Cubic lança antena Vector para conectar tropas a vários satélites ao mesmo tempo

Tecnologia

A Cubic Defense apresentou oficialmente a família de terminais de comunicações por satélite Vector, solução de painel plano destinada a forças armadas que operam em ambientes com elevada concorrência eletromagnética. O projeto, financiado pelo Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos (AFRL), teve o contrato prorrogado até meados de 2027 dentro da iniciativa Halo-Enabled Resilient Mesh, em vigor há cerca de dez anos.

Financiamento militar garante continuidade até 2027

De acordo com documento do AFRL divulgado em 2023, o acordo original para desenvolvimento da arquitetura Halo estava avaliado em US$ 8,8 milhões. A prorrogação recente, cujo valor não foi revelado pela companhia, assegura recursos para evolução do sistema nos próximos quatro anos. Segundo especialistas, a extensão do contrato confirma o interesse do Pentágono em redes capazes de manter operações mesmo sob interferência ou ataques cibernéticos.

A tecnologia empregada na linha Vector deriva dos primeiros protótipos Halo e foi redesenhada para aplicações em terra e em plataformas aéreas. Dan Moran, vice-presidente e gerente geral de comunicações seguras da Cubic Defense, afirma que o terminal se adapta à crescente demanda por redes multidomínio, conectando tropas em terra, aeronaves e satélites numa malha única.

Arquitetura de múltiplos feixes simultâneos

O diferencial técnico do Vector é a antena de varredura eletrônica capaz de gerar 16 feixes simultâneos. Isso permite comunicação com até 16 satélites diferentes em bandas Ka ou Ku, abrangendo constelações de vários fornecedores. A solução elimina peças móveis e utiliza formação digital de feixe, o que reduz manutenção e aumenta a resistência a vibrações.

Serão oferecidas três configurações principais: uma versão linha-de-visada para ligações ar-ar e ar-solo, um modelo dedicado a satcom e um híbrido que combina ambas as funções. Segundo Moran, essa flexibilidade é essencial para atender o conceito de operações conjuntas do Departamento de Defesa dos EUA, que prevê a integração de enlaces terrestres e espaciais sem depender de uma única órbita ou provedor.

Mercado acirrado e estratégia multi-órbita do Pentágono

O segmento de antenas planares para defesa tornou-se altamente competitivo depois que o governo norte-americano passou a estimular o uso de constelações comerciais em órbitas baixa, média e geoestacionária. Relatórios oficiais indicam que tal abordagem pretende aumentar a resiliência das comunicações e reduzir custos de lançamento de satélites dedicados.

Empresas de tecnologia, tanto militares quanto civis, disputam contratos para prover terminais capazes de alternar entre redes de operadoras distintas, incluindo projetos como Starlink, Project Kuiper e plataformas geoestacionárias tradicionais. Nesse cenário, soluções que suportam múltiplos feixes e bandas de frequência ganham vantagem competitiva.

Testes em voo e evolução para a quarta geração

Desde 2020, a Cubic realizou diversos ensaios em aeronaves, demonstrando conexão estável com satélites em diferentes altitudes e perfis de missão. A companhia informou que os resultados contribuíram para o desenvolvimento da quarta geração de seu painel plano, agora rebatizado como Vector. A expectativa é que as primeiras unidades de produção sejam entregues a clientes militares ainda em 2024.

Apesar de derivar do programa Halo, o Vector não faz parte da iniciativa DEUCSI (Defense Experimentation Using Commercial Space Internet), também conduzida pelo AFRL. O DEUCSI financia testes específicos com terminais de vários fabricantes para conectar usuários militares a redes de banda larga como a Starlink. O fato de o Vector evoluir em um projeto separado evidencia a estratégia do laboratório de diversificar fornecedores e arquiteturas.

Impacto potencial para forças conjuntas

Especialistas em defesa apontam que terminais multi-órbita podem reduzir dependência de infraestruturas terrestres vulneráveis, melhorar o fluxo de dados em tempo real e facilitar a coordenação entre unidades em diferentes domínios. Com antenas de painel plano, aeronaves evitam instalar radomes volumosos, enquanto veículos terrestres mantêm perfil discreto.

Para o leitor, essa evolução significa que tecnologias inicialmente restritas a cenários militares podem, no médio prazo, migrar para aplicações civis, como gestão de frotas, conectividade em embarcações e internet em áreas remotas.

Curiosidade

Em 1960, os primeiros terminais satcom para uso militar pesavam mais de uma tonelada e exigiam antenas parabólicas gigantes. Seis décadas depois, dispositivos como o Vector alcançam desempenho superior ocupando poucos centímetros de espessura, resultado direto de avanços em semicondutores e em algoritmos de formação digital de feixe.

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