Blue Origin agenda 15ª missão turística ao espaço para 8 de outubro

Tecnologia

A Blue Origin, empresa fundada por Jeff Bezos, programou para a manhã de 8 de outubro seu 15º voo turístico com o foguete suborbital New Shepard. O lançamento, designado NS-36, terá janela a partir das 9h30 (horário da Costa Leste dos EUA) e ocorrerá na base da companhia no oeste do Texas. Será a 36ª decolagem geral do veículo, que já realizou 21 missões não tripuladas e 14 com passageiros.

Seis passageiros a bordo, um deles anônimo

O voo levará seis pessoas ao limite do espaço. Estão confirmados:

  • Jeff Elgin – executivo com atuação no franchising;
  • Danna Karagussova – empreendedora do setor de mídia;
  • Clint Kelly III – engenheiro elétrico e pesquisador em robótica, que já voou no NS-22 em agosto de 2022;
  • Aaron Newman – empresário de software;
  • Vitalii Ostrovsky – empresário ucraniano;
  • Um passageiro que preferiu manter a identidade reservada até o pós-voo.

Segundo informações da empresa, o NS-36 repetirá o perfil habitual de missão: 10 a 12 minutos do lançamento ao pouso da cápsula, com aproximadamente três minutos de microgravidade acima da Linha de Kármán, limite reconhecido de 100 quilômetros de altitude.

Sequência de preparação e transmissão ao vivo

A Blue Origin abrirá a cobertura ao vivo 30 minutos antes da ignição. O foguete totalmente reutilizável opera de forma autônoma, dispensando pilotos na cápsula. Após a separação, o propulsor regressa à plataforma usando retrofoguetes, enquanto a cabine desce em paraquedas em área próxima ao local de decolagem.

Relatórios internos indicam que a companhia mantém o cronograma regular de inspeções entre voos, fator considerado crucial para a curta cadência de reutilização. Desde o primeiro lançamento tripulado, em julho de 2021, não foram registradas ocorrências de segurança com passageiros.

Experiência de voo e preço não divulgado

Durante a fase de ausência aparente de peso, os tripulantes podem soltar o cinto, flutuar, observar a curvatura da Terra e retornar aos assentos antes do processo de reentrada. A Blue Origin não divulga publicamente o valor de cada assento. Especialistas do mercado espacial estimam cifras entre US$ 200 mil e US$ 400 mil, mas a empresa prefere tratar as negociações caso a caso.

A lista de clientes anteriores inclui nomes como o ator William Shatner, o ex-jogador da NFL Michael Strahan e a cantora Katy Perry, que contribuíram para ampliar a visibilidade da iniciativa de turismo orbital leve.

Impacto na corrida pelo turismo espacial

Com o NS-36, a Blue Origin reforça a disputa direta com a Virgin Galactic pelo nicho de voos suborbitais. De acordo com dados oficiais do setor, cerca de 1.000 pessoas já efetuaram reservas ou demonstraram interesse formal em experiências desse tipo. Embora o volume permaneça restrito, analistas veem potencial de crescimento conforme os custos de operação diminuem e as missões ganham frequência.

Comparada aos lançamentos de longa duração da SpaceX, a proposta da Blue Origin é mais curta e operada com infraestrutura reduzida, o que facilita a repetição do serviço. No entanto, o programa ainda depende de taxas de voos constantes para diluir investimentos em pesquisa, segurança e manutenção.

Blue Origin agenda 15ª missão turística ao espaço para 8 de outubro - Imagem do artigo original

Imagem: Mike Wall published

Perspectivas para os próximos anos

Segundo especialistas consultados pelo mercado financeiro, o modelo de negócios poderá expandir para experimentos científicos de curta duração, treinamento de astronautas e até filmagens em microgravidade. A própria Blue Origin já realizou 21 missões de pesquisa sem tripulação, transportando cargas para universidades e startups de tecnologia.

Além de manter a cadência de voos, a companhia trabalha no desenvolvimento do New Glenn, foguete orbital de grande porte que utilizará a mesma filosofia de reutilização. O êxito das missões suborbitais é considerado etapa fundamental para validar sistemas e atrair novos investidores.

Para o público interessado, o avanço do turismo espacial indica a possibilidade de experiências extraterrenas se tornarem mais acessíveis na próxima década. Se a escalada de voos se confirmar, empresas aéreas e operadoras de viagens podem incorporar pacotes espaciais em suas ofertas, afetando diretamente o segmento de luxo e entretenimento.

Leitores que acompanham projetos de exploração e tecnologia espacial podem se beneficiar ao entender as tendências de custos, segurança e regulamentação, fatores decisivos para a consolidação desse mercado em expansão.

Curiosidade

Apesar de durar pouco mais de dez minutos, um voo do New Shepard percorre distância horizontal inferior à de uma ponte aérea Rio-São Paulo, mas atinge altitude mil vezes maior do que a de cruzeiro de aviões comerciais. Esse contraste ilustra a diferença entre transporte atmosférico e suborbital, mostrando como poucos quilômetros verticais separam a atmosfera da região considerada espaço.

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