O longa-metragem brasileiro Cyclone, dirigido por Flavia Castro, teve seu trailer oficial divulgado e já tem data para chegar ao circuito comercial: 27 de novembro. A obra, estrelada por Luiza Mariani, é livremente inspirada na trajetória da dramaturga Maria de Lourdes Castro Pontes, conhecida como “Miss Cyclone”, e busca recuperar a voz de uma artista apagada dos registros históricos do início do século XX.
Enredo aborda barreiras impostas às mulheres nas artes
Na trama, Mariani interpreta Daise, operária de uma gráfica em São Paulo que divide o tempo entre o trabalho e o entusiasmo pela dramaturgia. A personagem conquista uma bolsa de estudos em Paris, mas esbarra em restrições sociais, econômicas e legais impostas a mulheres que desejavam atuar no teatro naquela época. Segundo a produção, o roteiro escrito por Rita Piffer parte de fatos verídicos para, em seguida, propor uma leitura contemporânea sobre desigualdade de gênero.
Relatórios do setor audiovisual indicam que projetos com protagonismo feminino ainda ocupam espaço reduzido no mercado, e Cyclone procura contribuir para ampliar essa representatividade. A direção de Flavia Castro – conhecida pelo premiado Deslembro – adotou equipe majoritariamente composta por mulheres nas fases de desenvolvimento, filmagem e pós-produção, prática que especialistas apontam como relevante para equilibrar a participação de gêneros na indústria.
Produção reúne nomes experientes do cinema brasileiro
Além de Luiza Mariani, que também assina a produção ao lado de Joana Mariani e Eliane Ferreira, o elenco traz Eduardo Moscovis, Karine Teles, Luciana Paes, Magali Biff, Rogério Brito e Ricardo Teodoro. A rodagem contou com apoio das empresas Mar Filmes e Muiraquitã Filmes, em coprodução com a VideoFilmes e a Claro. A distribuição nacional ficará a cargo da Bretz Films.
O projeto teve exibição prévia na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, evento que costuma funcionar como vitrine de produções independentes. A recepção positiva, segundo organizadores, ajudou a criar expectativa para o lançamento comercial.
Lançamento reforça tendência de resgate histórico
A inspiração em Maria de Lourdes Castro Pontes insere Cyclone em um movimento recente do cinema brasileiro que revisita figuras pouco conhecidas da cultura nacional. Dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine) apontam crescimento de 18% nos últimos três anos em roteiros baseados em personagens reais. Ao reimaginar a escritora que integrou o círculo de Oswald de Andrade na década de 1910, o filme amplia o debate sobre a ausência de mulheres nos registros oficiais do modernismo paulista.
Especialistas em história do teatro destacam que Pontes foi a única mulher a contribuir para O Perfeito Cozinheiro das Almas Deste Mundo, diário coletivo associado ao escritor modernista. O apagamento de sua atuação, portanto, exemplifica processos de invisibilização que o longa pretende expor.
Processo de desenvolvimento levou duas décadas
Luiza Mariani interpreta a protagonista desde uma montagem teatral apresentada nos anos 2000. De acordo com a atriz, transformar a peça em filme exigiu 20 anos de captação de recursos, reescrituras de roteiro e ajustes de cronograma. Produtores relatam que, apesar de incentivos públicos disponíveis, obras com temática histórica demandam orçamentos elevados, o que pode prolongar a fase de financiamento.

Imagem: Internet
Com a confirmação da estreia, a equipe aposta em sessões de pré-lançamento, debates em universidades e parcerias com coletivos feministas para ampliar o alcance do título. A estratégia acompanha tendência de distribuição segmentada, utilizada em dramas de época para fortalecer o boca a boca antes da entrada em circuito nacional.
Impacto previsto para o público e para o mercado
Para o espectador, Cyclone oferece um retrato de obstáculos que, em parte, persistem no cenário artístico contemporâneo, como a dificuldade de mulheres em acessar redes de financiamento cultural. Já para o setor audiovisual, a obra reforça a relevância de histórias baseadas em figuras reais esquecidas, nicho que vem recebendo atenção de festivais internacionais e pode atrair novos investimentos.
Quem acompanha a programação nacional poderá observar como a recepção de Cyclone nos cinemas influenciará decisões de distribuidoras sobre projetos semelhantes. Se o título alcançar bom desempenho de bilheteria ou premiações, a tendência é estimular roteiristas a explorar narrativas históricas femininas, ampliando a diversidade de temas no mercado.
Curiosidade
Maria de Lourdes Castro Pontes recebeu o apelido “Miss Cyclone” por usar frequentemente vestidos com estampas de redemoinhos quando frequentava saraus modernistas em São Paulo. O apelido, agora título do filme, também faz alusão à turbulência que cercava sua carreira: a dramaturga precisou adotar pseudônimos masculinos para ter textos encenados, prática recorrente entre escritoras da época.
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