Apple desenvolve aplicativo interno chamado Veritas para avaliar recursos que deverão compor a próxima geração da Siri. A iniciativa, revelada pelo jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, sinaliza uma etapa decisiva na estratégia de inteligência artificial (IA) da empresa, que busca colocar a assistente virtual no mesmo patamar de ferramentas generativas como ChatGPT e Gemini.
App replica experiência de chatbot e amplia participação de funcionários
Segundo informações de bastidores, o Veritas — palavra em latim para “verdade” — foi distribuído apenas a colaboradores autorizados. O formato de aplicativo independente dispensa alterações complexas no sistema operacional, permitindo que um número maior de equipes valide as funcionalidades em desenvolvimento.
O programa simula o fluxo de conversa típico de chatbots modernos: registra histórico de interações, compreende solicitações subsequentes e mantém contexto ao longo do diálogo. Entre as tarefas em teste, destacam-se buscas em dados pessoais e edição de imagens diretamente por comandos de voz ou texto.
Internamente, o Veritas opera sobre uma infraestrutura batizada de Linwood. O sistema reúne modelos fundacionais construídos pela própria Apple e algoritmos de parceiros, prática que, segundo especialistas do setor, visa acelerar ciclos de treinamento e reduzir dependência de soluções externas.
Calendário apertado após atraso anunciado na WWDC
Durante a Worldwide Developers Conference (WWDC) 2024, a Apple comunicou planos de lançar uma Siri capaz de compreender contexto complexo e executar ações cruzadas entre aplicativos. Contudo, a atualização não foi incluída nas versões atuais do iOS, o que motivou uma ação judicial por propaganda enganosa.
Em entrevista posterior, o vice-presidente sênior Craig Federighi atribuiu a demora à necessidade de garantir “níveis de confiabilidade compatíveis com um produto Apple”. Relatórios citados pela Bloomberg indicam que março de 2026 se tornou o novo horizonte para a estreia comercial da assistente revisada.
O ritmo mais lento contrasta com o avanço de concorrentes. Google e Microsoft, por exemplo, já integram IA generativa a produtos de uso diário, enquanto startups independentes lançam recursos semanais. Analistas observam que a Apple prefere liberar grandes pacotes de novidades em vez de atualizações incrementais, estratégia que ajuda a preservar consistência, mas aumenta a pressão quando o prazo escapa do planejamento inicial.
Impacto potencial para usuários, mercado e ecossistema
Para o consumidor final, uma Siri significativamente mais competente pode mudar a forma de interagir com iPhone, iPad, Mac, Apple Watch e até dispositivos de casa inteligente. A expectativa é que comandos passem a contemplar solicitações multilayer — por exemplo, localizar uma foto específica, editar brilho e enviar a um contato — em uma única frase natural.

Imagem: reprodução
Do ponto de vista de desenvolvimento, a abertura do Veritas a funcionários fora do núcleo de IA tende a gerar feedback amplo e a replicar a diversidade de cenários de uso real. Especialistas em experiência do usuário afirmam que esse tipo de teste interno amplo costuma antecipar problemas de interpretação, viés de modelo e falhas de contexto antes da exposição pública.
No mercado financeiro, qualquer avanço palpável na assistente pode reforçar a narrativa de que a Apple mantém vantagem competitiva na integração de hardware e software. Caso a meta de 2026 seja confirmada, investidores avaliam que os dispositivos lançados naquele período — possivelmente a série iPhone 18 ou equivalente — poderão chegar ao consumidor com incentivos adicionais de atualização.
Curiosidade
A escolha de codinomes em latim não é inédita na Apple. Projetos internos anteriores usaram termos como “Aquila” e “Pangea”, seguindo a tradição de adotar palavras carregadas de significado histórico. No caso de Veritas, a referência à “verdade” serve de lembrete simbólico para o objetivo do aplicativo: validar com precisão se a nova Siri realmente entrega respostas corretas e confiáveis.
Para quem acompanha os bastidores da tecnologia, o Veritas representa mais do que um simples protótipo. Ele indica que a Apple, embora discreta, investe em reforçar suas bases de IA antes de expor funcionalidades ao público. Se os testes atingirem as metas internas, usuários poderão experimentar interações mais naturais e produtivas em todo o ecossistema da marca.
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