Guillermo del Toro reinventa Victor Frankenstein e provoca debate sobre fidelidade literária

Entretenimento

O cineasta mexicano Guillermo del Toro apresentou sua versão de “Frankenstein” no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) e chamou atenção por alterar pontos centrais do romance de Mary Shelley. A principal mudança recai sobre o protagonista Victor Frankenstein, interpretado por Oscar Isaac, que passa de um cientista atormentado e hesitante para um personagem ativo e ciente das consequências de seus atos.

Victor Frankenstein assume postura mais deliberada

No livro publicado em 1818, Shelley retrata Victor como alguém que, após dar vida à criatura, entra em estado de choque e abandona seu experimento. Essa postura de fuga e procrastinação desencadeia a tragédia conhecida pelos leitores. Na produção de del Toro, o cientista permanece ao lado do monstro desde o primeiro instante e participa diretamente das escolhas que agravam o conflito. Segundo relatos de quem assistiu à sessão no TIFF, o roteiro destaca Victor como responsável consciente, afastando a ambiguidade moral que permeia a obra original.

Especialistas em literatura gótica apontam que essa abordagem dialoga com tendências contemporâneas de responsabilizar personagens centrais por seus erros, em vez de atribuir o desastre a omissões ou circunstâncias externas. A mudança também impacta a relação entre público e protagonista, uma vez que a empatia gerada pela culpa ou pelo medo dá lugar à crítica aberta a decisões consideradas antiéticas.

Personagens secundários ganham voz e influência

Além de transformar Victor, o filme amplia a participação de Elizabeth (Mia Goth) e do pai de Frankenstein, Leopold (Charles Dance). Na narrativa original, ambos surgem de forma mais passiva, limitando-se a expressar preocupação sem interferir de fato no rumo dos acontecimentos. No longa-metragem, Elizabeth questiona abertamente os experimentos do noivo, enquanto Leopold confronta o filho sobre as implicações morais do projeto.

Relatórios de bastidores indicam que del Toro pretende, com isso, reforçar o tema da responsabilidade familiar. A figura paterna, quase ausente no texto de Shelley, evolui para um contraponto direto à ideia de criação sem compromisso. Pesquisadores de adaptações literárias observam que, ao intensificar o papel de Leopold, o diretor insere uma camada autobiográfica, refletindo relações familiares descritas por ele próprio durante a coletiva pós-exibição.

Contexto amplo de adaptações e tendências do mercado

O movimento de tornar personagens mais proativos contrasta com escolhas recentes de outras produções que suavizaram traços negativos para manter a popularidade dos protagonistas. Séries como “Game of Thrones”, por exemplo, foram criticadas por preservar a charme de figuras queridas, mesmo quando a fonte literária indicava caminhos mais sombrios. Nesse cenário, a decisão de del Toro se destaca por intensificar falhas morais em vez de reduzi-las.

De acordo com dados da plataforma de streaming que lançará o filme em novembro de 2025, histórias de terror psicológico e dramas de responsabilidade ética apresentaram crescimento de audiência de 18 % no último ano. Analistas de mercado avaliam que revisões mais críticas de clássicos podem atender a essa demanda por narrativas complexas, onde não há heróis imaculados.

Agenda de lançamento e expectativa do público

O longa terá estreia limitada nos cinemas em 17 de outubro de 2025 e chegará à Netflix em 7 de novembro. A estratégia segue modelo híbrido adotado pelo estúdio em títulos anteriores, buscando repercussão em festivais para, em seguida, ampliar alcance via streaming. Consultorias de distribuição apontam que essa janela reduzida tende a estimular o debate nas redes sociais e a aumentar a taxa de conclusão dentro da plataforma.

Guillermo del Toro reinventa Victor Frankenstein e provoca debate sobre fidelidade literária - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Para quem acompanha o gênero, a nova leitura de “Frankenstein” pode influenciar futuras produções ao reafirmar a relevância de temas como paternidade, responsabilidade científica e ética na inovação. Caso a recepção seja positiva, especialistas preveem maior abertura para adaptações que não se limitem à fidelidade literal, mas examinem questões contemporâneas sob a lente de textos clássicos.

Impacto para o espectador: a versão de del Toro coloca em primeiro plano a discussão sobre limites da ciência e consequências de escolhas individuais, tópicos cada vez mais presentes em um mundo de avanços em IA e biotecnologia. Ao assistir, o público poderá refletir sobre decisões de pesquisadores, empresas e governos que, assim como Victor, controlam criações capazes de alterar a vida de milhões.

Curiosidade

Mary Shelley escreveu “Frankenstein” aos 18 anos, inspirada por debates científicos do início do século XIX. Curiosamente, del Toro declarou que transportou para o roteiro conflitos vividos com seu próprio pai e seus filhos, retomando o aspecto pessoal que Shelley imprimiu à obra. Assim, a nova adaptação conecta dois séculos de inquietações sobre a relação entre criador e criatura.

Para mais informações e atualizações sobre tecnologia e ciência, consulte também:

Se você se interessa por cinema e cultura pop, vale conferir outros conteúdos na seção de entretenimento do portal. Acesse remansonoticias.com.br/category/entretenimento e acompanhe as novidades.

Gostou deste resumo sobre a nova versão de “Frankenstein”? Continue navegando pelo site e fique por dentro das próximas estreias, análises de mercado e atualizações do mundo do entretenimento.

Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no RN Tecnologia, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *