Astrobotic adia missão Griffin-1 e projeta voo à Lua para julho de 2026

Ciência

WASHINGTON — A Astrobotic Technology atualizou o cronograma da missão Griffin-1 e prevê agora o lançamento do módulo lunar para não antes de julho de 2026. O pousador será levado por um foguete Falcon Heavy, da SpaceX, e transportará o rover FLEX Lunar Innovation Platform (FLIP), da Venturi Astrolab, além de outros experimentos menores.

Calendário revisto e etapas de preparação

Até então, a empresa indicava que a decolagem ocorreria até o fim de 2025. A revisão, divulgada em 24 de outubro, confirma que o ritmo de montagem e testes tornava improvável cumprir o prazo anterior. Segundo a nota, o pousador continua em fase de integração estrutural e eletrônica, enquanto ensaios ambientais pré-lançamento ainda não começaram. Os motores passam por qualificação e demais sistemas críticos estão sendo ativados gradualmente.

No mesmo período, o FLIP entrou em uma campanha de duas semanas em câmara de vácuo térmico, projetada para reproduzir as variações extremas de temperatura da superfície lunar. A Astrolab afirmou que o objetivo é validar desempenho e resistência do veículo antes de sua entrega final à Astrobotic.

Carga útil diversificada

O Griffin-1 levará também o CubeRover-1, mini-rover desenvolvido pela própria Astrobotic. De acordo com a companhia, o robô concluiu testes de aceitação em junho, embora a verificação de software siga em parceria com a canadense Mission Control. Outros itens incluem uma placa comemorativa da Nippon Travel Agency, um disco da Nanofiche contendo biblioteca de documentos e um MoonBox com pequenos artefatos enviados por clientes.

Do VIPER ao FLIP: mudanças na missão principal

Originalmente, o módulo Griffin seria dedicado ao Volatiles Investigating Polar Exploration Rover (VIPER), da NASA. O contrato, firmado por meio do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS), foi avaliado em US$ 322 milhões. Em julho de 2024, porém, a agência cancelou o projeto alegando estouro de custos e atrasos, mantendo apenas o objetivo de demonstrar o pousador comercial.

Depois disso, a NASA avaliou alternativas para o VIPER, que já se encontra pronto para voo, e em 19 de setembro repassou a missão à Blue Origin. O novo contrato, de US$ 190 milhões, prevê transporte no segundo pousador Blue Moon Mark 1, condicionado ao sucesso do primeiro voo de demonstração, estimado para os próximos meses.

Impactos para o mercado de pousadores comerciais

Mesmo com o adiamento, especialistas apontam que o Griffin-1 pode chegar à Lua antes da nova missão do VIPER, prevista pela NASA para o fim de 2027. Caso a pauta se mantenha, a Astrobotic terá oportunidade de validar seu pousador em solo lunar e reforçar a confiança de parceiros institucionais e comerciais. A empresa afirmou que não disputou o novo contrato do VIPER devido ao “cronograma comprimido” e aos compromissos assumidos com clientes atuais.

Analistas do setor destacam que atrasos são frequentes em programas lunares comerciais, dada a complexidade dos testes ambientais e de propulsão. No entanto, manter transparência sobre o status de cada etapa ajuda a mitigar riscos financeiros e preserva a credibilidade junto a investidores.

O que muda para cientistas e entusiastas

Para pesquisadores interessados no polo sul lunar, principal alvo de exploração por causa dos potenciais depósitos de água congelada, a postergação da missão reforça a disputa por janelas de oportunidade de 2026 em diante. Agências e startups devem alinhar cronogramas a fim de evitar congestionamento de lançamentos e garantir sinergia entre experimentos.

Do ponto de vista do público, o avanço de pousadores privados abre espaço para participação direta em missões espaciais, seja por meio de envio de pequenos artefatos, como ocorre com o MoonBox, seja via investimentos em empresas do segmento aeroespacial. Segundo relatórios de mercado, o valor movimentado pelo setor de transporte lunar pode superar US$ 4 bilhões na próxima década.

Curiosidade

Em 1966, a sonda soviética Luna 9 realizou o primeiro pouso suave na Lua, transmitindo imagens panorâmicas em preto e branco. Quase 60 anos depois, módulos como o Griffin-1 carregam hardware cem vezes mais potente em tamanho equivalente, mostrando como a miniaturização tornou viável a exploração comercial e o transporte de cargas científicas diversificadas.

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