A Valve afirmou que a nova Steam Machine, prevista para chegar ao mercado no início de 2026, terá desempenho igual ou superior ao de 70% dos computadores utilizados atualmente para jogos. A informação foi dada por Yazan Aldehayyat, engenheiro de hardware da companhia, em entrevista ao canal “Adam Savage’s Tested”. Segundo o executivo, o objetivo é oferecer uma experiência de alto nível sem alcançar preços de equipamentos topo de linha.
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Configuração equilibrada integra componentes sob medida da AMD
Para cumprir a promessa de desempenho, o sistema trará um conjunto de hardware desenvolvido em parceria com a AMD. A placa gráfica será baseada na arquitetura RDNA 3 e contará com 8 GB de memória GDDR6. Estimativas do mercado apontam que essa GPU entrega performance comparável à da Radeon RX 7600, suficiente para rodar títulos em 1080p com folga e, em situações específicas, até em resolução superior.
O processador também será fabricado sob medida pela AMD e usará a arquitetura Zen 4 com seis núcleos. Complementam o pacote 16 GB de memória DDR5 e unidades de estado sólido (SSD) de até 2 TB. O sistema operacional escolhido é o SteamOS 3, derivado da distribuição Arch Linux e otimizado para a plataforma de jogos da empresa.
De acordo com testes internos divulgados pela Valve, a combinação de CPU e GPU personalizada consegue executar títulos em 4K a 60 fps em determinados cenários. A companhia ressalta que análises independentes serão essenciais para validar esses números, mas reforça que a máquina foi projetada para atender a maioria dos jogadores, sem competir diretamente com PCs de alto custo.
Foco em custo-benefício e acesso mais amplo ao catálogo da Steam
Aldehayyat explicou que a decisão de não adotar componentes topo de linha está ligada ao equilíbrio entre desempenho e preço de venda. “Queríamos alcançar uma faixa de usuários que busca qualidade, mas não deseja investir quantias elevadas”, destacou o engenheiro. A estratégia repete a abordagem vista anteriormente no Steam Deck, portátil que conquistou espaço ao oferecer boa performance com preço competitivo.
Especialistas do setor observam que o mercado de PCs gamer tem se concentrado em hardware de alto valor, deixando uma parcela considerável de consumidores sem opções intermediárias satisfatórias. Ao posicionar a Steam Machine como solução “mais rápida que 70% dos PCs”, a Valve tenta preencher essa lacuna e, ao mesmo tempo, acelerar a adoção do SteamOS entre novos públicos.
Relatórios da consultoria Jon Peddie Research mostram que, apenas em 2023, os gastos globais com hardware para jogos ultrapassaram US$ 45 bilhões. Entretanto, mais da metade das vendas ficou concentrada em placas gráficas e processadores premium. Analistas indicam que há espaço para produtos que conciliam eficiência e preço, principalmente em economias emergentes onde a atualização de PCs é feita de forma gradual.
Data de lançamento e expectativas de mercado
Embora a janela de lançamento esteja marcada para o primeiro trimestre de 2026, a Valve ainda não divulgou valores oficiais nem mercados que receberão a Steam Machine na estreia. A empresa sinalizou, porém, que pretende iniciar as vendas na América do Norte e na Europa, expandindo gradualmente para outras regiões conforme a capacidade de produção.
Imagem: reprodução
No passado, a Valve já tentou levar o SteamOS a parceiros externos por meio das chamadas “Steam Machines” lançadas em 2015. O projeto naufragou devido à falta de padronização de hardware e aos preços pouco competitivos. Agora, a companhia aposta em um modelo interno, com design fechado e controle direto sobre especificações e atualizações, para evitar a fragmentação que comprometeu a iniciativa anterior.
Segundo analistas de mercado, o sucesso do Steam Deck fortalece a confiança da Valve em soluções proprietárias. Ao aplicar o aprendizado de produção em larga escala e otimização de drivers de Linux, a empresa busca tornar a nova Steam Machine um produto mais maduro desde o início.
O que pode mudar para o consumidor?
Para o usuário comum, a chegada de um PC gamer com preço potencialmente mais acessível significa opções adicionais na hora de montar ou substituir o setup de jogos. Caso a Valve mantenha o equilíbrio entre custo e desempenho, a Steam Machine poderá pressionar fabricantes tradicionais a rever suas margens e estratégias de mercado, beneficiando quem busca atualizar o hardware sem investir em componentes de ponta. Além disso, a expansão do SteamOS pode aumentar o interesse dos estúdios em otimizar seus títulos para Linux, ampliando a compatibilidade de jogos fora do ecossistema Windows.
Curiosidade
A primeira tentativa de Steam Machine, em 2015, contou com protótipos de várias marcas e hardware variado. Uma das unidades mais potentes daquela geração utilizava processador Intel Core i7 de quarta geração e GPU NVIDIA GTX 980, mas custava mais que um console de última geração da época. Hoje, a Valve assume o controle total do projeto, apostando em um único design para evitar diferenças de experiência entre os compradores e, assim, reduzir a complexidade de suporte.
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