Uma fotografia registrada em 17 de novembro pelo astrofotógrafo porto-riquenho Efrain Morales revelou que o cometa 3I/ATLAS continua expelindo gás e poeira de forma intensa mesmo quase três semanas após a passagem pelo periélio, ponto em que o objeto esteve mais próximo do Sol. A captura, publicada na SpaceWeather Gallery, destaca uma coma assimétrica e uma cauda longa e bem definida, sinais de que a radiação solar ainda impulsiona a sublimação de compostos voláteis na superfície do núcleo.

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Terceiro visitante interestelar mantém brilho acima do esperado
O 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto confirmado proveniente de fora do Sistema Solar, antecedido por ‘Oumuamua, em 2017, e pelo cometa 2I/Borisov, em 2019. De acordo com astrônomos que acompanham a trajetória do corpo celeste, a expectativa era de um declínio rápido no brilho logo após o periélio, comportamento observado em Borisov. No entanto, análises recentes indicam que a liberação de material permanece elevada, fenômeno percebido pela persistência de uma cauda iônica estreita orientada pelo vento solar.
Segundo especialistas do Projeto Telescópio Virtual, na Itália, imagens obtidas em 11 de novembro já apontavam para essa atividade incomum. O cometa foi flagrado na constelação de Virgem exibindo um núcleo luminoso e uma cauda fina provocada pela ionização do gás emitido. Esses registros fornecem parâmetros essenciais para modelos que simulam a interação entre partículas vindas de outras regiões da Via Láctea e o ambiente heliosférico.
Dados contribuem para compreender a composição de corpos extrassolares
À medida que o 3I/ATLAS se afasta do Sol, a manutenção de jatos ativos oferece uma oportunidade rara de investigar a composição química de um corpo formado em outro sistema estelar. Relatórios do Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA, destacam que essas medições podem revelar proporções diferentes de monóxido de carbono, dióxido de carbono, cianeto e silicatos quando comparadas a cometas originários da Nuvem de Oort, por exemplo. Resultados preliminares sugerem partículas de poeira mais finas do que as observadas em cometas típicos, fato que influenciaria a dinâmica da cauda sob a ação do vento solar.
A agência norte-americana programou para o dia 19 de novembro uma transmissão ao vivo com cientistas responsáveis por telescópios espaciais e sondas que monitoram o 3I/ATLAS. O objetivo é apresentar conjuntos de dados coletados por instrumentos ópticos, ultravioleta e de espectrometria, além de explicar como esses números podem refinar teorias sobre a formação de sistemas planetários em outras regiões da galáxia.
Por que a observação contínua é relevante
Até hoje, apenas dois visitantes interestelares tiveram a trajetória mapeada com detalhe suficiente para análises comparativas. O histórico curto torna cada imagem e espectro do 3I/ATLAS valiosos para a comunidade científica. Segundo a União Astronômica Internacional, a trajetória hiperbólica do objeto indica velocidade superior a 26 km/s, o que limita a janela de observação a poucos meses. Qualquer desvio ou alteração no brilho pode fornecer pistas sobre a presença de materiais frágeis que se desintegram sob luz solar intensa.
Para observatórios terrestres, a prioridade tem sido registrar a evolução da cauda e estimar a taxa de perda de massa. Dados oficiais mostram que desde o periélio o cometa perdeu brilho em magnitude aparente, mas não tanto quanto previsto. A explicação mais aceita é que a radiação solar esteja atingindo reservatórios subsuperficiais ainda não exauridos, mantendo a produção de gás por convecção interna.
Impactos científicos e tecnológicos
A persistência de atividade no 3I/ATLAS influencia diretamente projetos de missão que discutem o envio de sondas rápidas para interceptar objetos interestelares. Quanto mais detalhes forem reunidos, mais assertivos serão os requisitos de propulsão e de instrumentação. Além disso, as informações obtidas podem auxiliar na calibragem de modelos de detecção precoce, aumentando a chance de identificar futuros visitantes com antecedência suficiente para estudo detalhado.

Imagem: Efrain Morales via Spaceweather.com
Para o leitor, a relevância prática reside na possibilidade de compreender como o Sistema Solar interage com a matéria que circula pela Via Láctea. Esse intercâmbio de material pode, no longo prazo, esclarecer etapas cruciais da formação da Terra e do surgimento de moléculas orgânicas essenciais à vida.
Curiosidade
O número “3I” que antecede o nome ATLAS indica a terceira detecção de um objeto interestelar (“I”) viajando por nosso Sistema Solar. Antes de 2017 não existia sequer uma nomenclatura para esse tipo de corpo, pois sua descoberta era considerada improvável. A sigla ATLAS refere-se ao telescópio que identificou o objeto: o Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System, instalado no Havaí.
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