Randoncorp reforça aposta em inovação e sustentabilidade e acelera expansão global

Tecnologia

A Randoncorp colocou a inovação e a sustentabilidade no centro da sua estratégia de crescimento internacional. Em recente entrevista para um podcast de negócios, o Chief Technology Innovation Officer (CTIO) da companhia, Cesar Augusto Ferreira, detalhou os avanços tecnológicos que vêm sustentando a atuação da empresa em diferentes mercados e apontou os próximos desafios para a mobilidade de cargas.

Estratégia global sustentada por receita de R$ 11,9 bilhões

Com quase 75 anos de história, a Randoncorp mantém operações na Argentina, México, Estados Unidos, Índia, China e Reino Unido. Segundo Ferreira, essa presença internacional tem caráter estratégico: fortalece a resiliência do negócio, distribui riscos e abre portas para novas parcerias tecnológicas. Em 2024, a empresa alcançou receita líquida de R$ 11,9 bilhões e emprega cerca de 19 mil colaboradores.

De acordo com o executivo, o processo de internacionalização se intensificou nos últimos anos para atender à demanda global por soluções de transporte mais eficientes e de menor impacto ambiental. “Estar presente nos principais polos logísticos do mundo facilita a adaptação de produtos a diferentes regulamentações e acelera a adoção de tecnologias sustentáveis”, explicou.

Projetos que combinam eficiência energética e alta tecnologia

Entre as iniciativas em curso, Ferreira destacou a carreta eletrificada Hybrid R, capaz de reduzir o consumo de combustível em até 25% graças a um sistema de regeneração de energia durante as frenagens. O projeto é considerado um passo intermediário entre veículos convencionais e caminhões totalmente elétricos, oferecendo ganhos imediatos de eficiência sem exigir infraestrutura de recarga extensiva.

Outra frente é liderada pela NIONE, empresa do grupo criada para aplicar nanopartículas em materiais recicláveis. A tecnologia melhora a resistência mecânica de componentes, reduz peso e amplia a vida útil das peças. Segundo dados internos, o uso de partículas nanoestruturadas pode resultar em economia de matéria-prima e menor geração de resíduos industriais.

Para sustentar esse pipeline de inovação, o Instituto Hercílio Randon reúne cerca de 300 pesquisadores dedicados a projetos de eletromobilidade, novos materiais e manufatura avançada. O instituto atua em parceria com universidades, centros de pesquisa e outras empresas do setor automotivo, formando um ecossistema que viabiliza provas de conceito ágeis e transferências de tecnologia.

Além disso, o programa Brain aplica inteligência artificial aos processos fabris da Randoncorp. Segundo o CTIO, algoritmos de aprendizado de máquina monitoram linhas de produção, antecipam falhas em equipamentos e otimizam o consumo de energia. “A digitalização dos processos produtivos é tão importante quanto o desenvolvimento de novos veículos”, disse Ferreira.

Desafios da eletrificação no transporte rodoviário brasileiro

A despeito dos avanços, o transporte de cargas no Brasil enfrenta obstáculos para a adoção de caminhões elétricos de longa distância. De acordo com Ferreira, a autonomia limitada das baterias atuais, a escassez de estações de recarga em corredores logísticos e o custo inicial elevado dificultam a viabilização econômica do modelo.

Especialistas do setor concordam que a transição energética no transporte pesado dependerá de soluções combinadas, como biocombustíveis, híbridos plug-in e hidrogênio verde. Relatórios indicam que, no curto prazo, veículos híbridos e tecnologias de eficiência energética — como a própria Hybrid R — tendem a ganhar espaço, enquanto o 100% elétrico seguirá concentrado em operações urbanas ou regionais.

Segundo dados oficiais do Ministério de Minas e Energia, o diesel corresponde hoje a cerca de 60% do consumo energético do transporte rodoviário nacional. Reduzir essa dependência requer incentivos fiscais, investimentos em infraestrutura e a integração de diferentes fontes de energia limpa.

Impacto para o mercado e próximos passos

Para fornecedores, transportadoras e motoristas autônomos, as inovações anunciadas sinalizam mudanças no modelo de negócio e nas competências exigidas. Equipamentos mais inteligentes podem reduzir custos operacionais e emissões, mas também demandam mão de obra qualificada para manutenção de sistemas eletrônicos e análise de dados.

Ferreira prevê que os próximos anos serão marcados por parcerias com startups de software, universidades e órgãos governamentais para acelerar pesquisas em baterias de alta densidade, redes 5G aplicadas à logística e modelos de negócio baseados em economia circular. “Nosso papel é antecipar tendências e oferecer soluções que estejam prontas quando o mercado amadurecer”, concluiu o CTIO.

Para o leitor, a disseminação de carretas eletrificadas e materiais nanotecnológicos pode significar fretes mais baratos, prazos de entrega menores e uma cadeia logística menos poluente. À medida que essas tecnologias evoluem, espera-se também maior disponibilidade de serviços de manutenção especializada e de formação profissional voltada à indústria 4.0.

Curiosidade

O Instituto Hercílio Randon leva o nome do fundador da companhia e nasceu originalmente como um pequeno laboratório de metalurgia. Hoje, o centro dispõe de câmaras climáticas capazes de simular temperaturas de –40 °C a 180 °C, permitindo testar componentes automotivos em condições extremas antes de sua aplicação em estradas internacionais.

Quer acompanhar outras inovações que estão transformando o setor? Acesse nossa editoria de Tecnologia e fique por dentro das principais tendências.

Para mais informações e atualizações sobre tecnologia e ciência, consulte também:

Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no RN Tecnologia, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *