O cometa interestelar 3I/ATLAS voltou a intrigar a comunidade científica ao apresentar um aumento de brilho muito acima do esperado durante a sua aproximação máxima ao Sol, ocorrida em 29 de outubro. Este é apenas o terceiro objeto conhecido a entrar no Sistema Solar vindo de outra estrela, depois de ‘Oumuamua, em 2017, e 2I/Borisov, em 2019.
Aumento de brilho surpreende astrônomos
De acordo com medições realizadas pelas sondas STEREO-A e STEREO-B, pelo Observatório Solar e Heliosférico (SOHO) e pelo satélite meteorológico GOES-19, o 3I/ATLAS brilhou num ritmo que ultrapassa com folga o de cometas oriundos da Nuvem de Oort em condições semelhantes. As observações, compiladas pelos pesquisadores Qicheng Zhang, do Lowell Observatory, e Karl Battams, do Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos, indicam que ainda não há explicação definitiva para o fenômeno.
Cometas costumam ganhar luminosidade quando se aproximam do Sol devido à sublimação de gelo em sua superfície. Esse processo transforma sólidos diretamente em gás, formando uma coma brilhante e a tradicional cauda de poeira. No caso do 3I/ATLAS, porém, o ganho de magnitude ocorreu de forma muito mais acelerada do que o previsto pelos modelos atuais.
Hipóteses para o comportamento incomum
Os autores do estudo apontam diferentes possibilidades para justificar o aumento repentino de brilho:
Velocidade de aproximação: a alta velocidade do corpo celeste poderia intensificar a sublimação e projetar mais material refletor de luz.
Composição interna distinta: se a química do núcleo for diferente da de cometas da Nuvem de Oort, o objeto pode reagir ao calor solar de modo atípico. Segundo especialistas, isso ofereceria pistas sobre a diversidade de ambientes planetários fora do Sistema Solar.
Sublimação prolongada de dióxido de carbono: dados iniciais sugerem que o 3I/ATLAS ainda liberava CO2 a cerca de três unidades astronômicas do Sol, distância na qual cometas locais já são dominados pela sublimação de gelo d’água. Esse resfriamento adicional pode ter retardado mudanças térmicas, levando a um aumento súbito quando a água finalmente começou a vaporizar.
Mesmo com essas hipóteses, os pesquisadores admitem que o cenário pós-periélio continua imprevisível. Relatórios indicam que o cometa pode tanto manter parte do brilho quanto desvanecer rapidamente nas próximas semanas, quando voltar a ficar visível a partir da Terra.
Desafios de observação e próximos passos
Instrumentos baseados em solo só deverão reencontrar o 3I/ATLAS em meados de novembro, quando o objeto sairá do brilho intenso do Sol. Até lá, cientistas dependem dos dados coletados por sondas espaciais para monitorar a evolução da coma e da cauda.

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Observadores amadores terão de aguardar condições mais favoráveis para registrar o fenômeno. Caso o brilho permaneça elevado, o cometa poderá ser detectado com telescópios de médio porte, oferecendo uma oportunidade rara de acompanhamento de um visitante interestelar.
Impacto científico e o que isso significa para o leitor
Para a astronomia, cada encontro com objetos de fora do Sistema Solar representa um laboratório natural sobre a formação de planetas em outras estrelas. O comportamento incomum do 3I/ATLAS pode revelar novos tipos de gelo, estruturas internas diferenciadas ou processos físicos ainda não previstos pelos modelos de evolução cometária.
Na prática, compreender esses mecanismos ajuda a refinar estratégias de defesa planetária, aprimorar missões de coleta de amostras e expandir o conhecimento sobre a diversidade química no espaço interestelar. Para o público geral, fenômenos como esse reforçam a importância da pesquisa espacial e despertam maior interesse por ciência e tecnologia.
Curiosidade
Embora 3I/ATLAS seja apenas o terceiro visitante interestelar confirmado, modelos estatísticos sugerem que milhares de cometas extrassolares cruzam o Sistema Solar a cada milhão de anos. No entanto, a maioria é pequena demais para ser detectada. O aumento inesperado de brilho do 3I/ATLAS mostra que alguns podem revelar segredos valiosos quando menos se espera, incentivando o desenvolvimento de telescópios mais sensíveis e programas de vigilância celeste.
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