A série Foundation, exibida pelo Apple TV+, encerrou a terceira temporada com uma mudança significativa em relação aos livros de Isaac Asimov. No episódio final, intitulado “The Darkness”, o público descobriu que o temido Mule não era o pirata de Kalgan, vivido por Pilou Asbæk, mas sim a influenciadora Bayta, interpretada por Synnøve Karlsen. A decisão, segundo o criador e showrunner David S. Goyer, buscou preservar o elemento surpresa e ampliar o impacto da revelação para quem acompanha a produção.
Redefinindo o principal antagonista
No material original, o Mule surge como um conquistador dotado de intensos poderes psíquicos, capaz de escapar às previsões da psico-história. O mistério sobre sua verdadeira identidade é considerado um dos grandes pontos de virada da obra. Na adaptação televisiva, Goyer decidiu apresentar, logo no início da temporada, um personagem que se autodenomina Mule. Essa versão, um pirata de postura ameaçadora, serviu como red herring — expressão para pistas falsas — e manteve a atenção do público enquanto Bayta se mostrava uma figura aparentemente inofensiva.
De acordo com o showrunner, “o público de Foundation foi treinado a buscar sinais e reviravoltas”. Para evitar que leitores dos livros antecipassem a solução, era necessário criar um disfarce convincente. Embora os fãs que conhecem a obra de Asimov representem parcela menor da audiência, Goyer temia vazamentos que arruinassem a surpresa para quem assiste sem contato prévio com o enredo literário.
Por que Bayta se tornou o Mule
Bayta é uma das primeiras personagens femininas introduzidas nos romances. Segundo Goyer, ela sempre foi retratada como perspicaz, porém subestimada em comparação ao marido Toran (Cody Fern na série). Ao transformar a personagem na mente por trás do poder psíquico, a produção apostou na expectativa de que vilões “grandes e musculosos” são mais fáceis de identificar. “Ainda hoje, o público tende a associar o papel de antagonista a figuras imponentes”, afirmou o criador. Escolher uma influenciadora social aparentemente frívola inverteu essa lógica e reforçou o choque.
Na trama televisiva, Bayta utiliza o pirata de Kalgan como fachada. A estratégia permite que ela conduza conquistas sem se expor diretamente ou “sujar as mãos”, conforme apontou a atriz Synnøve Karlsen em declarações ao final da temporada. Essa separação entre quem planeja e quem executa aprofunda o caráter da vilã e adiciona complexidade ao arco dramático.
Adaptação constante e recepção do público
Foundation já acumulava diferenças notórias em relação aos livros, incluindo ênfase em romances, sequências de ação e até a presença de uma arma capaz de destruir planetas. A abordagem de Goyer tem sido ampliar a escala visual e emocional para atrair a audiência de streaming, mantendo, contudo, os pilares filosóficos da obra. Especialistas em televisão destacam que ajustes desse tipo são comuns quando se adapta material escrito na década de 1950 a um formato seriado contemporâneo.
Dados de audiência do serviço não foram divulgados oficialmente, mas relatórios de consultorias apontam aumento de menções à série nas redes sociais após a revelação. Esse crescimento de engajamento confirma, segundo analistas, que reviravoltas bem executadas ainda são fator determinante para fidelizar assinantes em plataformas digitais.
Planejamento para a quarta temporada
O Apple TV+ já deu sinal verde para a quarta temporada, que se encontra em pré-produção. Até o momento, não há detalhes sobre a linha temporal que será explorada nem sobre eventuais novos saltos de século, recurso comum nos livros e adotado na série para mostrar a evolução da Fundação.
Fontes próximas à equipe narrativa indicam que a dinâmica entre Bayta e os demais personagens ganhará destaque, agora que sua verdadeira identidade foi exposta. A expectativa é de que a personagem enfrente resistência tanto interna quanto externa, testando os limites de sua influência psíquica e abrindo espaço para conflitos políticos mais amplos.

Imagem: Internet
Para o público, a principal consequência imediata é a mudança de perspectiva sobre quem representa maior ameaça ao plano de Hari Seldon. A figura do Mule, personificada por Bayta, desloca a dicotomia tradicional entre heróis e vilões e pode alterar o destino previsto pela psico-história. Isso sugere temporadas futuras pautadas em temas como manipulação de massa, ascensão de lideranças carismáticas e a fragilidade de previsões matemáticas diante de indivíduos excepcionais.
Se você acompanha as produções de ficção científica, essa virada em Foundation pode servir de alerta sobre como adaptações seguem caminhos próprios, mesmo quando preservam a essência do material original. No dia a dia do espectador, a lição é clara: nem sempre a fonte literária entrega respostas para o que se verá na tela; surpresas continuam sendo parte fundamental da experiência.
Curiosidade
Isaac Asimov escreveu o arco do Mule em um período de apenas três meses, durante 1945. Curiosamente, o autor criou o personagem depois de ler sobre a queda de grandes impérios na história, concluindo que uma figura imprevista poderia alterar qualquer prognóstico. Décadas depois, a adaptação televisiva resgata essa ideia ao mostrar que, mesmo em um universo governado por equações, a variável humana permanece imprevisível.
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