A diretora chinesa Chloé Zhao reconheceu que “Eternos”, longa-metragem que marcou sua estreia no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), enfrentou um obstáculo incomum: a ausência de limites orçamentários. Em entrevistas recentes, a cineasta detalhou como a abundância de recursos, combinada a escolhas temáticas pouco convencionais para o gênero de super-heróis, acabou afastando parte do público e da crítica.
Recursos ilimitados viraram armadilha criativa
Em conversa com a revista Vanity Fair, Zhao afirmou que trabalhar em “Eternos” foi “perigoso” justamente por oferecer “quantidade ilimitada de dinheiro e de meios de produção”. Segundo ela, a falta de restrições costuma expandir as possibilidades, mas, no caso específico do filme, dificultou a tomada de decisões objetivas. “Não havia muitas limitações, e isso é, na prática, bastante arriscado”, relatou.
Produzido pela Marvel Studios, “Eternos” estreou em 2021 com a missão de apresentar um novo grupo de heróis milenares ao MCU. Apesar do elenco de reputação internacional — que inclui Angelina Jolie, Salma Hayek e Richard Madden —, o longa se tornou um dos títulos menos bem avaliados da franquia. Zhao, vencedora do Oscar por “Nomadland”, destacou que o grau de liberdade concedido pelo estúdio contrastou com projetos anteriores, nos quais precisou adaptar a narrativa a orçamentos enxutos.
Temas existenciais e formato atípico geraram estranhamento
À revista Empire, a diretora atribuiu parte da recepção morna à combinação de elementos característicos de seus dramas independentes com a estrutura épica típica dos filmes de super-heróis. Zhao definiu “Eternos” como um “filho do meio” entre sua visão autoral e as expectativas do público de quadrinhos, algo que, em suas palavras, “deixou muita gente desconfortável nos dois extremos”.
Entre os pontos que despertaram críticas, estão as discussões sobre existencialismo e a narrativa reflexiva em torno da imortalidade dos protagonistas. A cineasta observou que lançar uma produção com forte teor filosófico logo após o período mais agudo da pandemia de COVID-19 pode ter contribuído para a polarização. “Falamos de questões profundas de propósito e finitude num momento em que muitos buscavam escapismo”, avaliou.
Ainda assim, Zhao reconhece que houve espectadores dispostos a abraçar a proposta diferente. Para esse grupo, disse ela, o filme “tocou em lados distintos da experiência humana”, justamente por perturbar a “ordem” tradicional das aventuras da Marvel.
Novo projeto adota lógica oposta
As lições aprendidas em “Eternos” foram aplicadas em “Hamnet”, produção baseada no livro homônimo de Maggie O’Farrell. A diretora contou que o drama histórico foi filmado em apenas um quarteirão de Stratford-upon-Avon, cidade natal de William Shakespeare, por limitações de orçamento. “Agora temos um único canto de rua que podemos bancar”, comentou em tom pragmático.

Imagem: Internet
“Hamnet” tem estreia marcada para 27 de novembro de 2025 nos cinemas. Segundo Zhao, as restrições obrigaram a equipe a buscar soluções criativas mais rápidas e focadas, experiência que ela descreveu como “libertadora” em comparação com o processo em “Eternos”.
Disponibilidade e perspectivas
Enquanto a cineasta prepara o lançamento do novo longa, “Eternos” segue disponível no Disney+. Ainda não há confirmação oficial sobre uma continuação ou retorno dos personagens em outras produções do MCU. Zhao, por sua vez, não descarta voltar ao universo de super-heróis, mas indica que o faria somente se pudesse equilibrar a escala dos estúdios com limitações que considera saudáveis para o processo criativo.
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Em resumo, Chloé Zhao identifica no excesso de recursos e na abordagem filosófica os principais motivos para a recepção dividida de “Eternos”. As experiências vividas no projeto levaram a diretora a abraçar orçamentos menores e controles mais rígidos em “Hamnet”. Quer receber mais conteúdos como este? Siga nossas atualizações e ative as notificações.
Curiosidade
Você sabia que “Eternos” foi a primeira produção da Marvel a filmar sequências inteiras em locações naturais, evitando fundos verdes em várias cenas? A decisão partiu da diretora, que preferiu aproveitar paisagens reais para reforçar a sensação de grandiosidade temporal dos personagens. A prática, incomum em blockbusters do estúdio, elevou os custos de logística e ilustrou como a busca por autenticidade visual contribuiu para o orçamento robusto do filme.
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