Starship realiza 11º teste hoje com pouso duplo e nova manobra de reentrada

Tecnologia

SpaceX pretende lançar nesta segunda-feira (13 de outubro) o 11º voo-teste do Starship, megafoguete de 121 metros de altura projetado para missões à Lua e a Marte. A decolagem está marcada para as 19h15 (horário de Brasília), a partir da base Starbase, no sul do Texas, dentro de uma janela de 75 minutos que se estende até 20h30. Segundo alertas rodoviários locais, a empresa reservou 14 e 15 de outubro como datas de contingência.

Objetivos técnicos do Flight 11

O ensaio de hoje deverá durar pouco mais de uma hora e repete, em linhas gerais, o perfil bem-sucedido do Flight 10, realizado em 26 de agosto. A missão começa com o propulsor Super Heavy realizando a separação hot stage corte de motores seguido da partida dos motores da segunda etapa com os veículos ainda acoplados. Cerca de dois minutos e meio após a decolagem, o estágio primário inicia a queima de retorno, devendo amerissar no Golfo do México cerca de seis minutos e meio depois.

Nesta campanha, o Super Heavy testará um novo layout de queima de pouso: 13 motores Raptor serão ligados no início da manobra, reduzidos a cinco para correções de trajetória e, por fim, a três para o toque na água. De acordo com a empresa, esse procedimento antecipa o padrão previsto para a futura versão 3 do foguete e adiciona redundância caso ocorra falha espontânea de algum motor.

Já a nave superior (conhecida apenas como Ship) levará oito satélites fictícios da constelação Starlink, que serão liberados em sequência a partir de 18 minutos e meio de voo. Cerca de 37 minutos após o lançamento, um motor Raptor será religado no espaço para demonstrar a capacidade de manobra orbital, requisito essencial para missões translunares e interplanetárias.

Reentrada sobre o Índico e teste de proteção térmica

Para a fase de retorno, a SpaceX retirou deliberadamente alguns ladrilhos do escudo térmico da Ship a fim de “estressar” áreas críticas e coletar dados de temperatura e integridade estrutural. A reentrada começa por volta de 47 minutos de voo, seguida por um mergulho controlado rumo ao Oceano Índico, a oeste da Austrália, onde a cápsula deve amerissar 18 minutos depois.

Segundo a companhia, esse perfil simula a trajetória que veículos futuros farão ao regressar à própria Starbase, etapa que ainda exigirá o tão aguardado “resgate” pelas hastes da torre de lançamento, apelidadas de chopsticks. Especialistas avaliam que o teste de hoje ajudará a validar algoritmos de guiagem subsônica e a durabilidade da proteção térmica em condições mais críticas.

Por que o Flight 11 é importante

O Flight 11 é o quinto lançamento do sistema em 2025 e o último da chamada “versão 2” do Starship. A SpaceX busca reunir dados suficientes para acelerar a transição para a versão 3, que promete maior empuxo, capacidade de carga e procedimentos de pouso totalmente recuperáveis. A empresa também precisa demonstrar repetibilidade dos voos para cumprir prazos contratuais, entre eles o compromisso com a NASA de entregar a variante de pouso tripulado do Artemis.

Relatórios internos indicam que a cadência de testes vem aumentando: desde janeiro, foram quatro voos, com evolução consistente nos principais marcos de missão. O Flight 10, por exemplo, completou todos os objetivos, incluindo a liberação de cargas de teste e a coleta de dados de reentrada, apesar de ambos os estágios terem caído no oceano.

Para o mercado espacial, o sucesso de hoje pode representar mais um passo rumo a lançamentos orbitais de baixo custo. Analistas do setor destacam que o sistema reutilizável, se comprovado, tende a reduzir o valor por quilo em órbita a níveis inéditos, com impacto direto em telecomunicações, observação da Terra e missões científicas.

Starship realiza 11º teste hoje com pouso duplo e nova manobra de reentrada - Imagem do artigo original

Imagem: Mike Wall published

Como acompanhar o lançamento

A transmissão oficial ficará disponível na plataforma X (ex-Twitter) da SpaceX e no aplicativo X TV, com início previsto 30 minutos antes da abertura da janela, às 18h45. O portal NASASpaceflight iniciará cobertura expandida às 17h15, incluindo comentários técnicos durante as checagens de abastecimento.

Quem estiver na região pode observar o lançamento de áreas públicas próximas a South Padre Island, como o anfiteatro de Isla Blanca Park ou a orla de Port Isabel. De acordo com autoridades locais, o tráfego costuma ficar intenso horas antes da decolagem; portanto, recomenda-se chegar com antecedência.

Impacto para o público

Para o leitor, a evolução do Starship significa a possibilidade de voos interplanetários e satélites mais baratos num horizonte de poucos anos. Caso o Flight 11 confirme as melhorias no procedimento de pouso e no escudo térmico, aumenta a confiança em viagens comerciais à órbita lunar ou até mesmo a Marte, cenário que pode redefinir turismo espacial, pesquisa científica e serviços de internet via satélite.

Curiosidade

Sabia que, com 121 metros, o Starship é mais alto que a Estátua da Liberdade (93 metros, incluindo o pedestal)? Mesmo assim, o conjunto supera em apenas 20 metros o lendário Saturn V, que levou o homem à Lua. A diferença é que, enquanto o Saturn V era totalmente descartável, o Starship foi projetado para voar repetidas vezes, aproximando a lógica de operação de um avião comercial ao transporte espacial.

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