A Samsung sinalizou que voltará a equipar seus smartphones premium com processadores Exynos a partir de 2026. A informação surgiu no relatório financeiro do terceiro trimestre, divulgado pela companhia na última quinta-feira (30), onde a fabricante declarou que pretende “fortalecer a competitividade do processo Exynos para modelos flagship”. A referência foi interpretada por analistas de mercado como um indício direto para a série Galaxy S26, prevista para o mesmo ano.
Plano de 2 nm e foco em inteligência artificial
De acordo com documentos internos citados pelo site especializado SamMobile, a próxima geração, identificada como Exynos 2600, deve ser produzida em litografia de 2 nanômetros pela Samsung Foundry. O salto para um nó de fabricação menor tende a melhorar eficiência energética e desempenho bruto, aspecto considerado essencial para dispositivos de alto desempenho.
Fontes ligadas ao desenvolvimento do chip afirmam que o Exynos 2600 contará com CPU de dez núcleos baseada na arquitetura ARM C1, além de uma GPU Xclipse 950 resultante da parceria contínua com a AMD e sua arquitetura RDNA. A aposta principal, porém, recai sobre o processamento de inteligência artificial. Relatórios apontam que a nova NPU entregaria desempenho até seis vezes superior ao observado no A19 Pro, da Apple.
Benchmarks preliminares, ainda não confirmados oficialmente, citam ganhos de 15% em CPU multicore e de até 75% em GPU na comparação com o chip da Apple. Frente ao futuro Snapdragon 8 Elite Gen 5, da Qualcomm, os testes indicam vantagem de 29% na GPU e 30% na NPU. Caso os números se mantenham, o Exynos poderia recolocar a Samsung entre os líderes de performance em dispositivos móveis, posição hoje disputada por Apple, Qualcomm e MediaTek.
Mudança na estratégia de distribuição dos Galaxy S26
Desde o Galaxy S23, a Samsung vinha priorizando soluções Snapdragon em diversos mercados, após críticas recebidas pelos Exynos de geração anterior. A estratégia deve mudar, segundo informações obtidas pelo SamMobile. O Galaxy S26 e o S26 Plus trariam a plataforma Exynos 2600 de forma exclusiva, enquanto o S26 Ultra usaria majoritariamente o mesmo chip da casa, reservando o Snapdragon 8 Elite Gen 5 apenas para regiões como Estados Unidos, China e Japão.
Especialistas entendem que a diversificação de SoCs segue uma lógica de produção e logística. Ao controlar todo o ciclo — do design ao wafer — a Samsung reduz dependência de fornecedores externos, especialmente em anos de possíveis restrições na cadeia de semicondutores. Além disso, usar seu próprio hardware facilita a integração entre processador, software e otimizações de IA embarcada, alinhando a estratégia à tendência de dispositivos on-device que processam modelos generativos localmente.
Impacto para consumidores e mercado
Para o usuário final, a adoção do Exynos 2600 pode resultar em ganhos de autonomia de bateria e novas funcionalidades baseadas em IA, como tradução simultânea e edição avançada de fotos diretamente no aparelho. Para o setor, o movimento eleva a concorrência, pressionando rivais a adotarem litografia de 2 nm ou investirem em soluções proprietárias de inteligência artificial.
Segundo analistas da indústria de semicondutores, a corrida pelos 2 nm deve se intensificar a partir de 2025, quando TSMC e Intel pretendem iniciar produção em larga escala. A Samsung, ao antecipar seu roadmap, busca garantir posição competitiva e atrair parceiros interessados em produzir seus próprios chips na mesma fundição.

Imagem: reprodução
Possíveis desafios na retomada do Exynos
A principal barreira para a Samsung é reconquistar a confiança dos consumidores, especialmente na Europa e na América Latina, regiões que historicamente receberam versões Exynos consideradas inferiores em performance térmica. Executivos da empresa defendem que o novo processo de 2 nm e a colaboração com a AMD eliminam gargalos enfrentados em gerações anteriores. Contudo, especialistas alertam que a validação virá apenas após testes independentes e uso prolongado em cenários do dia a dia.
Outro ponto crítico é a escalabilidade da produção em 2 nm. Caso a demanda global pelo Galaxy S26 ultrapasse as expectativas, a Samsung Foundry terá de provar capacidade de entregar volumes altos sem sacrificar rendimento de wafers, aspecto que afeta diretamente custos e margens de lucro.
O que muda para você
Se a fabricante cumprir as metas de desempenho e eficiência, os consumidores podem esperar smartphones mais rápidos, com recursos de IA nativos e maior autonomia, sem depender de servidores externos. Isso significa menos latência em traduções em tempo real, editores de imagem mais poderosos e novos recursos de privacidade, pois os dados permanecem no dispositivo.
Curiosidade
O primeiro processador móvel da Samsung, o Exynos 3110, foi lançado em 2010 com litografia de 45 nm. Quase 16 anos depois, a empresa planeja saltar para 2 nm, encurtando estruturas internas em mais de vinte vezes. A diminuição drástica do tamanho dos transistores não só eleva a potência de processamento, mas também reduz o consumo de energia, permitindo que smartphones executem tarefas que, uma década atrás, exigiam computadores de mesa.
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