Rodar títulos de grande orçamento no Linux deixou de ser uma exceção. O avanço do Proton, camada de compatibilidade da Valve, somado ao impacto do Steam Deck, ampliou a biblioteca de jogos AAA plenamente jogáveis no sistema operacional de código aberto. Segundo especialistas em desempenho de jogos, a combinação de APIs modernas como Vulkan e otimizações constantes faz com que alguns títulos apresentem fluidez comparável — e, em determinados cenários, superior — à obtida no Windows.
Compatibilidade de alto nível redefine o cenário do gaming
De acordo com dados oficiais da Valve, mais de oito mil jogos já receberam a classificação “Playable” ou “Verified” no Steam Deck, o que reflete diretamente na experiência em desktops Linux. Entre eles, dez produções de grande orçamento ganharam atenção especial pela estabilidade e pelas taxas de quadros robustas.
Metro Exodus, por exemplo, aproveita a API Vulkan para entregar renderização consistente em ambientes abertos, mesmo com ray tracing ativado via Proton. Já Deus Ex: Mankind Divided opera sem quedas perceptíveis de desempenho, mantendo as opções gráficas no alto.
No caso de Red Dead Redemption 2, considerado um dos mundos abertos mais exigentes da atualidade, relatórios indicam que as últimas versões do Proton reduziram gargalos de CPU. O mesmo acontece com Marvel’s Spider-Man, cujo port para PC tira proveito de otimizações específicas que favorecem o carregamento rápido de texturas e a travessia fluida pela cidade.
Lista dos 10 jogos em destaque e sua performance no Linux
A seleção a seguir traz as principais informações de cada título, organizadas de forma objetiva:
Metro Exodus – Shooter em primeira pessoa com mundo semiaberto, rodando em taxas estáveis graças ao suporte nativo a Vulkan e ajustes de shader no Proton. Nota 83/100 no OpenCritic.
Deus Ex: Mankind Divided – RPG de ação cyberpunk, jogável com todos os recursos habilitados. A compatibilidade é considerada exemplar. Nota 81/100.
Red Dead Redemption 2 – Aventura em mundo aberto do Velho Oeste. Atualizações do Proton melhoraram a gestão de memória, tornando a experiência estável em resoluções altas. Nota 95/100.
Marvel’s Spider-Man – Título de ação e super-herói com port otimizado para PC. No Linux, a estabilidade impressiona mesmo com recursos avançados ativados. Nota 88/100.
Dying Light 2 – Ação e sobrevivência com parkour em primeira pessoa. Funciona bem via Proton, mantendo taxa de quadros regular em cenários noturnos mais complexos. Nota 80/100.
Elden Ring – RPG de mundo aberto com combate desafiador. Testes revelam performance praticamente idêntica à versão Windows, inclusive em batalhas contra chefes. Nota 95/100.
Baldur’s Gate 3 – RPG tático baseado em D&D. Oferece port nativo para Linux usando Vulkan, considerado referência em estabilidade. Nota 96/100.
Cyberpunk 2077 – RPG ambientado em Night City. Rodando pelo Proton, mantém desempenho sólido, mas com ressalvas no uso de DLSS Frame Generation. Nota 76/100.

Imagem: Reprodução
Hollow Knight: Silksong – Metroidvania de precisão. Suporte nativo anunciado garante resposta de entrada impecável, essencial para o gênero. Nota 91/100.
The Callisto Protocol – Survival horror de ficção científica. Embora haja versão nativa, usuários relatam melhor resultado ao usar Proton, com renderização mais fluida. Nota 78/100.
O que explica a evolução no desempenho?
Especialistas atribuem os ganhos a três frentes principais. A primeira é o investimento contínuo da Valve em atualizações semanais do Proton, que corrigem incompatibilidades específicas de bibliotecas DirectX. A segunda envolve o uso crescente da API Vulkan por parte dos estúdios, reduzindo a necessidade de traduções complexas. Por fim, a popularização do Steam Deck obrigou desenvolvedores a considerar o Linux já na fase de testes, acelerando o ciclo de otimização.
Outro fator citado por analistas é a maturidade dos drivers gráficos proprietários e de código aberto. Tanto AMD quanto NVIDIA disponibilizam pacotes alinhados com as versões mais recentes do kernel, minimizando perdas de desempenho e instabilidades.
Impacto para jogadores e para o mercado
Para o consumidor final, o avanço representa maior liberdade de escolha. Usuários podem adotar distribuições Linux sem abdicar de lançamentos AAA, reduzindo custos com licenças proprietárias. No mercado, o movimento pressiona estúdios a lançar versões multi-sistema no dia de estreia, encurtando o tempo entre janelas de lançamento.
Do ponto de vista de hardware, placas de vídeo que priorizam suporte a Vulkan podem ganhar relevância, já que a API se tornou peça-chave na equação de desempenho. Relatórios da consultoria Jon Peddie Research apontam crescimento de 2,5% no segmento de GPUs voltadas a sistemas Linux em 2023, tendência que deve se manter se mais títulos adotarem a tecnologia.
Para o leitor, a principal mudança é a possibilidade de experimentar jogos de grande porte em máquinas que antes ficariam limitadas a produções independentes. A expansão da biblioteca também facilita o aproveitamento de hardware antigo, pois a otimização em APIs modernas costuma resultar em melhor uso de recursos.
Curiosidade
Pouca gente sabe, mas o primeiro jogo a receber certificação oficial “Steam Deck Verified” foi Portal 2, título de 2011. O processo de verificação criado para o console portátil acabou influenciando a forma como a compatibilidade é avaliada no desktop Linux, beneficiando diretamente as produções AAA listadas acima.
Para mais informações e atualizações sobre tecnologia e ciência, consulte também:
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