YouTube demonstrou interesse em assumir a transmissão do Oscar, segundo pessoas familiarizadas com o tema. A possível negociação envolve a aquisição dos direitos hoje pertencentes à ABC, emissora do grupo Walt Disney que exibe a premiação desde 1976 e possui contrato vigente até 2028.
Negociação pode alterar o modelo de exibição do prêmio
Para garantir a cerimônia, o serviço controlado pelo Google teria de superar a proposta da ABC ou aguardar o término do acordo atual. O interesse reflete a estratégia da plataforma de ampliar eventos ao vivo e aumentar a audiência global. Caso seja concretizado, o movimento daria ao YouTube controle total sobre formato, distribuição e recursos interativos da transmissão.
Hoje, a ABC já disponibiliza trechos do evento no canal oficial da premiação no YouTube, mas a posse integral dos direitos permitiria ao serviço decidir como exibir a festa, definir cortes para vídeos sob demanda e explorar funcionalidades de engajamento em tempo real.
O que está em jogo para Academia, público e plataformas
O Oscar enfrenta queda de audiência na televisão tradicional nos últimos anos, cenário que levou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas a buscar novas formas de atrair público. Nas últimas edições, a cerimônia registrou menos de 20 milhões de telespectadores nos Estados Unidos, índice distante de picos superiores a 40 milhões na década passada.
Com cerca de 2,7 bilhões de usuários ativos mensais, o YouTube seria capaz de ampliar o alcance global da premiação. A plataforma possui penetração elevada entre jovens, público cuja participação na transmissão linear diminuiu de forma consistente. Além disso, a exibição digital possibilitaria recursos como chat ao vivo, enquetes, bastidores em tempo real e replay imediato de trechos destacados.
Para influenciadores e criadores de conteúdo, a mudança abriria espaço para colaborações diretas com o evento, aproximando universos de Hollywood e da cultura digital. Essa integração poderia renovar o interesse pelo prêmio e gerar novos formatos patrocinados.
Vantagens potenciais da migração para o streaming
A adoção de um modelo centrado no YouTube traria cinco benefícios citados por fontes do mercado:
1. Alcance massivo: a audiência mundial da plataforma pode reverter a queda de espectadores registrada pela televisão.
2. Público mais jovem e diverso: usuários que já não acompanham TV aberta teriam acesso facilitado ao evento.
3. Interatividade: ferramentas nativas do serviço permitem participação em tempo real, o que pode aumentar o engajamento.
4. Participação de influenciadores: criadores de conteúdo podem atuar como comentaristas ou repórteres de bastidores, ampliando a repercussão.

Imagem: Greenwish/Pexels
5. Conteúdo sob demanda: resumos, discursos e clipes ficariam disponíveis imediatamente após a premiação, adequando-se aos hábitos atuais de consumo.
Desafios e riscos envolvidos
Apesar das vantagens, dois pontos críticos são citados por executivos de mídia:
1. Perda de público tradicional: espectadores mais velhos e acostumados à TV podem não migrar para o streaming, reduzindo parte da base histórica do Oscar.
2. Estabilidade técnica: transmissões ao vivo em plataformas digitais podem enfrentar sobrecarga de servidores, latência ou queda de qualidade. Episódios anteriores em outros serviços mostraram dificuldades quando a demanda atinge dezenas de milhões de acessos simultâneos.
Próximos passos e cenário até 2028
O contrato atual entre a ABC e a Academia termina em 2028. Até lá, qualquer mudança dependerá de negociações envolvendo valores, distribuição internacional e garantias de audiência. Fontes do setor avaliam que, mesmo que YouTube e ABC cheguem a um acordo antes do prazo, a transição exigiria adaptações técnicas e comerciais.
Além disso, concorrentes como Netflix, Amazon e Apple TV+ também investem em eventos ao vivo, ampliando a disputa por direitos de transmissão de grandes premiações. Caso o YouTube avance, a celebração do cinema poderá tornar-se um marco na migração definitiva de grandes shows de entretenimento para o ambiente digital.
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Em resumo, o interesse do YouTube sinaliza uma possível mudança estrutural na maneira como o Oscar é apresentado ao público, com impacto direto na audiência e no modelo de negócios das principais empresas de conteúdo. Continue conosco para acompanhar os desdobramentos dessa disputa e receber atualizações sobre tecnologia e entretenimento.