A fabricante polaca de sistemas ópticos Scanway Space consolidou seu plano de expansão global ao conquistar o primeiro pedido de uma empresa norte-americana. A encomenda, feita pela Intuitive Machines, prevê o fornecimento de um telescópio multiespectral que será lançado em 2026 para mapear a superfície lunar em busca de minerais estratégicos.
Contrato com a Intuitive Machines abre portas no mercado dos Estados Unidos
O instrumento óptico contratado permitirá à Intuitive Machines identificar depósitos de ilmenita — mineral que contém titânio, ferro e oxigênio — diretamente da órbita lunar. Segundo o presidente-executivo da Scanway, Jędrzej Kowalewski, esse material pode ser fundamental para futuras construções de instalações permanentes na Lua. Embora o valor da negociação não tenha sido divulgado, este é o primeiro acordo da companhia polaca com um cliente dos Estados Unidos, mercado considerado prioritário pela gestão.
Em complemento, a Agência Espacial Europeia (ESA) aprovou um projeto para que a Scanway desenvolva o sistema de processamento de dados multiespectrais que apoiará a missão da Intuitive Machines. A solução vai tratar as imagens geradas pelo telescópio, fornecendo um fluxo completo de dados científicos para análise da superfície lunar.
Portfólio expande com telescópios de maior porte e imagens sub-métricas
De acordo com um comunicado da empresa, a próxima etapa é ampliar a linha de produtos com telescópios do tamanho de um utilitário esportivo (SUV) e, ao mesmo tempo, avançar em satélites de observação da Terra com resolução inferior a 1 metro. O objetivo é aumentar o diâmetro das lentes, incorporar capacidades hiperespectrais e multiespectrais e atender tanto a inspeções em órbita quanto a demandas de monitoramento ambiental.
Kowalewski afirma que a estratégia inclui o desenvolvimento de câmeras grande-angulares para inspeção de satélite a satélite, segmento em que a companhia já recebeu pedidos de clientes na Lituânia.
Acordos recentes ampliam presença na Ásia e na Europa
Além do contrato norte-americano, a Scanway Space anunciou uma série de acordos internacionais:
- Fornecimento de telescópios para detecção de metano a partir da órbita, em parceria com a sul-coreana Nara Space.
- Contrato de US$ 9 milhões, o maior da história da companhia, para um sistema óptico de alta resolução destinado a observação da Terra para um cliente no Sudeste Asiático que preferiu não ser identificado.
- Pedido da fabricante dinamarquesa Space Inventor para um telescópio voltado a estudos de asterossismologia.
- Construção de um telescópio para a startup alemã Marble Imaging, que planeja operar uma constelação de cerca de 200 satélites.
No mercado interno, a empresa participa da missão Country Awareness Mission in Land Analysis (CAMILA), orçada em € 59 milhões e financiada pela ESA, liderada pela Creotech Instruments. A Scanway também fornece ótica para a primeira constelação PIAST, em desenvolvimento para o Ministério da Defesa Nacional da Polônia.

Imagem: Internet
Resultados financeiros indicam crescimento acelerado
Segundo relatório corporativo, a receita da Scanway atingiu 11,6 milhões de zlotys polacos (aproximadamente US$ 3,2 milhões) no primeiro semestre de 2025, incremento de 119% em comparação ao mesmo período de 2024. Esse desempenho reforçou a publicação de uma nova estratégia para 2026-2028 que pretende posicionar a companhia entre os maiores integradores de cargas ópticas da Europa.
O que muda para o mercado espacial e para o público
A entrada da Scanway Space no mercado norte-americano sinaliza uma maior competição no segmento de cargas úteis ópticas, tradicionalmente dominado por empresas dos EUA e de grandes países europeus. Para operadores de satélites e missões lunares, a oferta de telescópios multiespectrais de origem polaca pode reduzir custos e ampliar opções tecnológicas. Já para o público em geral, a possibilidade de exploração de recursos lunares e um monitoramento ambiental terrestre mais preciso podem impactar indiretamente setores como mineração, telecomunicações e pesquisa climática.
Curiosidade
Embora seja a primeira vez que a Scanway fornecerá um instrumento para um rover lunar norte-americano, a Polônia tem tradição em ótica de precisão desde o século XIX. Na época, a cidade de Varsóvia produzia lentes para telescópios terrestres que equiparam observatórios europeus. Agora, o mesmo know-how salta da Terra para a órbita lunar, mostrando como conhecimentos históricos podem se adaptar às demandas da nova economia espacial.
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