Robin Williams vestiu armadura metálica para humanizar o robô de “Bicentennial Man”

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São Paulo, 30 ago. 2025 — Em 1999, o diretor Chris Columbus, dois anos antes de assumir a franquia “Harry Potter”, lançou o longa de ficção científica “Bicentennial Man”. O filme, estrelado por Robin Williams, fracassou nas bilheterias, mas tornou-se lembrado pelo esforço do ator em interpretar um robô que deseja ser humano, mesmo confinado a um pesado traje metálico.

Roupa de 30 quilos moldada no corpo do ator

O design do androide Andrew foi criado pelo especialista em efeitos práticos Steve Johnson. Ele produziu um macacão prateado de corpo inteiro e uma máscara de plástico a vácuo com espuma de borracha, esculpida para reproduzir fielmente as feições de Williams. Segundo o ator, a decisão de usar o figurino original — em vez de recorrer a dublês ou efeitos digitais — foi dele. “Se não fosse eu ali dentro, o público perceberia. Tenho um jeito específico de andar, as pessoas notariam”, declarou ao jornal Las Vegas Sun na época.

Williams também revelou que o estúdio precisou adaptar toda a engenharia do traje às suas medidas. A estrutura rígida limitava a visão periférica e adicionava cerca de 30 quilos de peso. Ainda assim, ele insistiu em interpretá-lo pessoalmente para preservar a organicidade dos movimentos. Especialistas em atuação avaliam que essa presença física contribuiu para transmitir emoções, algo difícil de reproduzir somente com computação gráfica em 1999.

Processo de criação dos movimentos robóticos

Formado pela Juilliard School, Robin Williams aplicou técnicas de preparação corporal para compor Andrew. Ele explicou que buscou referências em pesquisas de robótica real: primeiro escanear o ambiente com o olhar, depois mover-se em linha reta até o destino. “Você aprende que o robô mapeia obstáculos em 3D antes de avançar”, contou. O índice limitado de mobilidade do traje acabou ajudando o ator a adotar uma locomação lenta, considerada coerente com o período histórico retratado no longa.

A trama acompanha 200 anos da “vida” de Andrew, desde seu trabalho como criado de uma família até o pedido formal de reconhecimento como ser humano. Ao longo do enredo, ele firma laços afetivos, sobretudo com Portia, neta de seu primeiro proprietário, e questiona conceitos de consciência, mortalidade e ética tecnológica. Embora o roteiro misture comédia e drama, analistas atribuem parte do insucesso comercial ao tom híbrido, que confundiu o público sobre o gênero da produção.

Impacto limitado nas bilheterias, mas legado técnico

Apesar da presença de um astro conhecido e de um orçamento superior a US$ 100 milhões, “Bicentennial Man” arrecadou menos de US$ 90 milhões no mundo, segundo dados oficiais da época. O resultado consolidou a obra como um “flop” que contrastou com a carreira ascendente de Columbus. Ainda assim, o filme ajudou a popularizar discussões sobre direitos de entidades artificiais que hoje ganham força com a evolução da inteligência artificial generativa.

Relatórios atuais do setor apontam que assistentes robóticos domésticos já incorporam algoritmos de aprendizado capaz de imitar gestos humanos. Para estudiosos de IA, o esforço de Williams em conferir humanidade ao personagem antecipa debates contemporâneos sobre a linha tênue entre empatia e projeção emocional em máquinas.

Reflexos no trabalho de Chris Columbus

Dois anos depois do lançamento, Columbus foi escolhido para dirigir “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Produtores de Hollywood creditam a experiência com elementos de fantasia familiar — presente tanto em “Bicentennial Man” quanto em seus títulos anteriores — como fator determinante para a contratação. Embora o filme do robô não tenha repetido o êxito de bilheteria de “Uma Babá Quase Perfeita”, ele serviu de vitrine para as habilidades do diretor em combinar efeitos práticos e narrativa voltada a todas as idades.

Robin Williams vestiu armadura metálica para humanizar o robô de “Bicentennial Man” - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

O que muda para o espectador hoje

Para o público atual, rever “Bicentennial Man” oferece a chance de comparar os efeitos práticos de fim dos anos 1990 com as técnicas digitais predominantes. Além disso, a jornada de Andrew desperta reflexões sobre até onde a sociedade está disposta a conceder direitos a entidades artificiais — tema cada vez mais presente em políticas públicas e regulamentações tecnológicas.

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Curiosidade

Durante as filmagens, Robin Williams precisava de cerca de duas horas diárias para vestir a armadura metálica e outras tantas para removê-la. Embora árduo, o processo o ajudou a permanecer em “modo robô” mesmo fora das câmeras, fortalecendo a coerência dos gestos. Essa dedicação influenciou métodos de preparação que ainda hoje inspiram atores em personagens com próteses ou captura de movimento.

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