Em seu próximo voo tripulado, a China colocará em órbita a tripulação da missão Shenzhou-21, que levará o astronauta mais jovem do país e quatro ratos de laboratório à estação espacial Tiangong. O lançamento está agendado para esta sexta-feira, 31 de outubro de 2025, às 12h44 (horário de Brasília), a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste do território chinês.
Tripulação reúne veterano e novo recordista de juventude
De acordo com a Agência Espacial Tripulada da China (CMSA), o comando da nave ficará a cargo do coronel Zhang Lu, de 48 anos, que já participou da Shenzhou-15 em 2022. Ao seu lado viajará Wu Fei, engenheiro de voo de 32 anos, que se tornará o astronauta chinês mais jovem a chegar ao espaço. Completa o trio o especialista em carga útil Zhang Hongzhang, de 39 anos, cuja função principal será operar experimentos a bordo dos módulos da estação.
Durante coletiva de imprensa realizada em 30 de outubro, Wu Fei afirmou sentir-se “incomparavelmente sortudo” por conciliar aspirações pessoais e metas do programa nacional. Segundo a CMSA, a formação da tripulação levou em conta experiência prévia, perfil técnico e capacidades físicas compatíveis com estadias prolongadas em microgravidade.
Ratos inauguram pesquisas orbitais com mamíferos
Além dos três taikonautas, a espaçonave transportará quatro ratos — dois machos e duas fêmeas. Esses animais protagonizarão os primeiros experimentos chineses com roedores no ambiente orbital. Cientistas pretendem observar os efeitos da microgravidade sobre ossos, músculos e sistema reprodutivo, informações consideradas essenciais para voos de longa duração e, futuramente, missões interplanetárias.
Segundo especialistas do Instituto de Medicina Aeroespacial de Pequim, dados coletados em órbita ajudarão a desenvolver contramedidas contra perda de massa óssea e atrofia muscular, problemas recorrentes em astronautas que passam meses fora da Terra. Os resultados devem alimentar pesquisas médicas tanto para a indústria espacial quanto para o tratamento de doenças degenerativas em solo.
Estação Tiangong opera em regime permanente desde 2021
Lançada em fases a partir de abril de 2021, a Tiangong é composta pelo módulo central Tianhe e pelos laboratórios Wentian e Mengtian. Cada unidade possui áreas de trabalho científico, dormitórios e sistemas de suporte à vida que mantêm atmosfera semelhante à terrestre. A estação abriga três tripulantes em tempo integral, com capacidade para receber até seis durante períodos de troca de equipes.
Relatórios oficiais indicam que a estrutura permanecerá ativa, no mínimo, até 2030. Entre os objetivos estão testes de tecnologias para pousos lunares, desenvolvimento de novos materiais e estudos de biologia em microgravidade. A China já investiu bilhões de dólares para transformar o complexo orbital em plataforma de pesquisa independente, rivalizando com estações mantidas por Estados Unidos e Rússia.
Próximos passos do programa espacial chinês
Além das operações na Tiangong, Pequim acelera a preparação de um voo tripulado à Lua até o fim da década. A CMSA confirmou que a espaçonave tripulada Mengzhou e o módulo de pouso Lanyue passam por ensaios críticos, incluídos testes de sistemas de propulsão, proteção térmica e navegação autônoma. O cronograma preliminar prevê missões de verificação em órbita terrestre antes da tentativa de pouso no satélite natural.

Imagem: Xinhua
O país também mantém sondas robóticas na superfície lunar e em Marte, consolidando-se como a terceira nação a colocar humanos em órbita e a segunda a operar veículos em solo marciano. Segundo analistas da Academia Chinesa de Ciências, a estratégia de voos tripulados, lançamentos de satélites de comunicação e exploração planetária visa fortalecer a autonomia tecnológica e ampliar a influência geopolítica no setor.
Impacto para o público e para o mercado espacial
A inclusão de roedores na Shenzhou-21 sinaliza que a China busca avançar em pesquisas de biociência comparáveis às realizadas na Estação Espacial Internacional. Para o leitor, isso significa potenciais descobertas médicas que podem chegar a hospitais e clínicas nos próximos anos, além de maior competição global que tende a reduzir custos de lançamento e acelerar inovações no segmento comercial.
Curiosidade
Embora esta seja a primeira vez que a China envia ratos à órbita, experimentos com roedores no espaço começaram em 1973, quando a NASA levou camundongos na missão Skylab 3. Quase meio século depois, a investigação chinesa amplia a série histórica de dados sobre mamíferos em microgravidade, permitindo comparar resultados obtidos por agências de diferentes países e evoluções tecnológicas de cada época.
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Resumo: a Shenzhou-21 levará à Tiangong o astronauta mais jovem da China e iniciará os primeiros estudos orbitais com ratos do país. Fique atento aos resultados desses experimentos e às próximas etapas rumo à Lua — acompanhe conosco e não perca as novidades.
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