Rede VERA revela como buracos negros jovens se alimentam e crescem rapidamente

Ciência

Uma equipe internacional de astrônomos identificou novas pistas sobre o processo de crescimento dos buracos negros supermassivos a partir de observações realizadas com a rede de radiotelescópios VERA, operada pelo Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ). Os dados obtidos sugerem que o rápido ganho de massa desses objetos está diretamente ligado à grande quantidade de gás presente nos núcleos de galáxias ativas conhecidas como Narrow-line Seyfert 1 (NLS1).

Como o estudo foi conduzido

O levantamento se concentrou em seis galáxias NLS1, consideradas laboratórios ideais para estudar buracos negros em “fase inicial” devido ao brilho intenso de seus núcleos e às características espectrais típicas de alta taxa de acreção. Utilizando a capacidade de resolução de VERA, cuja precisão angular é dezenas de milhares de vezes superior à visão humana, os pesquisadores detectaram ondas de rádio fracas e polarizadas provenientes de cada centro galáctico. Segundo os especialistas, a emissão polarizada funciona como um marcador da presença de jatos relativísticos em torno do buraco negro.

A partir da análise da polarização e da intensidade do sinal, foi possível medir a densidade de gás próxima ao horizonte de eventos. Relatórios indicam que essas regiões concentram grande quantidade de material, oferecendo “combustível” suficiente para explicar o crescimento de buracos negros que alcançam milhões – e até bilhões – de massas solares em relativamente pouco tempo.

O que a descoberta significa para a astronomia

Compreender como buracos negros supermassivos atingem tamanhos tão grandes em etapas iniciais do Universo é um dos principais desafios da astrofísica moderna. De acordo com dados oficiais de levantamentos ópticos, quasares extremamente brilhantes já existiam menos de um bilhão de anos após o Big Bang. Isso obriga os modelos teóricos a prever mecanismos de crescimento acelerado.

Ao confirmar que galáxias NLS1 abrigam buracos negros em rápido processo de alimentação, o estudo sugere que núcleos repletos de gás podem ser o ambiente propício para esse “salto evolutivo”. Segundo especialistas, a observação direta da polarização em comprimentos de onda de rádio constitui uma evidência adicional de que jatos relativísticos podem coexistir com altas taxas de acreção, fornecendo energia suficiente para perturbar o meio interestelar sem interromper o fluxo de matéria para o buraco negro.

Além disso, os resultados ajudam a refinar técnicas de interferometria de base muito longa (VLBI), utilizadas por VERA para combinar sinais de antenas distantes e produzir imagens de alta definição. Esse avanço metodológico prepara o terreno para projetos futuros, como o Event Horizon Telescope, que pretende capturar detalhes ainda mais nítidos do entorno de buracos negros próximos.

Impacto potencial para o público e para o setor

Embora a pesquisa se concentre em fenômenos distantes, ela contribui para o entendimento de processos fundamentais que moldam a evolução das galáxias, incluindo a Via Láctea. Para o leitor, esse conhecimento amplia a percepção de como eventos extremos influenciam a formação de estruturas cósmicas e, indiretamente, a própria história do Sistema Solar. No campo tecnológico, o refinamento de redes VLBI impulsiona a criação de sensores de altíssima precisão, com aplicações que vão de sistemas de navegação por satélite a monitoramento de recursos naturais.

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Curiosidade

O poder de resolução da rede VERA equivale a distinguir, a partir da Terra, um objeto de poucos centímetros na superfície da Lua. Essa capacidade extrema não só permite detectar detalhes minúsculos em galáxias distantes, como também serve de modelo para sistemas de radiotelescópios que, no futuro, poderão observar diretamente a formação de planetas em discos protoplanetários.

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