 de outubro.
Tempestades desse nível podem gerar auroras em latitudes médias, interferir em comunicações rádio de alta frequência e produzir pequenas flutuações em redes elétricas. Centros de previsão, como a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), acompanham o fenômeno para alertar operadoras de satélites e companhias de energia.
Observatório monitora a atividade solar desde 2010
Lançado há 13 anos, o SDO fornece imagens em alta resolução do Sol a cada 12 segundos, cobrindo várias faixas de comprimento de onda. O registro de 28 de outubro foi obtido na banda de 193 angstroms, adequada para revelar detalhes da coroa solar e de buracos coronais. Essas informações ajudam a entender como a dinâmica magnética do Sol influencia o ambiente espacial ao redor da Terra.
Não é a primeira vez que o observatório captura uma face “assustadora” na estrela. Em 2014, uma configuração semelhante formou outra figura lembrando uma abóbora iluminada. Embora pareça mera coincidência, tais padrões resultam da distribuição temporária de regiões ativas e buracos coronais, que mudam à medida que o campo magnético solar se reorganiza durante o ciclo de 11 anos.
Episódios históricos reforçam a importância do monitoramento
O período de Halloween costuma ser lembrado pelos intensos eventos solares de 2003, quando uma série de erupções causou as chamadas “Tempestades de Halloween”. Na ocasião, o índice Kp atingiu 9 — o máximo da escala —, ocasionando apagões, falhas em satélites e auroras vistas em regiões próximas ao equador. Segundo dados oficiais, prejuízos diretos chegaram a centenas de milhões de dólares, ilustrando os riscos do clima espacial para infraestruturas críticas.
Comparado ao cenário de 2003, o buraco coronal atual representa um risco menor, mas ainda exige vigilância. Relatórios indicam que, em um planeta cada vez mais dependente de satélites de comunicação, navegação e observação da Terra, até mesmo tempestades moderadas podem impactar serviços de localização, operações aéreas e redes de distribuição de energia.
Situação atual e possíveis desdobramentos
Os modelos de previsão apontam que o vento solar associado ao buraco coronal deve alcançar a magnetosfera terrestre em aproximadamente dois a três dias. Caso o índice geomagnético alcance o nível G2, operadores de redes elétricas podem precisar ajustar a carga para evitar sobretensões. Além disso, companhias de satélite tendem a ativar modos de segurança para reduzir danos a equipamentos sensíveis.

Imagem: NASA
Embora seja improvável que o evento cause interrupções significativas, pesquisadores enfatizam a importância de manter sistemas de monitoramento contínuo. Segundo relatórios da Agência Espacial Europeia (ESA), a cada ciclo solar completo existe, em média, uma tempestade de intensidade suficiente para provocar danos substanciais a satélites e provocar blecautes regionais.
Impacto para o público e para o mercado
Para o usuário final, o principal efeito percebido pode ser a visualização ampliada de auroras em regiões fora do círculo polar, condição que atrai turistas e fotógrafos profissionais. No setor de telecomunicações, operadoras de satélites seguem atentas a possíveis anomalias, enquanto empresas de energia utilizam dados em tempo real para ajustar a operação de sistemas críticos. Em escala global, o episódio reforça a necessidade de investimento em infraestrutura resiliente e em pesquisa sobre clima espacial.
Curiosidade
O rosto “assustador” do Sol coincide com o pico de popularidade das abóboras esculpidas, tradição que chegou aos Estados Unidos no século XIX com imigrantes irlandeses. De forma curiosa, tanto a face solar quanto a abóbora de Halloween dependem da combinação entre luz e sombra para criar a expressão. No caso solar, a “iluminação” vem da emissão ultravioleta, enquanto na abóbora, a fonte de luz é uma simples vela.
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