Ron Howard assumiu a direção de “Han Solo: Uma História Star Wars” em meio a uma crise de produção, poucos meses antes da estreia de maio de 2018. Antes de aceitar o convite da Lucasfilm, o cineasta procurou o criador da franquia, George Lucas, e recebeu um conselho conciso: “Lembre-se, isto é para crianças de 12 anos.” A recomendação sintetiza a filosofia original da saga, concebida para estimular a imaginação de um público jovem por meio de aventuras espaciais acessíveis.
Troca de diretores e refilmagens extensas
O projeto começou nas mãos de Phil Lord e Chris Miller, responsáveis por animações de humor leve como “Uma Aventura LEGO”. A abordagem descontraída da dupla, entretanto, conflitou com o roteiro escrito por Jonathan Kasdan e com a visão da presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy. As diferenças criativas resultaram no afastamento dos dois diretores quando parte considerável do material já havia sido filmada.
Com o cronograma apertado, Kennedy recorreu a Ron Howard, veterano premiado por “Apollo 13” e “Uma Mente Brilhante”. Segundo Howard, cerca de 70% das cenas precisaram ser refeitas para alinhar o tom do longa ao restante da franquia. O diretor declarou em entrevista à revista Vulture que o processo envolveu equilibrar material preexistente, gerenciar a expectativa dos fãs e redefinir o foco da narrativa.
Conselho de George Lucas orientou o novo rumo
Antes de iniciar as refilmagens, Howard visitou George Lucas em busca de orientação. Lucas, afastado das decisões da saga desde a aquisição pela Disney em 2012, limitou-se a enfatizar o caráter juvenil de Star Wars. Para Howard, o aviso serviu como bússola ao ajustar cenas e diálogos: “Quis garantir que a leveza e a aventura continuassem presentes, sem perder a nostalgia que o público mais velho espera.”
Apesar do esforço, o cineasta admite que o longa ficou “muito nostálgico” e que a ideia de explorar as origens de Han Solo talvez não correspondesse ao momento da base de fãs. Mesmo assim, Howard garante ter mantido respeito ao trabalho inicial de Lord e Miller, classificando o resultado final como “dois filmes distintos que jamais encontraram um denominador comum”.
Desempenho nas bilheterias e impacto na franquia
Com orçamento próximo de US$ 275 milhões, “Han Solo: Uma História Star Wars” arrecadou cerca de US$ 393 milhões em todo o mundo. O número ficou abaixo do esperado para os padrões da série e marcou o primeiro fracasso comercial significativo da marca. Analistas atribuem o resultado a fatores como lançamento a poucos meses de “Os Últimos Jedi”, mudanças de direção amplamente divulgadas e receio dos fãs quanto a uma nova interpretação de um personagem clássico.
Apesar do desempenho aquém das projeções, o filme mantém avaliação mediana entre imprensa e público. No agregador AdoroCinema, a nota da crítica é 3,1, enquanto os usuários atribuem 3,8. Para Howard, o principal legado da produção está na reafirmação da importância de “voltar ao básico” sempre que o universo Star Wars se expande para além da trilogia principal.
Imagem: Lucasfilm/Disney
Continuidade da família Howard na saga
A relação entre os Howard e Star Wars não terminou com o lançamento de 2018. Bryce Dallas Howard, filha de Ron, consolidou-se como diretora de vários episódios de “The Mandalorian” e de “The Book of Boba Fett”, séries do Disney+. O trabalho dela recebeu elogios consistentes pela capacidade de capturar o espírito de aventura valorizado por George Lucas desde 1977.
Atualmente, “Han Solo” e todas as produções da franquia estão disponíveis no catálogo do Disney+. Paralelamente, a Lucasfilm planeja novos filmes e séries, enquanto revisita a orientação original de Lucas para equilibrar inovação com acessibilidade ao público mais jovem.
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Em resumo, a troca de diretores, o conselho de George Lucas e os desafios das refilmagens transformaram “Han Solo: Uma História Star Wars” em um caso emblemático dentro da franquia. Continue acompanhando nossas publicações e fique por dentro dos próximos passos de Star Wars nos cinemas e no streaming.
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