SpaceX apresentou uma nova proposta para a missão Artemis 3, da NASA, prevendo um roteiro operacional mais simples e rápido para levar astronautas ao polo sul lunar. A atualização, divulgada em 30 de outubro no blog oficial da empresa, responde à decisão da agência de reabrir a concorrência para o módulo de pouso, medida motivada pelo ritmo de desenvolvimento do foguete Starship.
Nasa reabre licitação e aponta atraso no cronograma
O contrato original, assinado em 2021, previa que a SpaceX utilizaria uma versão modificada da etapa superior da Starship como módulo de pouso tripulado. No entanto, em 20 de outubro, o administrador interino da NASA, Sean Duffy, informou à CNBC que a agência voltará a avaliar outras propostas. Ele citou preocupação com o avanço das atividades da companhia, que já realizou 11 voos de teste não tripulados, mas ainda não atingiu a órbita terrestre nem realizou transferências de propelente em microgravidade — etapa essencial para missões lunares.
“Estamos em uma corrida contra a China”, declarou Duffy, referindo-se ao plano chinês de pousar taikonautas na Lua até 2030. A fala recebeu críticas do fundador da SpaceX, Elon Musk, que utilizou redes sociais para rebater o dirigente e defender a capacidade da empresa.
Nova proposta foca em segurança e rapidez
No comunicado intitulado “To the Moon and Beyond”, a SpaceX informa que avalia um “conceito de operações simplificado” para cumprir a meta de 2028 estabelecida pela NASA. Embora não detalhe o novo desenho da missão, a companhia diz que a mudança pode “aumentar a segurança da tripulação” e “antecipar o cronograma de retorno” da humanidade à superfície lunar.
Segundo o texto, a Starship dispõe de volume pressurizado superior a 600 m³ — cerca de dois terços de toda a Estação Espacial Internacional — e conta com duplo sistema de escotilhas para atividades extraveiculares. A empresa destaca ainda ter concluído 49 marcos contratuais, que incluem testes de blindagem contra micrometeoritos e validação de sistemas de controle térmico, vida e ambiente lunar.
A SpaceX lembra que financia, com recursos próprios, o desenvolvimento do “caminho principal” da Starship, destinada a missões de longo prazo, como a colonização de Marte. Já o contrato com a NASA é de preço fixo, o que significa que o pagamento só ocorre após entregas comprovadas, protegendo o orçamento público de custos adicionais.
Próximos passos até 2026
A companhia planeja lançar uma etapa superior da Starship à órbita terrestre e realizar um teste de reabastecimento em espaço aberto já em 2026, etapa considerada crítica para missões tripuladas. De acordo com relatórios internos citados no comunicado, essa campanha deverá demonstrar a viabilidade do transporte de grandes quantidades de propelente entre veículos, condição indispensável para a travessia rumo à Lua.
Especialistas consultados por diferentes agências espaciais apontam que a capacidade de reabastecimento orbital é o principal diferencial da Starship em comparação com aterrissadores concebidos na era Apollo. Caso o procedimento seja bem-sucedido, reduzirá o número de lançamentos necessários e poderá facilitar missões mais extensas, com maior autonomia de carga e tripulação.

Imagem: Mike Wall published
Impacto potencial para o programa Artemis e para o público
Se aprovada, a arquitetura simplificada pode reduzir custos logísticos, diminuir riscos de acoplamento em órbita lunar e antecipar a presença humana contínua na superfície. Para o leitor, isso significa avanços mais rápidos em tecnologias derivados de voos espaciais, como sistemas de reciclagem de água e novos materiais leves que tendem a chegar ao mercado de consumo em poucos anos.
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Curiosidade
Numa comparação histórica, a cabine pressurizada de uma única Starship possui volume interno equivalente a toda a estação Skylab, primeiro laboratório orbital dos Estados Unidos lançado em 1973. A diferença é que, enquanto o Skylab precisou de um foguete Saturn V exclusivo, a Starship está sendo projetada para pousar inteira na Lua e retornar, ampliando de forma inédita o espaço habitável disponível para astronautas em solo lunar.
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