Novo filme de Michel Franco, “Sonhos”, surpreende ao adotar tom menos provocador

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Michel Franco apresenta “Sonhos”, longa-metragem estrelado por Jessica Chastain e Isaac Hernández, que chega aos cinemas com expectativas de repetir o impacto de obras anteriores do diretor, mas recebe avaliações indicando uma mudança de abordagem.

Enredo reúne imigração, desigualdade e romance conturbado

Ambientado entre o México e os Estados Unidos, “Sonhos” acompanha Fernando, bailarino interpretado por Isaac Hernández, decidido a retornar ilegalmente ao território norte-americano para reencontrar Jennifer, papel de Jessica Chastain. A personagem é descrita como socialite engajada em projetos filantrópicos, posição que contrasta com a realidade do protagonista e cria o conflito central do roteiro.

O prólogo apresenta o movimento clandestino na fronteira e insinua reflexões sobre imigração, diferenças de classe e poder econômico. Segundo a crítica especializada, entretanto, o filme direciona suas atenções, principalmente, ao relacionamento tóxico entre os dois personagens, relegando a temas sociais a função de pano de fundo.

Parceria com Jessica Chastain amplia alcance internacional

A presença de Jessica Chastain, vencedora do Oscar por “Os Olhos de Tammy Faye”, é apontada como elemento chave para a divulgação global do projeto. Relatórios de bilheteria preliminares indicam que o nome da atriz eleva o interesse do público fora do circuito latino-americano, tradicionalmente associado a Michel Franco.

Nas cenas em que contracena com Hernández, Chastain domina grande parte da tensão dramática. Críticos observam que, enquanto a atuação da norte-americana oferece potência emocional, o intérprete mexicano, mais conhecido por sua carreira no balé clássico, ganha menos destaque no desenvolvimento dos conflitos, sobretudo nos momentos que exigem carga dramática prolongada.

Direção contém a violência que marcou obras anteriores

Desde “Depois de Lúcia” (2012), Michel Franco consolidou reputação de abordar temas difíceis com forte carga de desconforto. Produções como “Chronic” (2015) e “Nova Ordem” (2020) exploraram violência explícita e dilemas morais ambíguos, características que elevaram o cineasta à condição de voz provocativa no cinema latino.

Em “Sonhos”, esse estilo aparece de forma mais contida. A narrativa exibe momentos de tensão e uma cena de violência sexual filmada com distanciamento, mas sem o choque intenso relatado em obras prévias. Segundo especialistas em linguagem cinematográfica, a mudança sugere busca por público mais amplo ou tentativa de reposicionamento estético.

Recepção aponta quebra de expectativa

Publicações dedicadas a cinema descrevem o longa como melodrama intimista, marcado por produção elegante e fotografia controlada. Críticos que acompanham a filmografia de Franco afirmam que a neutralidade das cenas impede o envolvimento profundo que costumava caracterizar seus projetos. Para parte da imprensa, essa opção estética reduz o impacto emocional e contribui para interpretações de que o diretor estaria “domesticado”.

Dados de agregadores de nota, compilados até a primeira semana de exibição, mostram avaliações divididas: enquanto alguns veículos elogiam a parceria inédita com Chastain e a direção de arte sofisticada, outros questionam a suposta superficialidade do roteiro. A pontuação média permanece em faixa intermediária, indicando recepção mista.

Impacto para o público e para o mercado de cinema latino

A chegada de “Sonhos” aos cinemas pode influenciar a forma como produtores latino-americanos estruturam futuros projetos. Ao combinar estrela de Hollywood, temática social e narrativa menos agressiva, o filme testa um modelo de coprodução orientado para festivais e circuitos comerciais simultaneamente. Se a estratégia demonstrar fôlego na bilheteria, distribuidoras tendem a intensificar parcerias semelhantes, impulsionando a visibilidade de talentos regionais.

Para o espectador, a obra oferece oportunidade de observar a trajetória de um diretor reconhecido por extremos, agora empenhado em narrativa de menor choque. Quem acompanha a carreira de Jessica Chastain encontra um papel que explora vulnerabilidade e ambiguidade, enquanto fãs de Michel Franco poderão comparar o novo tom aos momentos mais inquietantes de sua filmografia.

Curiosidade

Michel Franco participa regularmente de grandes festivais de cinema. Em 2020, “Nova Ordem” venceu o Grande Prêmio do Júri em Veneza, tornando-se um dos títulos mexicanos mais premiados da década. “Sonhos” manteve a tradição e garantiu presença em mostras internacionais, mas, desta vez, o diretor optou por estrear primeiro em circuito comercial, invertendo a ordem habitual de lançamento.

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