O terceiro ano de Star Trek: Strange New Worlds apresentou o que já é apontado como o capítulo mais divertido da produção. Exibido em 29 de agosto de 2025, o episódio “Four-and-a-Half Vulcans” retoma elementos de “Charades”, história da segunda temporada, para colocar a tripulação da USS Enterprise em uma situação de disfarce que logo foge ao controle.
Missão tranquila vira comédia de erros
Nesta nova trama, o capitão Christopher Pike (Anson Mount) e parte de sua equipe precisam infiltrar-se em um planeta de civilização pré-Dobra usando aparência vulcana. O procedimento, baseado no tratamento genético que no passado transformou temporariamente Spock em humano, parece simples: eles descem, concluem a missão e voltam à forma original.
No entanto, o retorno ao padrão humano falha, obrigando a tripulação a conviver com a lógica extrema dos vulcanos por tempo indeterminado. A mudança interfere em rotinas, relacionamentos e decisões de comando. La’an Noonien-Singh (Christina Chong) torna-se excessivamente pragmática, Uhura (Celia Rose Gooding) adota postura manipuladora e até o capitão Pike demonstra frieza incomum, gerando atritos imediatos com a oficial Marie Batel (Melanie Scrofano).
Enquanto o embarque e desembarque acontecem quase sem desafios externos, a tensão interna cresce a cada cena. A narrativa investe no contraste entre emoções humanas e racionalidade vulcana para criar situações de humor contínuo, sem recorrer a piadas fáceis ou quebrar a coerência do universo Trek.
Patton Oswalt lidera participação especial
Para resolver o impasse, a primeira-oficial Una Chin-Riley (Rebecca Romijn) recorre a um contato do passado: um especialista em katras chamado Doug, interpretado pelo ator e comediante Patton Oswalt. O personagem, um vulcano pouco ortodoxo, já teve envolvimento amoroso com a comandante, fato que adiciona mais desconforto – e riso – às interações.
Doug sugere rituais espirituais para reverter o procedimento genético, enquanto lida com tentativas de Spock (Ethan Peck) de instruí-lo sobre “comportamento humano” em meio a comentários irônicos. A presença de Oswalt garante ritmo acelerado às cenas, reforçando o tom humorístico sem descaracterizar os vulcanos, tradicionalmente conhecidos por sua rigidez.
As gravações concentram-se na Enterprise, permitindo que diálogos e expressões corporais sustentem a comédia. Apesar do potencial risco de “pular o tubarão”, segundo expressão usada pelos próprios fãs, o episódio mantém equilíbrio entre humor e respeito à mitologia da franquia.
Referência direta a “Charades”
A escolha de reutilizar o recurso genético empregado em “Charades” faz de “Four-and-a-Half Vulcans” uma sequência espiritual daquele enredo. Na segunda temporada, Spock enfrentou o oposto do dilema atual: perdeu o DNA vulcano às vésperas da visita de T’Pring e seus pais, gerando uma espécie de comédia romântica. Agora, a produção inverte a premissa: múltiplos humanos assumem a forma vulcana e precisam lidar com disciplina, etiqueta e lógica absolutas.

Imagem: Internet
Com isso, os roteiristas criam paralelos e ampliam a discussão sobre identidade, emoções e adaptação cultural, pilares recorrentes em Star Trek desde a série clássica. A recepção inicial do público sugere aprovação, destacando a habilidade do seriado em explorar diferentes gêneros sem perder a coesão narrativa.
Impacto na temporada e próximos passos
“Four-and-a-Half Vulcans” marca a primeira vez que a terceira temporada dedica um capítulo inteiro à comédia, depois de episódios que exploraram terror, mistério e até formato documental. O resultado mantém a proposta declarada da produção: experimentar linguagens variadas enquanto aprofunda personagens já conhecidos.
Com novos episódios disponibilizados toda quinta-feira no Paramount+, a expectativa é de que a série continue alternando tons para surpreender a audiência. Até o momento, Strange New Worlds demonstra capacidade de equilibrar homenagem aos elementos clássicos e inovação formal.
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Em resumo, o episódio mostra que, quando bem conduzida, a comédia pode coexistir com a tradição de Star Trek, oferecendo ao público uma visão inusitada dos vulcanos e reforçando a versatilidade de Strange New Worlds. Compartilhe o artigo com quem ainda não viu a nova temporada e participe das discussões sobre o futuro da série.
Curiosidade
Leonard Nimoy, o Spock original, dirigiu episódios humorísticos em Star Trek nos anos 1980, mas raramente explorou o ridículo inerente aos vulcanos como “Four-and-a-Half Vulcans” faz. A escolha de Patton Oswalt para viver um vulcano chamado Doug reflete essa evolução: inserir um comediante declaradamente fã da franquia reforça os laços com a cultura pop e evidencia que, mesmo após seis décadas, Star Trek ainda encontra jeitos frescos de rir de si mesma.
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