A fabricante norte-americana de motores de foguete Ursa Major anunciou a captação de US$ 100 milhões em rodada Série E e assegurou outros US$ 50 milhões em linhas de crédito. O reforço financeiro ocorre no momento em que a empresa amplia a oferta de propulsão para programas hipersônicos e motores de foguetes sólidos demandados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

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Investidores reforçam segmento estratégico para o Pentágono
De acordo com o comunicado, o aporte foi liderado pelo fundo Eclipse e contou com a participação de Woodline Partners, Principia Growth, XN e Alsop Louie Partners, além de investidores já presentes no capital da companhia. O movimento segue a orientação de Washington para diversificar a cadeia de fornecedores de sistemas de propulsão, área em que relatórios oficiais apontam gargalos de produção.
A Ursa Major informou ter acumulado mais de US$ 115 milhões em contratos apenas nos três primeiros trimestres de 2025, volume proveniente principalmente de agências militares, da Stratolaunch e da BAE Systems. Os negócios concentram-se agora em duas linhas principais: motores líquidos para veículos hipersônicos e motores de foguetes sólidos.
Mudança de foco: do mercado comercial ao setor de defesa
Fundada há uma década com a proposta de fornecer motores prontos para startups de lançadores orbitais, a Ursa Major viu a demanda de pequenos foguetes esfriar após um período de consolidação no setor. Paralelamente, o Departamento de Defesa passou a buscar novos fornecedores capazes de atender a programas de armas hipersônicas e defesa antimísseis, historicamente concentrados em fabricantes tradicionais.
Esse cenário abriu espaço para empresas com linhas de produção mais modernas. Em apresentações a investidores, o CEO Dan Jablonsky afirmou que a companhia se enxerga “primordialmente como contratada de defesa”. Segundo o executivo, não há aplicações comerciais relevantes no curto prazo para os propulsores desenvolvidos para veículos hipersônicos e mísseis.
Portfólio inclui motores Hadley e Draper
O motor Hadley, carro-chefe na fase inicial da Ursa Major, equipa o Talon-A, veículo de teste hipersônico operado pela Stratolaunch. A plataforma é considerada essencial para campanhas de ensaio de alta velocidade conduzidas pelos EUA. Já o programa Draper representa a aposta da empresa em propulsão de última geração para veículos hipersônicos e interceptadores de defesa.
Projetado para funcionar com propelentes à temperatura ambiente, o Draper oferece aceleração gradativa e capacidade de manobra, recursos apontados por especialistas como cruciais para sobreviver às exigências térmicas e aerodinâmicas de voos superiores a Mach 5. Autoridades de defesa têm destacado a necessidade de motores que combinem potência, controle e pronta entrega — requisitos que a Ursa Major pretende atender com processos fabris automatizados.
Escalabilidade é o próximo desafio
Líderes militares norte-americanos vêm alertando para a urgência de aumentar a produção de mísseis em toda a cadeia. Conforme Jablonsky, a companhia prepara uma expansão que permitirá produzir “centenas, e depois milhares” de unidades por ano. O executivo não detalhou prazos, mas mencionou investimentos em maquinário e contratação de pessoal especializado.
Segundo analistas do setor aeroespacial, contratos de longo prazo com o Pentágono poderão garantir previsibilidade de receita e financiar essa ampliação industrial. Entretanto, os mesmos especialistas observam que a competição com fornecedores estabelecidos exigirá da Ursa Major a manutenção de prazos rigorosos e certificações complexas.

Imagem: Ursa Major
Possível expansão para propulsão orbital e satélites
Embora o foco imediato seja a defesa, a empresa avalia oportunidades em mobilidade espacial. O Exército e a Força Espacial dos EUA estudam satélites capazes de ajustar órbitas rapidamente, conceito que demanda motores compactos e de resposta rápida. A Ursa Major afirma que a arquitetura do Draper pode ser adaptada a esses projetos, potencialmente inserindo a companhia em futuros contratos de segurança espacial.
Impacto para o mercado e para o leitor
A entrada de novos fornecedores em propulsão hipersônica pode acelerar cronogramas de desenvolvimento de sistemas avançados, reduzir custos e aumentar a competitividade na base industrial de defesa. Para o público civil, essa corrida tecnológica tende a influenciar, em médio prazo, plataformas de lançamento mais eficientes e satélites com maior capacidade de manobra, aspectos que impactam comunicações, monitoramento climático e navegação.
Curiosidade
Apesar de ter nome de constelação, a Ursa Major não atua em astronomia. A inspiração vem do fato de que, desde a Antiguidade, a constelação Grande Ursa serviu de referência para navegador, espelhando a ambição da empresa de ser guia na nova era de propulsão. A metáfora se reforça ao lembrar que a estrela mais famosa do asterismo, a Dubhe, é usada para apontar a Estrela Polar, assim como motores hipersônicos apontam o caminho para a próxima geração de veículos de alta velocidade.
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