O retorno de Goku às telas em Dragon Ball Super, iniciado em 2015, marcou a primeira grande expansão da série em quase duas décadas. No entanto, os capítulos iniciais do anime geraram insatisfação em Akira Toriyama, criador da obra, que passou a participar de forma mais direta na produção para assegurar o nível de qualidade que considerava adequado.
Adaptações dos filmes e produção conturbada
Antes do lançamento do anime, dois longas-metragens — A Batalha dos Deuses (2013) e O Renascimento de Freeza (2015) — reintroduziram o universo de Dragon Ball. Quando a série televisiva começou em julho de 2015, seus primeiros arcos reproduziram exatamente a história contada nesses filmes. A decisão eliminou espaço para material inédito e, segundo Toriyama, comprometeu o potencial criativo do projeto.
Do ponto de vista técnico, o início da produção também foi turbulento. Relatos de longas jornadas de trabalho na Toei Animation, além de cortes para cumprir prazos, resultaram em cenas com traços irregulares e animação abaixo do padrão da franquia. Em 2016, Toriyama afirmou ter ficado decepcionado com o resultado e reconheceu a necessidade de acompanhar de perto futuros projetos envolvendo seus personagens.
Melhora gradual e novos marcos
Após as críticas, a equipe responsável fez ajustes significativos. A qualidade de animação subiu gradualmente, ganhando destaque no arco Torneio do Poder, exibido entre 2017 e 2018, que apresentou sequências elogiadas pelos fãs pela fluidez e dinamismo. Responsável pelos storyboards do mangá, Toyotaro passou a trabalhar em sintonia mais próxima com Toriyama, que mantinha a supervisão geral do roteiro.
O envolvimento reforçado do autor também se refletiu nos filmes Dragon Ball Super: Broly (2018), considerado um avanço em termos de direção de arte, e Dragon Ball Super: Super Hero (2022), primeira incursão da série em animação totalmente CGI. Em ambas as produções, Toriyama assinou a história original e desenvolveu os designs centrais dos personagens.
Novo projeto e legado
Enquanto o mangá continua a ser publicado, a franquia prepara Dragon Ball Daima, série anunciada em 2023. Toriyama idealizou a trama e criou personagens inéditos para o projeto, reforçando sua intenção de manter a autenticidade do universo que concebeu em 1984. A expectativa dos estúdios é prosseguir seguindo diretrizes póstumas do autor, falecido em março de 2024.

Imagem: nichos que aparentente ninguém liga
A ausência de Toriyama levanta discussões sobre a salvaguarda criativa da marca. Produtores e animadores envolvidos afirmam que as orientações deixadas pelo mangaká servirão de guia para futuros desenvolvimentos, com ênfase em preservar o equilíbrio entre inovação e fidelidade à obra original.
Impacto na indústria de anime
O caso de Dragon Ball Super evidencia a influência que criadores podem exercer sobre adaptações de suas obras. A intervenção de Toriyama resultou em ajustes na linha de produção, redefiniu expectativas de qualidade e reforçou a importância de uma supervisão autoral constante. Para a indústria, o episódio reforça a necessidade de prazos realistas e condições adequadas de trabalho, fatores essenciais para assegurar consistência na animação e satisfação do público.
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Com a evolução técnica alcançada em Dragon Ball Super e o legado deixado por Akira Toriyama, o futuro da franquia permanece em destaque. Acompanhe as atualizações para saber como novos projetos darão continuidade às histórias de Goku e companhia.