O mercado de dispositivos independentes de inteligência artificial ganha um novo capítulo com o anúncio do Plaud Note Pro. O aparelho, que cabe na carteira e pode ser acoplado à traseira do smartphone, foi apresentado como a terceira geração de gravadores inteligentes da Plaud AI. A fabricante afirma já ter comercializado mais de um milhão de unidades das versões anteriores e vê espaço para ampliar o uso de IA na captura e organização de conversas em ambientes profissionais.
Design compacto e autonomia prolongada
Com dimensões semelhantes a um cartão de crédito, o Plaud Note Pro pesa poucos gramas e foi projetado para ficar sobre a mesa ou encaixado em uma capa finíssima, evitando volume extra no bolso. O corpo traz cinco microfones capazes de captar vozes a até cinco metros de distância, recurso pensado para reuniões presenciais ou entrevistas.
A bateria foi outro ponto reforçado. Segundo a Plaud, duas horas na tomada garantem cerca de 50 horas contínuas de gravação. Para indicar status e carga, a nova versão ganhou um minúsculo display AMOLED posicionado na borda superior. O botão de energia passou a ter função dupla: além de ligar o dispositivo, permite assinalar, em tempo real, trechos considerados importantes da conversa.
Internamente, o Note Pro oferece 64 GB de armazenamento, capacidade suficiente para manter centenas de horas de áudio localmente antes da transferência para o aplicativo complementar no celular. O carregamento, entretanto, depende de um cabo proprietário mais estreito que conectores USB-C, detalhe que pode exigir cuidado extra para evitar perdas.
Integração com grandes modelos de linguagem
O diferencial do Note Pro não está apenas na gravação, mas na análise posterior. Todo o material captado é enviado ao app da Plaud, que utiliza modelos de linguagem da OpenAI, Anthropic e Google. O sistema é multimodal: além de áudio, o usuário pode adicionar imagens ou textos para obtenção de resumos, insights e tarefas de acompanhamento.
Para agilizar fluxos de trabalho, a empresa disponibiliza mais de 2 000 templates voltados a diferentes áreas, incluindo medicina e direito. Dessa forma, profissionais podem gerar prontuários resumidos, atas de reunião ou relatórios legais com formatação padronizada. A Plaud afirma que as informações ficam protegidas por camadas de criptografia e políticas de conformidade que classifica como “padrão de mercado”.
O CEO Nathan Xu explica que a proposta é compensar limitações humanas como memória curta e distrações. Segundo ele, o dispositivo acompanha o usuário ao longo do dia, capturando fragmentos de conversa geralmente ignorados por soluções restritas a videoconferências. “A conversa é onde ideias nascem e decisões são tomadas”, reforça Xu.
Imagem: Internet
Preço, disponibilidade e desafios
O Plaud Note Pro já está em pré-venda por US$ 179 (cerca de € 169 ou AU$ 350) e tem envios previstos para outubro. Embora prometa simplicidade, a adesão pode esbarrar em preocupações com confidencialidade. Em setores como saúde e finanças, parte dos profissionais mostra cautela ao introduzir gravadores conectados a serviços externos de IA. A empresa responde que emprega anonimização automática e guarda os dados em servidores compatíveis com normas internacionais de privacidade.
Outro ponto a ser acompanhado é a real vantagem de um hardware dedicado frente a apps de gravação instalados diretamente no smartphone. A Plaud aposta no alcance dos microfones e na conveniência de não ocupar a tela do celular durante reuniões como argumentos para carregar um dispositivo extra.
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Em síntese, o Plaud Note Pro surge como tentativa de tornar a captura e a transcrição de informações mais fluidas, apoiando atividades profissionais que dependem de notas precisas. Resta observar como o mercado responderá a essa nova investida em dispositivos AI independentes e se a proposta se manterá relevante frente às soluções integradas nos smartphones atuais.
Curiosidade
Apesar do foco em áudio, o Note Pro aproveita a multimodalidade dos modelos de IA para analisar fotografias tiradas no app parceiro. Assim, é possível adicionar imagens de quadros brancos ou slides à mesma reunião e obter um resumo unificado. Esse recurso reforça a tendência de integrar diferentes formatos de dados em um único contexto de trabalho, algo que as grandes empresas de IA vêm explorando para aumentar a utilidade prática de seus algoritmos.
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