Na sua primeira passagem pelo Brasil, o diretor de Sustentabilidade de Operações Mundiais da Amazon, Chris Atkins, anunciou a expansão da frota elétrica de entregas da companhia no país. A operação, realizada em parceria com empresas locais, já atende mais de 180 cidades nos estados de São Paulo e Minas Gerais e deve crescer nos próximos meses.
Visita estratégica às vésperas da COP30
Atkins desembarcou em território brasileiro poucos dias antes da abertura da 30ª Conferência das Partes (COP30), marcada para 10 de junho em Belém. A escolha da data, segundo o executivo, reforça o papel do Brasil tanto como mercado em expansão quanto como guardião de uma das principais reservas ambientais do planeta, a Floresta Amazônica.
Com formação em ciências políticas e engenharia ambiental pela Academia Militar de West Point, Atkins completará 15 anos na Amazon em 2024. Durante a visita, ele acompanhou de perto projetos de eletrificação de veículos, parcerias de logística e iniciativas de energia limpa voltadas ao cumprimento da meta corporativa de zerar emissões líquidas até 2040, compromisso formalizado no Climate Pledge.
Rede de entregas elétricas sai de 14 para 29 estações
Em apenas um ano, a Amazon elevou de 14 para 29 o número de estações de entrega equipadas para operar com veículos eletrificados. Esse salto permitiu dobrar a capacidade de distribuição com emissão zero e ampliar o alcance para 180 municípios, com foco inicial nos corredores econômicos de São Paulo e Minas Gerais.
O principal parceiro local é a To Do Green, especializada em transporte urbano de zero emissão. A companhia fornece vans, scooters e soluções de micromobilidade que reduzem ruído e poluição nos grandes centros. “Trabalhar com empresas brasileiras gera empregos, estimula inovação e acelera a transição energética”, destacou Atkins.
Globalmente, a Amazon já colocou 35 mil veículos elétricos em operação e planeja atingir 100 mil até 2030 em parceria com a fabricante norte-americana Rivian. Essa escala, apontam especialistas do setor automotivo, tende a reduzir o custo unitário dos veículos e a impulsionar a infraestrutura de recarga em mercados emergentes.
Aliança por combustíveis de baixo carbono
Além da eletrificação, a Amazon firmou um Memorando de Entendimento com a Petrobras para desenvolver combustíveis de baixo carbono, voltados a transporte marítimo e rotas de longa distância. Entre as alternativas em estudo estão diesel renovável, combustível de aviação sustentável (Sustainable Aviation Fuel) e metanol verde.
De acordo com relatórios internos, a prioridade é utilizar matérias-primas residuais — resíduos agrícolas ou industriais — que não pressionem o uso de terras agricultáveis. “Buscamos soluções escaláveis que evitem competição com a produção de alimentos”, explicou Atkins.
Tecnologia da AWS para medir e cortar emissões
Para monitorar o progresso ambiental, a empresa utiliza inteligência artificial da Amazon Web Services (AWS). Algoritmos de machine learning calculam emissões em tempo real, apontam rotas logísticas mais eficientes e otimizam o consumo de energia em centros de distribuição. Segundo dados oficiais, essa abordagem já proporcionou cortes simultâneos de custos operacionais e dióxido de carbono.

Imagem: Internet
No Brasil, a AWS colabora com autoridades de São Paulo em projetos de gestão hídrica, identificando desperdícios na rede de abastecimento por imagens e sensores.
Novos padrões de construção sustentável
Outra frente é a modernização dos centros de distribuição. Um projeto-piloto em Elkhart, Indiana, integrou 35 inovações, como madeira laminada cruzada, painéis solares e sistemas de reaproveitamento de água. A meta é replicar o modelo em unidades da América Latina, reduzindo o chamado “carbono incorporado” das edificações.
Cadeia de fornecedores sob metas de carbono
A estratégia de descarbonização inclui exigências para parceiros estratégicos. Fornecedores agora precisam reportar suas emissões e definir metas de redução alinhadas à Amazon. Para empresas brasileiras, a companhia oferece ferramentas de medição e consultoria técnica. “Quando os fornecedores entendem seus dados, descobrem ganhos de eficiência que barateiam a operação”, afirmou o executivo.
Impacto para o consumidor e para o mercado
Segundo analistas de logística, a ampliação da frota elétrica deve tornar as entregas urbanas mais silenciosas e diminuir a pegada de carbono associada ao comércio eletrônico. No médio prazo, a escalabilidade do modelo pode incentivar outras varejistas a adotar veículos de baixa emissão e estimular fabricantes nacionais a investir em caminhões elétricos. Para o consumidor final, a tendência é de prazos de entrega semelhantes, porém com menor impacto ambiental — um fator que ganha relevância nas decisões de compra.
Curiosidade
Você sabia que, durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Belém — sede da COP30 — abrigou uma estratégica base aérea dos Estados Unidos? Hoje, o município se prepara para recepcionar líderes globais em discussões sobre clima, mostrando como o mesmo lugar pode transitar de um ponto militar a um símbolo da diplomacia ambiental.
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