O iFood iniciou uma nova fase de testes com o robô autônomo ADA nos shoppings Iguatemi de Alphaville e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O equipamento é responsável pela primeira etapa logística dos pedidos feitos na plataforma, transportando as refeições dos restaurantes até um hub interno, onde são retiradas pelos entregadores humanos.
Como funciona a operação do robô
Desenvolvido pela startup brasileira Synkar, o ADA utiliza sensores, sistemas de inteligência artificial e um mapeamento completo do shopping para circular sem esbarrar em clientes, funcionários ou animais de estimação. De acordo com dados oficiais compartilhados pela empresa, o robô realiza cerca de 35 entregas por dia e percorre aproximadamente 10 km nesse processo.
Com autonomia de 6 km por carga, o ADA vai sozinho à estação de recarga sempre que a bateria atinge níveis críticos. Caso ocorra qualquer imprevisto no trajeto, um agente de IA pode ser acionado pelo entregador para solucionar o problema em tempo real. Todo o sistema é escalável: um único operador remoto consegue monitorar até 100 unidades simultaneamente, segundo a Synkar.
Objetivo é acelerar, não substituir entregadores
A principal meta do projeto é reduzir o tempo que os entregadores gastam dentro do shopping coletando pedidos. Ao assumir esse trecho interno, o robô libera os profissionais para etapas externas, como o transporte até a residência ou o escritório do cliente. Especialistas em logística afirmam que o modelo híbrido tende a otimizar a capacidade de entrega sem eliminar postos de trabalho, ao contrário do que se teme em automação total.
Para o shopping, a iniciativa representa uma alternativa de mobilidade mais segura e previsível nos corredores, já que o equipamento ajusta velocidade, para em passagens movimentadas e desvia de obstáculos. Segundo gestores de centros comerciais, soluções dessa natureza diminuem o fluxo de motocicletas e bicicletas nos ambientes internos, elevando o conforto dos visitantes.
Trajetória do projeto e perspectivas de expansão
O ADA começou a ser testado em 2020 no Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) da Universidade Federal de Goiás. Depois de três anos de desenvolvimento, a primeira implementação comercial ocorreu no Iguatemi Ribeirão Preto, em 2023. Com o desempenho considerado satisfatório, o iFood levou o protótipo ao Iguatemi Alphaville no início deste semestre.
Relatórios internos indicam que a empresa avalia replicar o modelo em outros shoppings da mesma rede e em centros comerciais de grande circulação. Fatores como layout do estabelecimento, número de restaurantes parceiros e densidade de público influenciarão a escolha dos próximos locais. Representantes do iFood afirmam que a adoção gradual permite adaptar rotas, interfaces e protocolos de segurança antes de uma expansão em larga escala.
Impacto para o mercado de delivery
O uso de robôs de entrega em ambientes fechados alinha-se a uma tendência global observada em cadeias de fast food e centros de distribuição. Segundo analistas de mercado, a adoção de veículos autônomos reduz custos operacionais associados a curtas distâncias, onde mão de obra humana costuma ser subaproveitada. No cenário brasileiro, a tecnologia pode elevar a competitividade das plataformas de entrega ao encurtar prazos e melhorar a previsibilidade dos horários de pico.
Além disso, a coleta automatizada cria a possibilidade de hubs internos mais compactos, agilizando o fluxo de cozinhas e eliminando gargalos de corredor. Se confirmada a expansão para múltiplos shoppings, empresas concorrentes podem acelerar projetos próprios ou buscar parcerias com fornecedores de robótica para não perder eficiência.

Imagem: Internet
O que muda para o consumidor e para os entregadores
Para quem recebe o pedido em casa, a principal diferença tende a ser a redução do tempo de espera, especialmente em horários de grande movimento. De acordo com o iFood, os percursos encurtados dentro do shopping já resultaram em alguns minutos de ganho em locais onde o ADA opera.
Para os entregadores, a expectativa é que o tempo economizado em deslocamentos internos possa aumentar o número de entregas por turno, elevando a renda no fim do dia. Organizações que representam a categoria, no entanto, acompanham a implantação para avaliar se a nova dinâmica impacta a remuneração variável ou cria demandas adicionais, como eventuais filas no hub de retirada.
No panorama geral, a introdução do ADA sinaliza uma etapa concreta de automação no delivery brasileiro. Se o modelo provar viabilidade financeira e operacional, consumidores poderão se beneficiar de entregas mais rápidas, enquanto o setor logístico verá surgir novas oportunidades de negócios em integração de software, manutenção de frotas robóticas e desenvolvimento de infraestrutura de recarga.
Curiosidade
Você sabia que o nome ADA é uma homenagem a Ada Lovelace, considerada a primeira programadora da história? Ao batizar o robô com esse nome, a Synkar faz referência ao legado da matemática inglesa e reforça a ligação do projeto com inovação e computação. A escolha também segue uma tendência de atribuir personalidades femininas a assistentes tecnológicas, como ocorre com a Alexa e a Siri.
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Resumo: o ADA demonstra como a automação pode atuar em parceria com profissionais humanos, otimizando trajetos internos e criando ganhos de eficiência no delivery. Continue lendo nossos conteúdos e fique por dentro de tudo o que impacta o seu dia a dia.
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