A Opera oficializou o Neon, navegador de internet que incorpora agentes de inteligência artificial e promete executar tarefas completas na web, da pesquisa de produtos ao preenchimento de carrinhos de compra. Disponível por assinatura mensal de US$ 19,90 (aproximadamente R$ 110), o serviço chega com a proposta de “combater a ineficiência da web” e aumentar a produtividade de quem passa grande parte do dia conectado.
Três agentes para diferentes necessidades
O Neon organiza sua oferta de IA em três módulos independentes:
Chat – funciona como um assistente tradicional, capaz de responder perguntas, produzir textos, analisar imagens e esclarecer dúvidas em linguagem natural.
Make – dedicado à criação. Ele gera páginas, web apps, relatórios e pequenos jogos, hospedando o resultado em um serviço da própria Opera, o que permite o compartilhamento pelo navegador ou por links públicos.
Do – o principal diferencial. Esse agente navega em sites, executa cliques, preenche formulários e segue etapas até concluir a tarefa solicitada. Prompts detalhados, como “procure teclados mecânicos acima de US$ 200 com mais de 4 estrelas na Amazon e crie uma tabela comparativa”, são distribuídos em micro-ações que o navegador executa automaticamente.
A interface lembra browsers convencionais, mas traz dois níveis de abas. As inferiores abrem páginas comuns; as superiores agrupam conjuntos dessas páginas em “tarefas”. Cada prompt de IA age apenas dentro da tarefa ativa, permitindo que o usuário conduza várias automações em paralelo sem perder a organização.
Primeiras impressões revelam avanços e desafios
Testes realizados ao longo de cinco dias mostraram que o Neon consegue lidar com pedidos simples, como adicionar itens a um carrinho ou compilar listas de produtos, mas apresenta limitações em processos mais complexos. Ao buscar um adaptador USB-C, por exemplo, o navegador escolheu um modelo três vezes mais caro que outros disponíveis, indício de que prompts genéricos geram resultados imprevisíveis. Em compras de supermercado, faltou especificar o peso exato de uma ração para cães, o que exigiu repetição do comando.
Segundo especialistas em usabilidade, o desempenho reflete o estágio atual da automação via IA: quanto mais completo o prompt, maior a chance de êxito. O usuário precisa antecipar filtros, quantidades, faixas de preço e marcas para evitar correções posteriores, prática que pode demandar curva de aprendizado.
Outro ponto observado foi a velocidade. Embora o agente “Do” execute cliques e digitações visíveis, o processo ainda envolve tentativas e erros, tornando-se lento quando comparado à ação humana direta. A recomendação é iniciar o comando e seguir para outras atividades, aproveitando o tempo que seria gasto na tarefa manual.
Cards prontos agilizam prompts, mas exigem ajustes
Para facilitar o uso, a Opera incluiu um sistema de “cards” — prompts pré-definidos que podem ser inseridos na caixa de comandos. Há opções que transformam listas soltas em matrizes de priorização, criam checklists de viagem ou analisam indicadores financeiros. O usuário pode salvar, editar e combinar diferentes cards em um único pedido.

Imagem: Internet
Na prática, relatórios indicam que o recurso ainda precisa de refinamento. A lista de seleção não exibe detalhes suficientes sobre cada card, obrigando o usuário a digitar texto adicional antes do envio. Mesmo assim, a funcionalidade antecipa o caminho para um futuro no qual prompts prontos sirvam de atalho para tarefas recorrentes.
Impacto potencial para produtividade e e-commerce
Para profissionais que pesquisam preços, comparam especificações ou monitoram tendências, a automação do Neon pode reduzir o tempo dedicado a ações repetitivas. Em redações jornalísticas, por exemplo, o agente “Do” conseguiu gerar listas de manchetes e tópicos de interesse com base em portais de notícias e ferramentas de tráfego, ainda que exigisse revisão para eliminar duplicidades.
No e-commerce, a capacidade de popular carrinhos e produzir tabelas comparativas pode beneficiar consumidores e lojistas. Analistas apontam que, se o modelo amadurecer, marketplaces deverão otimizar páginas para robôs navegadores, assim como já acontece com algoritmos de busca.
Para o usuário final, o principal ganho imediato é a economia de tempo em atividades mecânicas, como filtrar produtos por preço e avaliação ou reunir links de referência para um projeto. Por outro lado, permanece a necessidade de revisar resultados para evitar falhas ou compras indesejadas.
Curiosidade
Embora seja o primeiro navegador da Opera vendido como serviço de IA, o nome Neon foi usado pela empresa em 2017 em um projeto experimental focado em design visual. Naquela época, não havia automação avançada; o destaque era a interface com bolhas flutuantes. A reciclagem do nome indica uma estratégia de reforço de marca, conectando inovação estética do passado a recursos de inteligência artificial que despontam agora.
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