Startup francesa U-Space capta €24 milhões para fabricar um satélite por semana até 2027

Ciência

A empresa francesa U-Space fechou uma rodada Série A de €24 milhões (cerca de US$27,8 milhões) com o objetivo de acelerar a produção de pequenos satélites voltados a constelações em órbita baixa. Com o novo aporte, a companhia sediada em Toulouse pretende alcançar a marca de um satélite construído por semana em 2027 e, posteriormente, elevar a cadência para um por dia.

Quem investe e por que aposta na U-Space

O financiamento foi liderado pelo fundo Blast Défense (Definvest), gerido pelo banco público francês Bpifrance para o Ministério das Forças Armadas, e pelo Expansion Venture Capital. Também participaram Primo Capital, Karot Capital, ARIS Venture Capital e Vertech Finance.

Segundo comunicado da Bpifrance, o histórico da U-Space na entrega de sistemas confiáveis em órbita reforçou a decisão de manter o suporte financeiro. Investidores como Primo Space Fund e Expansion Venture Capital destacam que a companhia reúne “todos os ativos” necessários para se posicionar como principal fabricante europeia de satélites de pequeno porte.

Produção em escala e infraestrutura dedicada

Para atender à demanda crescente de constelações, a U-Space desenvolveu o U-Zine, uma sala limpa de 850 m² onde são montados e testados os satélites. A área faz parte da estratégia industrial que prevê processos padronizados e alto nível de automação. De acordo com os gestores, a meta de um satélite por semana exigirá a expansão de software de planejamento, cadeia de suprimentos robusta e integração estreita com lançadores comerciais.

Atualmente, a empresa trabalha em parceria com a agência espacial francesa CNES, a Safran, o Centro Nacional de Ciência e Tecnologia Espaciais dos Emirados Árabes Unidos e a Agência de Inovação em Defesa da França. As colaborações incluem desenvolvimento de cargas úteis, sistemas de propulsão e missões de vigilância espacial.

Marco operacional e histórico de voos

Os dois primeiros satélites projetados, construídos e operados pela U-Space foram lançados em março em uma missão compartilhada da SpaceX. Outros dez satélites devem ser entregues no próximo ano, consolidando o portfólio da empresa em órbita. De acordo com dados oficiais, a organização já participou de missões de consciência situacional no espaço, reforçando a confiabilidade dos sistemas em operação.

Cenário global de constelações

Relatórios de mercado indicam que a demanda por pequenos satélites — equipamentos de até 500 kg — deve se multiplicar nesta década, impulsionada por serviços de banda larga, observação da Terra e monitoramento climático. Empresas como SpaceX, OneWeb e Amazon lideram megaconstelações que exigem centenas ou milhares de unidades, criando espaço para fabricantes especializados em ciclos de produção acelerados.

Nesse contexto, a estratégia da U-Space de alcançar um satélite por dia visa competir em escala global. Especialistas ressaltam que a velocidade de entrega se tornou fator decisivo para operadoras que precisam repor unidades ou expandir cobertura rapidamente. Além disso, a produção em massa tende a reduzir custo por unidade, aumentando a atratividade para projetos governamentais e comerciais.

Próximos passos e desafios

Com a rodada Série A concluída, a empresa deve investir em automação de processos, contratação de engenheiros e ampliação de linhas de montagem. Também está prevista a entrada em mercados internacionais, aproveitando a tendência de governos de diversificar fornecedores de tecnologia espacial. Contudo, analistas apontam desafios como volatilidade na cadeia de componentes eletrônicos, competição de fabricantes asiáticos e necessidade de certificações rigorosas.

Para o leitor, a escalada de produção de satélites pode resultar em serviços de conectividade mais acessíveis, monitoramento ambiental mais preciso e novos aplicativos baseados em dados de observação da Terra. Se a meta da U-Space se cumprir, o tempo entre a concepção de uma missão e seu lançamento poderá ser significativamente reduzido, beneficiando setores como agricultura de precisão, logística e resposta a desastres.

Curiosidade

Embora ambiciosa, a meta da U-Space não é inédita: na década de 1950, a indústria aeronáutica dos Estados Unidos chegou a produzir um bombardeiro B-24 por hora. A comparação ressalta como a automação e a padronização de processos podem transformar a fabricação também no setor espacial, onde cada grama e cada parafuso costumavam ser únicos.

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