Google libera Opal no Brasil e permite criar apps com IA sem saber programar

Tecnologia

O Google disponibilizou nesta terça-feira (07) a plataforma de inteligência artificial Opal para usuários no Brasil e em outros 14 países. A ferramenta, até então restrita aos Estados Unidos desde julho, permite criar miniaplicativos apenas com comandos de texto, sem exigir experiência prévia em programação.

Expansão global e novidades anunciadas

A ampliação engloba mercados como Canadá, Índia, Japão, Coreia do Sul, Argentina e Colômbia. De acordo com o Google, a decisão de abrir o acesso foi motivada pelo “nível de complexidade e criatividade” observado nos projetos desenvolvidos durante o período de testes restritos. A empresa também liberou duas atualizações que, segundo comunicado oficial, entregam mais controle e rapidez aos criadores.

A primeira novidade é uma ferramenta de depuração visual. Com ela, o aplicativo pode ser executado passo a passo diretamente no editor, destacando o ponto exato em que ocorre uma falha. Já a segunda melhoria está relacionada ao desempenho: otimizações no back-end diminuem o tempo de criação para novos apps e permitem que fluxos de trabalho complexos sejam processados em paralelo, reduzindo a espera.

Como funciona o editor visual do Opal

O Opal opera dentro do ecossistema Google Labs, integrado ao modelo Gemini e às APIs do Android. O usuário descreve a função do aplicativo – por exemplo, “criar um gerador de receitas com base em ingredientes” – e a IA monta um fluxo de trabalho composto por blocos. Cada bloco representa uma etapa, como receber entrada do usuário, gerar texto ou exibir imagem.

Esses blocos podem ser editados individualmente, garantindo refinamento progressivo do projeto. Ao final, o miniapp é publicado na web e compartilhado por link. Para impulsionar a colaboração, a plataforma mantém uma galeria que reúne criações de usuários e do próprio Google. Um botão de “remixar” permite copiar e alterar projetos públicos, num modelo semelhante ao observado em redes sociais.

Recursos de IA já consolidados no ecossistema Google

Ferramentas de inteligência artificial voltadas à programação não são novidade na empresa. O Gemini gera códigos de aplicativos web e apresenta pré-visualizações no chatbot desde março. Em maio, a versão Gemini 2.5 Pro ampliou essa capacidade. O Opal, contudo, é o primeiro produto da casa que combina editor visual, infraestrutura de nuvem e distribuição na mesma interface, direcionado a quem não domina linguagens de programação.

Impacto para desenvolvedores e usuários finais

A chegada do Opal pode reduzir barreiras de entrada no desenvolvimento de software, ao oferecer um processo guiado por texto e feedback visual imediato. Para profissionais de TI, a ferramenta tende a acelerar prototipagens e validações rápidas, enquanto pequenos negócios ganham a chance de criar soluções internas sem contratar equipes especializadas. Segundo analistas de mercado, movimentos nessa direção reforçam a tendência de low-code e no-code que vem se consolidando em empresas de tecnologia e startups.

O Google aposta que a combinação entre depuração visual e execução paralela diminui a fricção tanto para ajustes simples quanto para fluxos de trabalho mais robustos. Para o usuário comum, isso pode significar aplicativos personalizados para tarefas específicas — de organizar listas a gerar conteúdo — feitos em poucas horas.

Se a adoção crescer, plataformas de distribuição tradicionais, como lojas de apps móveis, poderão enfrentar concorrência de projetos hospedados na web e compartilhados por link, um formato que facilita testes e atualizações contínuas.

Para acompanhar as próximas novidades em IA generativa e desenvolvimento sem código, confira também outras atualizações em nossa seção de Tecnologia.

Curiosidade

Antes de receber o nome Opal, a ferramenta circulava internamente no Google com o codinome “Project Vibe”, justamente pela intenção de capturar a “vibe” ou essência de um aplicativo a partir de poucas frases de texto. A mudança de nome buscou evitar confusão com a funcionalidade “vibe check” do YouTube, focada em analisar comentários. Além disso, opala é a pedra preciosa associada a criatividade — conceito alinhado à proposta da plataforma.

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