A NASA definiu que a Northrop Grumman será a responsável por duas missões de carga à Estação Espacial Internacional (ISS) em 2028 e 2029, fase que antecede a retirada controlada do laboratório orbital. O acordo, comunicado em 21 de novembro, será feito por aditivo ao contrato Commercial Resupply Services 2 (CRS-2) e dispensa concorrência com outros fornecedores. O valor não foi divulgado.

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Restrição de acoplamento favorece a nave Cygnus
O principal fator para a escolha está na forma de acoplamento das espaçonaves de carga. Enquanto o Cargo Dragon, da SpaceX, utiliza um dos dois portos de acoplagem que também recebem as naves tripuladas comerciais, o Cygnus da Northrop Grumman chega por meio do braço robótico da ISS e é encaixado em portas de berthing separadas.
Segundo a NASA, um dos portos de acoplagem ficará ocupado a partir do final da década pelo United States Deorbit Vehicle (USDV), nave que conduzirá a ISS a uma reentrada segura. O USDV deverá permanecer preso à estação por, no mínimo, um ano antes da manobra de desorbitamento. O segundo porto continuará reservado às naves que transportam astronautas. Assim, não restariam posições disponíveis para o Dragon, inviabilizando missões de carga da SpaceX nesse período crítico.
Como o Cygnus não depende desses dois adaptadores, a agência concluiu que a Northrop Grumman é “a única fonte responsável” capaz de manter o fluxo logístico quando o USDV estiver conectado. O documento de justificativa destaca ainda a capacidade do veículo de realizar correções orbitais e descartar resíduos, funções consideradas essenciais.
Impacto no contrato CRS-2 e situação dos demais fornecedores
Firmado em 2016, o CRS-2 previa três companhias: Northrop Grumman, SpaceX e Sierra Space. Esta última vinha desenvolvendo o Dream Chaser, também projetado para berthing, mas o contrato foi revisado em setembro e reduzido a um voo de teste que não visitará a estação. Na prática, apenas dois operadores permaneciam em atividade regular, e a nova limitação de portas acabou direcionando o serviço exclusivamente à Northrop Grumman.
Relatórios internos indicam que a NASA avaliou cenários de redistribuição de missões, mas qualquer adaptação de hardware nos portos de acoplamento envolveria atrasos e custos adicionais, além de riscos técnicos. Segundo especialistas consultados pela agência, a continuidade do abastecimento sem interrupções é prioritária para garantir segurança da tripulação e funcionamento dos experimentos científicos.
A escolha repercute também no mercado de lançamentos. Cada Cygnus voa a bordo do foguete Antares ou, em missões recentes, de variantes do Falcon 9. Analistas observam que o cronograma de 2028 e 2029 poderá coincidir com a entrada em serviço do Antares 330, projetado em parceria com a Firefly Aerospace, fortalecendo a cadeia industrial norte-americana.
Oportunidade adicional com a Agência Espacial Europeia
Paralelamente, a Agência Espacial Europeia (ESA) abriu, em 3 de outubro, uma chamada para serviços comerciais de carga que entreguem entre 4.900 e 5.000 quilos à ISS até 2028. O objetivo é compensar a participação europeia nas operações da estação e garantir créditos para voos de astronautas do bloco.
Embora o edital aceite propostas de qualquer nacionalidade, a capacidade de transporte exigida coincide com a da versão Cygnus XL, que utiliza módulo pressurizado fabricado pela Thales Alenia Space, na Itália. Especialistas em logística orbital apontam que a familiaridade da ESA com o hardware europeu do Cygnus pode favorecer a Northrop Grumman na disputa.

Imagem: NASA
Se confirmada, a contratação pela ESA ampliará o número de missões Cygnus na reta final da ISS, elevando a dependência do laboratório em relação ao veículo norte-americano e consolidando um mercado de serviços de carga totalmente comercializado.
O que muda para a estação e para o público
Para a ISS, o acordo garante fluxo contínuo de suprimentos, peças de reposição e experimentos científicos em um momento de transição, evitando interrupções que poderiam comprometer pesquisas em microgravidade e sistemas vitais. Para o público e para o setor privado, a decisão reforça o modelo de parcerias comerciais que vem substituindo missões governamentais exclusivas, sinalizando novas oportunidades de negócios em baixa órbita.
A longo prazo, a prioridade dada ao Cygnus evidencia a importância de naves com múltiplas opções de acoplamento, fator que deverá influenciar o design de futuros veículos de carga e de estações comerciais que sucederão a ISS.
Curiosidade
Cada nave Cygnus recebe o nome de um astronauta ou profissional que marcou a história da exploração espacial. A tradição começou em 2014 e já homenageou figuras como John Glenn e Kalpana Chawla, conectando simbolicamente a entrega de suprimentos ao legado de quem ajudou a construir o caminho rumo à órbita.
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