Reino Unido desiste de obrigar Apple a abrir acesso ao iCloud

Tecnologia

A Apple não precisará criar uma brecha de criptografia para autoridades britânicas. A decisão foi anunciada na noite de segunda-feira pela diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, em publicação na rede X. Segundo a autoridade norte-americana, Londres abandonou a exigência após negociações conduzidas com Washington, o presidente Joe Biden e a vice-presidenta Kamala Harris.

Entendimento entre Washington e Londres

Gabbard afirmou que o acordo garante a manutenção da privacidade dos cidadãos norte-americanos. “Ao longo dos últimos meses, trabalhei de perto com nossos parceiros no Reino Unido para assegurar que os dados dos americanos permaneçam protegidos e nossos direitos constitucionais preservados”, escreveu. O recuo britânico elimina, portanto, a possibilidade de uma “porta dos fundos” que permitiria acesso governamental a informações armazenadas no serviço de nuvem da Apple.

A publicação de Gabbard foi acompanhada de uma carta enviada em fevereiro ao senador Ron Wyden e ao deputado Andy Biggs. No documento, a diretora indicava que seu gabinete avaliava o impacto da demanda britânica sobre os direitos civis de cidadãos de outros países.

Exigência do Reino Unido e reação da Apple

O Reino Unido vinha pressionando a empresa de Cupertino a fornecer uma forma de descriptografar dados de iCloud para investigações criminais, não apenas relacionadas a residentes britânicos, mas também a usuários estrangeiros. Diante da exigência, a Apple suspendeu, em fevereiro, o recurso Advanced Data Protection no território britânico. Na ocasião, a companhia declarou-se “profundamente decepcionada” com a postura do Home Office, ministério responsável por segurança pública, cibersegurança e imigração.

A medida do governo britânico gerou críticas de especialistas em segurança da informação, que argumentam que qualquer brecha enfraquece a criptografia de ponta a ponta e expõe dados sensíveis a riscos adicionais. A empresa de tecnologia tem histórico de contestar pedidos governamentais para criar mecanismos de acesso especial, defendendo que a criptografia forte é essencial para proteger usuários.

Relatos mais recentes já indicavam que Londres buscava uma saída menos controversa. Com a confirmação do recuo, ainda não está claro se a Apple restabelecerá o Advanced Data Protection no país. A companhia foi procurada pela imprensa, mas não respondeu até o momento.

Implicações para a privacidade digital

O acordo sinaliza uma vitória para defensores de criptografia robusta, que consideram a eliminação de backdoors fundamental para a segurança de dados em escala global. Governos, por outro lado, argumentam que o acesso controlado a informações criptografadas pode acelerar investigações sobre crimes graves. A discussão opõe, de um lado, a proteção de direitos individuais e, de outro, a eficácia de órgãos de segurança pública.

Para os usuários, a retirada da exigência no Reino Unido reduz a possibilidade de fragmentação de serviços, já que empresas de tecnologia não precisarão oferecer versões diferentes de seus recursos de segurança para mercados específicos. A longo prazo, a decisão pode servir de referência em negociações semelhantes envolvendo outras jurisdições e provedores de serviços em nuvem.

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Com a desistência britânica, a Apple mantém sua política de criptografia íntegra nos principais mercados, enquanto governos continuam a buscar equilíbrio entre segurança pública e proteção a dados. Fique atento a futuras atualizações e compartilhe esta informação com quem se preocupa com privacidade online.

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