Os tubarões-martelo, reunidos na família Sphyrnidae, chamam atenção pelo crânio lateralmente alongado que lhes rendeu o nome popular. Longe de ser uma mera excentricidade anatômica, a estrutura oferece vantagens decisivas para a sobrevivência dessas espécies, que variam de 1,5 a 4 metros de comprimento, da bonnethead ao grande tubarão-martelo.
Campo de visão ampliado favorece a caça
A configuração “em T” posiciona os olhos nas extremidades da cabeça, ampliando o ângulo binocular. Um estudo de 2009 avaliou duas espécies: o winghead apresentou 48 graus de sobreposição visual, enquanto o tubarão-martelo-entalhado registrou 34 graus. Para comparação, espécies de focinho estreito, como o tubarão-limão, alcançam cerca de 15 graus. A maior faixa de visão permite detectar presas e predadores em um arco mais amplo, fator crucial em ambientes abertos onde lulas e arraias costumam ficar fora do alcance de tubarões convencionais.
Sensores elétricos distribuídos aumentam precisão
A cabeça expandida também otimiza a eletrorecepção. Como outros elasmobrânquios, o tubarão-martelo possui a ampola de Lorenzini — rede de poros sensoriais capaz de captar campos elétricos gerados por organismos vivos. No formato martelo, esses poros se espalham por uma superfície maior, tornando mais fácil localizar presas enterradas na areia ou ocultas em fendas do recife. A distribuição amplia a triangulação do sinal elétrico, reduzindo a margem de erro na investida final.
Manobras rápidas compensam o arrasto
Embora o perfil largo aumente o arrasto hidrodinâmico, pesquisas indicam que a forma permite giros bruscos e mudanças de direção repentinas. Essa agilidade confere ao animal a fração de segundo necessária para surpreender uma presa ou escapar de predadores. O desempenho compensa a perda de velocidade linear, resultando em um equilíbrio adaptativo entre mobilidade e estabilidade.
Evolução convergente reproduz a forma em outros grupos
A cabeça em martelo não é exclusividade dos tubarões. Estruturas similares surgiram em vermes Bipalium e em animais extintos como Diploceraspis. O fenômeno exemplifica evolução convergente: pressões ambientais semelhantes podem levar linhagens distantes a desenvolver adaptações parecidas. No caso dos tubarões-martelo, a combinação de visão ampliada, sensoriamento elétrico eficiente e manobrabilidade reforçou sua presença em diferentes ecossistemas marinhos.
Apesar das vantagens evolutivas, diversas espécies do grupo enfrentam risco de extinção devido à pesca direcionada e à captura acidental. Proteções legais e monitoramento populacional tornaram-se essenciais para garantir a continuidade de um dos predadores mais singulares dos oceanos.

Imagem: Nicolas-SB
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Em resumo, o formato em martelo oferece ao tubarão-martelo um pacote de vantagens que combina visão ampla, precisão sensorial e capacidade de manobra. Esses fatores explicam por que o animal, apesar da aparência inusitada, é um caçador extremamente eficiente. Continue acompanhando nosso site para mais informações sobre adaptações surpreendentes no reino animal.
Curiosidade
Pesquisadores já observaram tubarões-martelo nadando em formação, alinhados lado a lado, possivelmente para maximizar a detecção de correntes elétricas geradas por cardumes. Essa estratégia coletiva reforça o alcance sensorial de cada indivíduo e pode aumentar o sucesso de caça em mar aberto.
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