O foguete Soyuz 2.1a decolou do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, às 6h27 (horário de Brasília) desta quinta-feira, levando o astronauta norte-americano Chris Williams e os cosmonautas russos Sergey Kud-Sverchkov e Sergei Mikaev rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). A data do lançamento coincidiu com o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, marcando a primeira vez em que uma tripulação parte para o espaço exatamente nesse feriado.

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Lançamento simbólico e chegada em tempo recorde
Em apenas três horas, a cápsula Soyuz MS-28 completou o trajeto até a ISS, acoplando ao módulo Rassvet por volta das 9h30. O curto percurso, segundo engenheiros da Roscosmos, foi possível graças a uma trajetória de encontro rápida, já validada em voos anteriores. Para reforçar o caráter especial da missão, o foguete recebeu ilustrações criadas por crianças em tratamento contra o câncer, além de retratos dos primeiros visitantes da estação, que completa 25 anos de operação contínua.
Logo após entrar em órbita, dois pequenos bonecos de crochê – um gato ruivo chamado Gizmo e um mini-cosmonauta tricotado por estudantes da cidade de Gagarin – funcionaram como indicadores de ausência de gravidade, flutuando pela cabine e sinalizando o início da microgravidade.
Rotina a bordo e celebração do feriado
Quando as escotilhas foram abertas, Williams, Kud-Sverchkov e Mikaev foram recebidos pelos sete integrantes da Expedição 73: o comandante Sergey Ryzhikov, os engenheiros de voo Alexey Zubritsky e Oleg Platonov (Roscosmos); Jonny Kim, Zena Cardman e Mike Fincke (NASA); e Kimiya Yui (JAXA). A equipe preparou um almoço especial com peru, molho de cranberry e outras iguarias adaptadas para consumo em microgravidade. Os alimentos vieram em setembro, em um cargueiro que transportou o chamado BOB – Saco Embalado a Granel para as Festas – contendo até salmão e lagosta, segundo a NASA.
De acordo com a agência norte-americana, manter tradições no ambiente orbital auxilia no bem-estar psicológico dos tripulantes, reforçando laços de comunidade mesmo a 400 quilômetros da superfície da Terra. O engenheiro de voo Mike Fincke, que já passou outro Dia de Ação de Graças no espaço, afirmou em vídeo prévio que “pequenos rituais ajudam a lembrar por que vale a pena explorar”.
Objetivos científicos e tecnológicos da Expedição 74
Após o retorno de três tripulantes da Expedição 73 no início de dezembro, Williams, Mikaev e Kud-Sverchkov integrarão oficialmente a Expedição 74, com permanência prevista de 242 dias. Entre os projetos destacados pela NASA está a instalação e o teste do E4D, equipamento europeu de exercícios que combina ciclismo, remo, resistência e simulações de escalada. Especialistas apontam que o aparato pode reduzir perdas musculares e ósseas, tema crucial para futuras missões de longa duração.
O cronograma inclui ainda pesquisas sobre combustíveis criogênicos, crescimento de cristais semicondutores e protocolos de segurança para reentrada, considerados essenciais para a próxima geração de veículos espaciais tripulados. Paralelamente, os cosmonautas russos serão os primeiros a utilizar o GigaChat, sistema de inteligência artificial projetado para apoiar decisões operacionais no segmento russo da estação.
Perfis da tripulação e significado sociocultural
A jornada marca o primeiro voo espacial de Chris Williams e Sergei Mikaev e o segundo de Sergey Kud-Sverchkov, que passou 185 dias na ISS em 2021. Williams é doutor em física, com experiência em pesquisas de supernovas e técnicas de imagem médica; Mikaev serviu como piloto da Força Aérea russa; e Kud-Sverchkov iniciou a carreira como engenheiro de foguetes.

Imagem: Bill Ingalls
Em artigo no jornal The Hill, o historiador Juan Williams – tio de Chris – destacou que o neto de imigrantes panamenhos agora representa os Estados Unidos “em uma missão de paz e ciência”. Para analistas do setor espacial, o lançamento conjunto demonstra a continuidade da cooperação internacional na ISS, mesmo diante de tensões geopolíticas.
Impacto para o leitor
Para o público, a missão reforça como avanços realizados em órbita podem chegar à Terra em forma de novos medicamentos, combustíveis mais eficientes e tecnologias de exercício adaptadas a ambientes extremos. Além disso, o sucesso de um lançamento em feriado mostra a maturidade operacional das agências envolvidas, indicando que voos comerciais de rotina podem se tornar mais frequentes na próxima década.
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Curiosidade
O trajeto da Soyuz MS-28 até a ISS foi menor do que muitos deslocamentos internos realizados pelos norte-americanos no feriado: enquanto a nave levou cerca de 183 minutos, a Associação Automobilística dos EUA estima que, em grandes cidades, motoristas chegam a passar mais de três horas preso no trânsito de Ação de Graças. No espaço, portanto, a tripulação percorreu alguns milhões de quilômetros com mais agilidade do que quem estava a caminho do jantar em família.
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