A SpaceX realizou na noite de segunda-feira (13) o quinto lançamento da Starship em 2025, completando o 11.º teste geral do programa com todos os objetivos cumpridos. O voo marcou a despedida do modelo V2 e abriu caminho para a introdução da próxima geração, batizada de V3, prevista para chegar à plataforma entre o fim deste ano e o início de 2026.
Booster pousa no mar após separação limpa
O propulsor Super Heavy impulsionou a nave durante os primeiros minutos do lançamento, realizou uma separação considerada “limpa” pelos engenheiros e executou um pouso controlado no Oceano Índico. Segundo a empresa, a manobra incluiu sequências que simulam a futura captura do foguete pela torre de lançamento, etapa tida como fundamental para alcançar a rápida reutilização dos equipamentos.
De acordo com dados oficiais apresentados na transmissão, esse foi o segundo pouso em água bem-sucedido do propulsor, reforçando a robustez do sistema de controle de descida. Especialistas apontam que a técnica é um passo intermediário antes do retorno completo à base, prática que reduziria custos e tempo de preparação entre missões.
Estágio superior testa ejeção de satélites e integridade térmica
Já em órbita, o estágio superior da Starship executou dois ensaios considerados críticos:
- ejeção de satélites falsos por uma escotilha lateral, validando o método que deve ser usado para lançar lotes do Starlink V3;
- reentrada com remoção deliberada de algumas placas do escudo térmico para avaliar pontos de estresse da fuselagem.
Relatórios indicam que ambos os objetivos foram cumpridos sem danos significativos ao veículo. Ao pousar novamente no oceano, a nave manteve a integridade estrutural, resultado que, segundo engenheiros da companhia, reforça a confiabilidade do revestimento cerâmico e das aletas de controle.
Por que a versão V3 é estratégica
Com o ciclo da V2 encerrado, a SpaceX direciona esforços para o desenvolvimento da Starship V3. De acordo com executivos citados na transmissão, essa variante utilizará motores Raptor atualizados, tanque de combustível reforçado e sistemas de comunicação otimizados. A empresa pretende testar, ainda em 2026, o reabastecimento orbital, considerado gargalo para missões lunares e, no futuro, interplanetárias.
A NASA depende do sucesso dessa etapa para o programa Artemis, que planeja pousar astronautas no polo sul da Lua em 2027. Cálculos internos da SpaceX estimam necessidade de cerca de 10 voos de reabastecimento para cada missão tripulada; análises externas falam em até 40. A V3 será usada justamente para reduzir esse número e validar a transferência de propelente em microgravidade.
Impacto no mercado e no cronograma espacial
Segundo analistas da indústria, o teste bem-sucedido reforça a posição da SpaceX como principal operadora privada de veículos de grande porte. A performance da Starship tende a pressionar concorrentes a acelerar projetos semelhantes, como o New Glenn, da Blue Origin, e o Neutron, da Rocket Lab.
Para o público, a consolidação do sistema significa eventual queda nos preços de lançamento de satélites, maiores constelações de internet em órbita baixa e, a médio prazo, a possibilidade de voos comerciais suborbitais de longa distância. A eficiência demonstrada pela tripulação no ensaio coloca a empresa mais próxima de habilitar a nave para transportar cargas da NASA, da ESA e de agências militares norte-americanas.

Imagem: Reprodução
Próximos passos e desafios regulatórios
Antes de avançar para a V3, a SpaceX deverá apresentar relatórios detalhados à Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA). O procedimento inclui análise de impacto ambiental, avaliação de segurança pública e revisão dos dados de telemetria. Caso não surjam restrições adicionais, a companhia planeja iniciar a montagem do novo protótipo nas próximas semanas na Starbase, Texas.
O cronograma prevê:
- testes estáticos dos motores até setembro;
- voo de qualificação sem carga útil entre outubro e novembro;
- primeira tentativa de reabastecimento orbital no primeiro trimestre de 2026.
Entidades independentes alertam que os prazos podem sofrer atrasos devido à complexidade do sistema e às aprovações necessárias, mas reconhecem que o histórico recente da empresa demonstra capacidade de adaptação rápida a exigências regulatórias.
Análise de impacto para o leitor
A conclusão de um voo completo sem falhas reposiciona a Starship como candidata real ao transporte tripulado além da órbita terrestre. Para o consumidor final, isso pode significar, num futuro próximo, planos de internet via satélite mais velozes, viagens intercontinentais mais curtas e, a longo prazo, o início do turismo lunar. O sucesso da SpaceX também pressiona governos a investir em projetos concorrentes, ampliando o ecossistema de inovação espacial.
Curiosidade
Você sabia que a Starship mede 9 metros de diâmetro, praticamente o dobro do saturn V no estágio superior? Essa largura permite transportar mais de 100 toneladas em uma única viagem, volume suficiente para levar um módulo lunar completo ou, segundo a SpaceX, as peças necessárias para construir uma base preliminar em Marte.
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